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Hospedagem chic na subida do morro Cantagalo, no Rio

Casa Mosquito, um hotel boutique em Ipanema, comemora três anos com cinco novas suítes

16/10/14 às 00:00 - Atualizado às 23:28   |  Por Rodrigo Browne
Uma forma diferente de se hospedar no Rio de Janeiro. Na subida de uma favela carioca – pacificada, diga-se de passagem – no morro do Cantagalo foi construída por dois empresários franceses a Casa Mosquito (www.casa mosquito.com/). É um pequeno hotel de muito bom gosto, com apenas nove quartos, dos quais cinco novíssimas suítes. Todas elas com nomes de personalidades da história cultural do Rio como a pequena notável Carmem Miranda, o maestro Tom Jobim, o compositor Pixinguinha, o erudito Villa-Lobos, o poetinha Vinicius de Moraes, o escritor Machado de Assis, O playboy Jorge Guinle e, quem diria, até do travesti-malandro Madame Satã.

Cravada na Rua Saint Romain que é uma espécie de tríplice fronteira carioca pois divide os bairros de Copacabana e Ipanema e a favela do Cantagalo, a rua ficou famosa por ter sido durante anos o endereço do antigo Pasquim, jornal de resistência contra a ditadura militar que era editado pelo cartunista Jaguar (que, por sinal, poderia ter sido homenageado pelo menos no bar da Casa...). Mas o que encantou os atuais donos do imóvel não foi a ilustre vizinhança, mas, sim, uma curiosa coincidência.

Há cinco anos quando chegaram para conhecer a Cidade Maravilhosa, dois empresários franceses, da Cidade Rosa, Toulouse, Benjamin Canos Planes e Louis Planes se apaixonaram pelo que viram. Em uma semana decidiram trocar de endereço e começaram a procurar um lugar especial para viver no Rio de Janeiro. Foram meses em busca do local ideal, de um refúgio, um jardin secret onde pudessem abrigar todos os móveis colhidos em diferentes partes do mundo, fotografias, lembranças. Irrequietos e insatisfeitos com as opções que recebiam, buscam e encontram o que eles consideram um tesouro na Rua Saint-Roman.

Agora vem a coincidência: Saint-Roman foi um aviador e escritor nascido em... Toulouse. “Aí não restou dúvida de que estávamos no lugar certo", conta Planès. Compraram a casa de número 222 e fizeram a restauração e decoração completa. Diante do sucesso e do bom gosto, hoje administram, além do hotel, uma agência imobiliária, a Rio Exception, que, além de encontrar outros imóveis escondidos, realiza restauro e decoração para seus clientes.

Na subida da favela do Cantagalo, a propriedade é composta por uma grande sala de convivência repleta de livros, permitindo plena circulação com o espaço de jantar, que conduz a um jardim externo - que conta com uma linda fonte de carpas -, no qual é servido o café da manhã.

A Casa Mosquito dispõe de nove quartos, todos com varanda e decoração única, com peças garimpadas em Paris, Rio e São Paulo, além de cadeiras assinadas por Sérgio Rodrigues e fotos de Emmanuelle Bernard. Discrição, charme, bossa, elegância e estilo são as características desse endereço que ainda conta com piscina panorâmica que proporciona uma vista incrível do Rio de Janeiro e de todos os seus cartões-postais.

Uma delicadeza propostas pelo hotel é o chef, que fica à disposição do hóspede até às 22h. "Costumam nos perguntar se temos um restaurante. E eu digo: temos um chef", complementa Cano. "É muito diferente, pois não temos um menu. Seja um cliente ou um hóspede que reserva a nossa mesa, o cardápio é decidido no dia, de acordo com os produtos frescos que compramos", explica.

Mas, se o assunto envereda pela paixão por design e cultura, o hotel é um campo farto de observação e deleite. São peças que criam entre si uma combinação contemporânea, descontraída, com aquele certo ‘je ne sais quoi’ tão francês. Para onde quer que os olhos se dirijam, sempre haverá algo para capturar a atenção, sejam os despretensiosos arranjos florais que predominam na sala de convivência, sejam as grandes cortinas que dançam ao sabor da brisa.

Além disso, seus proprietários acabam de fechar uma parceria com Jerôme Pigeon - lê-se ex- Favela Chic Paris -, que assinará a curadoria de alguns eventos que devem ocorrer na cobertura do hotel, onde fica a piscina com vista panorâmica de 360 graus. Fruto de um feliz acaso, a Casa Mosquito é reflexo de mais uma bela história de amor entre a França e o Rio de Janeiro.