OBELISCO

Moradores prometem ajudar demolição com marretas

JB Online


RIO - Uma vez decidida a demolição da passarela do Obelisco de Ipanema, a prefeitura vai contar com aliados muito motivados para colocar o que quiser abaixo, bem ao estilo descontraído dos cariocas. No que depender deles, em tom de brincadeira, talvez nem seja necessário licitar empresas para o serviço de demolição.

A Associação de Moradores e Proprietários de Imóveis de Leblon e Ipanema comemora e já recebe reforço de amigos do Leme, Humaitá e até da Zona Norte, que, munidos de marretas e martelos, se propõem a fazer justiça – ainda que estética – pelas próprias mãos.

Segundo o presidente da associação, Augusto Boisson, representantes de outros bairros afirmam estar voluntariamente dispostos a ajudar a prefeitura. De acordo com eles, dessa forma não seria necessário onerar ainda mais os cofres públicos – que já não podem se dar ao luxo de grandes despesas – com a reformulação do conjunto urbanístico pertencente à primeira fase do programa Rio Cidade, gestado pelo prefeito Luiz Paulo Conde e terminado por Cesar Maia.

– Além de ajudar a prefeitura a colocar aquilo no chão, queremos vender pedaços da obra a valores simbólicos para ajudar a custear a demolição – explica Boisson.

Idealizador da proposta, o presidente da Associação de Moradores do Leme, Francisco Nunes, defende até o leilão internacional dos escombros, como aconteceu com pedaços do Muro de Berlim.

– Quero ser o primeiro a pegar um pedaço e deixar para meus filhos – orgulha-se. – Quero também fazer um leilão internacional para fazer voltar aos cofres públicos o dinheiro que foi gasto nessa obra e na demolição. A prefeitura precisa prestar atenção na saúde e educação do povo, e não tem dinheiro para corrigir erros passados.

Nunes garante que, no ato da demolição, Ipanema viverá uma grande festa.

– O brasileiro já é festeiro por natureza. Vai ser um dia especial que vai mostrar o voto de confiança que estamos dando ao novo prefeito.

Boisson faz coro com o colega do Leme.

– Teremos gritos de ordem, faixas, uma grande mobilização de pessoas que reconhecem que vão ter sido ouvidas pela primeira vez.

A derrubada da passarela e a promessa de estudo de alterações no Obelisco, feita por Eduardo Paes, vem ao encontro de anseios de moradores de Ipanema que viram seus imóveis serem depreciados com a instalação da passarela.

Ao longo de toda a semana, o JB mostrou que o monumento não recebia manutenção da prefeitura – obrigando os condomínios próximos a designarem funcionários para limpeza da estrutura – além de mostrar o impacto no tráfego, no comércio e no humor da região.

Também do outro lado da cidade, bem longe do Obelisco e da passarela de Paulo Casé, moradores dos arredores do estádio Engenhão, no Engenho de Dentro, também garantem presença na festa da demolição, quando vão ajudar com força física, martelos e marretas.

– A gente vai fortalecer a ação na Zona Sul, vamos estar lá com certeza – afirma Aníbal Antunes, presidente da Associação de Moradores do Entorno do Engenhão.



2 comentários:

  1. Participei da enquete do JB e estarei lá nesse dia, para ajudar a demolir aquele relativamente pequeno exemplo das muitas negligências do antigo prefeito.

    Tomara que este dia feliz chegue logo e com essa mudança simbólica, o bairro de Ipanema (junto com todo Rio) comece a mudar estruturalmente para que a dignidade seja devolvida aos seus moradores.

    CHEGA DE ABANDONO À QUERIDA RUA DE ALBERTO DE CAMPOS!!!! A IPANEMA!! AO RIO!!! \o/

    AL

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  2. Estarei lá com certeza! Queremos o fim do obelisco também, pois, a pesquisa do JB foi bastante clara. A maioria absoluta solicitou ao Prefeito a derrubada do monumento-estrupício! Sugiro, que o obelisco seja doado ao condomínio onde mora o ex-prefeito em São Conrado.

    Luciana M. Guimarães
    Jardim de Alá

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