

Pier - Praia de Ipanema 1972
Foto de Aurelino Gonçalves, mostrando a Praia de Ipanema, em 1972, com a estrutura do "pier", quando era construído o emissário submarino de Ipanema (canalizador dos esgotos da Zona Sul). O "pier", que ficava entre as ruas Farme de Amoedo e Teixeira de Melo, teve seu período áureo de 1970 a 1973.
Os tubulões ocupavam largo espaço na areia . Naqueles anos o espaço em torno do "pier" tornou-se o ponto de encontro da vanguarda carioca, transformando-o no novo "point", desbancando o Castelinho e o trecho em frente à Rua Montenegro (hoje Rua Vinicius de Morais).
As dunas que se formaram na praia por conta da obra, abrigaram uma fauna variada, principalmente "hippies". Eram as "dunas da Gal" ou "dunas do barato": tudo ali era permitido (o curioso é que, numa época de grande repressão, a Ditadura não se envolveu com esta manifestação).
Por esta época, por motivos políticos, começou a descaracterização da Praia de Ipanema, antes com o gabarito dos prédios limitado a quatro andares. Foram liberados os arranha-céus, que geraram muito dinheiro para alguns e quase transformaram Ipanema em Copacabana, com seu paredão à beira-mar.
Na foto vê-se, também, a construção do Panorama Palace Hotel, sobre o morro, com vista deslumbrante para a Lagoa e para a Praia de Ipanema - o hotel nunca foi concluído. No final dos anos 60 e início dos anos 70, funcionou em suas instalações o bar-boate Berro D´Água, que fez muito sucesso. Era um terraço enorme, debruçado sobre a Lagoa, onde se bebia e dançava. Com a construção do hotel falida, suas instalações parcialmente construídas foram cedidas para a TV Rio, quando esta saiu do Cassino Atlântico no Posto 6. Com o fim, também, da TV Rio, a estrutura foi adaptada para o funcionamento de um CIEP, idealizado por Leonel Brizola.