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UPP dá samba

Com favelas pacificadas, Simpatia volta a subir o Cantagalo sem medo, após 27 anos, e PM reduz efetivo de prontidão

Felipe Frazão, Ediane Merola e Simone Candida

RIO - Os efeitos das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) já podem ser sentidos no carnaval carioca: o bloco Simpatia É Quase Amor voltou na noite desta quinta-feira a subir o Morro do Cantagalo, em Ipanema, depois de 27 anos de distância, e, com a ocupação de todas as favelas do entorno do Sambódromo, a PM decidiu reduzir para 49.785 policiais - mil a menos que no carnaval passado - o efetivo que estará de prontidão em todo o estado a partir desta sexta-feira.

No Cantagalo, diretores e percussionistas confraternizaram com 30 integrantes da escola infantil Golfinho da Guanabara, que reúne crianças das comunidades Cantagalo, Pavão-Pavãozinho, Cruzada, Dona Marta e Vidigal. Ritmistas mirins e adultos batucaram na quadra do morro, em homenagem à pacificação.

- É um encontro simbólico, neste momento que a cidade vive. Nossa proximidade foi interrompida pelo tráfico. Mas agora estamos livres para visitar qualquer um - disse Fábio Palazzo, violonista do Simpatia.

( Confira as interdições no trânsito a partir de sexta-feira )

Segundo o diretor Dodô Brandão, o trajeto que o bloco fará no desfile de domingo, da Praça General Osório à orla, originou-se após uma briga na bateria que envolveu moradores da comunidade, há cerca de dez anos.

- Houve até tiro. Não tínhamos um bom convívio e o bloco deixou de dar a volta na praça, passando perto da ladeira do Cantagalo. Mas daqui para a frente será uma nova era - disse.

No Sambódromo, duas unidades móveis - do Centro de Controle Operacional (CCO) e do Centro de Comando Virtual (CCV) - serão usadas no monitoramento da região. Com isso, segundo o relações-públicas da PM, coronel Lima Castro, outras áreas da cidade serão mais bem policiadas.

- O efetivo estará menor, mas a segurança será muito maior. A Coordenadoria de Inteligência terá uma viatura no entorno do Sambódromo e agentes poderão averiguar qualquer pessoa ou veículo suspeito - disse ele, referindo-se ao ônibus da CCO.

( Arcos da Lapa volta a ser palco de shows gratuitos no carnaval )

O CCV usa tecnologia do FBI e foi testado durante um jogo no Engenhão. Doze policiais - civis e militares - vão monitorar câmeras e rádios da PM para rastrear ações suspeitas.

( Funcionamento das áreas de lazer e das reversíveis da orla da Zona Sul sofrerá alterações durante o carnaval )

Mais viaturas e helicópteros
Apesar de o efetivo da PM estar menor, o número de viaturas em serviço aumentou: serão 2.955, cerca de mil a mais em relação a 2010. Batizado de Bloco da Paz, o esquema da PM para os dias de folia só terminará às 9h do próximo dia 9. Locais de grande movimento, como o Aterro e a Lapa, receberão atenção especial da PM, que reforçará o policiamento a pé e a cavalo. O Grupamento Aeromarítimo fará o patrulhamento do alto, com o auxílio de quatro helicópteros, um deles blindado. Eles vão sobrevoar vias especiais e a orla do Rio. O Batalhão de Polícia Rodoviária também atuará em conjunto com o DER, empregando nova tecnologia, capaz de verificar a situação dos veículos em tempo real.

Além disso, 30 novas câmeras de monitoramento do Centro de Operações Rio estarão de olho no que acontece nas ruas da cidade neste carnaval . Os novos equipamentos foram instalados em pontos considerados estratégicos para o controle do trânsito, da ordem pública e da limpeza durante o carnaval. Elas fazem parte do pacote de 400 câmeras que serão instaladas até o fim do ano e trazem uma novidade: usam tecnologia sem fio, para evitar vandalismo e interferências na transmissão das imagens.

Segundo a presidente da CET-Rio, Cláudia Secin, além de não terem mais fios, as novas câmeras estarão posicionadas a 17 metros de altura - cinco acima das atuais. Em linha reta, as câmera têm alcance de 2km e visão de 360 graus. Até agora o Centro de Operações trabalhava com as imagens de 200 câmeras do município e de outras 250 da Secretaria de Segurança.

- Nossa prioridade foi dar apoio à operação do carnaval, por isso as 30 câmeras foram instaladas em regiões onde há mais blocos e no Sambódromo. Mas as próximas 370 serão instaladas em pontos cegos, onde não há nenhuma, como na Zona Norte. A ideia é ter toda a cidade monitorada até o fim do ano - disse Cláudia.

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