INAUGURAÇÃO

Família real belga inaugura placa de avenida no Rio

Nova placa em homenagem à Rainha Elisabeth, em Copacabana
Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil
Aproveitando a passagem da família real da Bélgica pelo Rio de Janeiro para assistir ao confronto com a Rússia, amanhã no Maracanã, o consulado geral do país europeu organizou hoje a reinauguração da avenida Rainha Elisabeth, que liga Copacabana a Ipanema, em uma homenagem ao rei Alberto I e à rainha Elisabeth. Os monarcas vieram ao Brasil em 1920, na primeira visita de Estado recebida pela República.
"O rei retornou dessa visita com uma ideia de que a Bélgica, com muita capacidade em minas e ferrovias, tinha muito a fazer no Brasil. Tanto que, em 1922, foi fundada a mineradora Belgo-Mineira", destacou o cônsul-geral, Bernard Quintin.
O subsecretário de relações internacionais da secretaria de Casa Civil do governo do Rio, Pedro Spadale, acompanhou a visita e destacou as expectativas de novas parcerias entre os dois países. "Hoje teremos um almoço de trabalho em um hotel do Rio, voltado para os Jogos Olímpicos, com autoridades e empresas belgas e brasileiras. A ideia é aprofundar a parceria no plano político e econômico", disse ele, explicando que as relações comerciais entre o Brasil e a Bélgica cresceram nos últimos cinco anos.
Já o coordenador de relações internacionais da prefeitura, Laudemar Aguiar, disse que será apresentado aos belgas o projeto da cidade para os jogos, na busca de cooperação na área de tecnologia e de infraestrutura. "Eles vão mostrar o que interessa a eles na parte de infraestrutura. É um encontro que tem um lado histórico-político e um lado empresarial".  Junto com a realeza, estavam na comitiva integrantes do governo belga, como os ministros da Defesa e das Relações Exteriores.
Além das autoridades, o rei e a rainha da Bélgica encontraram uma carioca que também guardava parte da história da passagem de seus antecessores pelo Brasil. Hyene Kurcinak, de 69 anos, é filha de Raimundo Ferreira da Silva, um marinheiro que, aos 17 anos, participou da tripulação que trouxe a família real ao Brasil e a levou de volta para a Europa. O percurso foi registrado em um diário de bordo que ela guardou por anos, sem saber do que se tratava até o dia em que descobriu que seu pai havia transportado a rainha que dava nome à sua rua e o rei, cujo busto estava exposto em sua esquina. Hyene se mudou há dois anos.
"Foi uma coincidência eu vir morar nessa esquina em 2009. Quando vi uma homenagem aqui ceerta vez, resolvi pegar esse manual e ver do que se tratava. E li tudo sobre essa viagem, que levou meses. Papai morreu quando eu era muito nova e eu achei que essa condecoração era só um broche", conta ela, que teve a oportunidade de mostrar os objetos a Phlippe e Matilda. "Eles foram muito simpáticos. Fiquei muito emocionada."
Vizinha do monumento, a guia de turismo Andrea Costa, acordou com a banda que tocava no evento. "Meu marido falou: levanta que os reis da Bélgica estão chegando. E ficamos todos aqui, animados. Como o monumento fica em uma esquina, muita gente não olha e passa direto. Um dia, voltando do supermercado, eu parei e li que a rainha Elisabeth homenageada é a da Bélgica e não a rainha Elizabeth II, da Inglaterra". Ela e muitos curiosos acompanharam a cerimônia e aplaudiram a quando o rei inaugurou a placa, que diz "Rainha da Bélgica e incentivadora das artes". 

IMITAÇÃO


Ponte sobre o canal do Jardim de Alah começa a ganhar cadeados de casais apaixonados

A exemplo do que ocorre em Paris, eles prendem o objeto nas grades como símbolo do amor duradouro

POR 

Cadeados na ponte sobre o canal do Jardim de Alah: tradição europeia no Rio
Foto: Marcos Tristão / Agência O Globo
Cadeados na ponte sobre o canal do Jardim de Alah: tradição europeia no Rio - Marcos Tristão / Agência O Globo

RIO — Para quem não pode ir a Paris, onde casais apaixonados fazem juras de amor na Pont des Arts, a saída é dar um pulo no Jardim de Alah. Ali, assim como acontece na capital francesa, cadeados, símbolo do amor, começaram a ser postos numa ponte sobre o canal, próximo à Lagoa. Segundo a superstição, deve-se jogar a chave fora: com isso, acredita-se, fica selado um compromisso, e a união vai durar para sempre. Em Paris, as chaves estão no fundo do Rio Sena. No Rio, vão para o leito do canal do Jardim de Alah.
Segundo historiadores, a tradição teve início na década de 1980 em Pécs, na Hungria, e logo se espalhou por outras cidades consideradas românticas. Conforme a lenda, a única forma de quebrar o pacto de amor seria encontrar a chave do cadeado e destrancá-lo. No entanto, em Paris, algumas pessoas de coração partido acabam voltando com alicates para arrancar o cadeado de lá.
EM PARIS, PEDAÇO DE PONTE RUIU
No Rio, a moda por enquanto ainda tem poucos adeptos. Nas grades da ponte do Jardim de Alah, ainda é pequeno o número de cadeados. Em dois deles, que estão unidos, foram amarradas fitas do Nosso Senhor do Bonfim — uma pitada de brasilidade na simpatia europeia. Outro casal, Ricardo e Denise, também declarou sua paixão do mesmo modo. O cadeado dos dois, com direito a coraçãozinho impresso, tem data de 20 de setembro.
Em Paris, o excesso de cadeados já preocupa a prefeitura da cidade há alguns anos. Acredita-se que o peso extra possa causar um acidente, levando partes da estrutura a desabar sobre os barcos com passageiros que passam sob a ponte.
No último dia 8, por exemplo, turistas foram impedidos de participar da tradição, porque a ponte chegou a ser interditada depois que um trecho 2,4 metros da grade cedeu, ao não suportar o peso dos objetos metálicos. Na Pont des Arts, os 150 metros de grade, de ambos os lados, estão quase todos tomados por cadeados.
Preocupados com os danos à ponte, duas americanas chegaram a fazer um abaixo-assinado para acabar com a prática. Para preservar a estrutura, autoridades francesas chegaram a pedir aos amantes da tradição que aderissem aos cadeados virtuais — os chamados e-love locks.


Read more: http://oglobo.globo.com/rio/ponte-sobre-canal-do-jardim-de-alah-comeca-ganhar-cadeados-de-casais-apaixonados-12953072#ixzz35IojJstJ