HOMENAGEM


Família e amigos prestam homenagem a economista que morreu na África


Ato foi feito na Praia de Ipanema, Zona Sul do Rio

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Corpo deve chegar ao Brasil neste sábado; velório deve ser no domingo.

Patrícia Kappen


Gabriel morreu dormindo, em meio a flores. Foi o que afirmou a mãe do economista Gabriel Buchmann, durante a homenagem prestada por parentes e amigos neste sábado (8) na Praia de Ipanema, Zona Sul do Rio.

Gabriel morreu enquanto fazia uma trilha no Monte Mulanje, no Malauí, na África. Seu corpo foi encontrado na quarta-feira (5) pelas equipes de busca. Ele estava desaparecido desde o dia 17 de julho, quando teria dispensado um guia que o acompanhava na trilha.

Os peritos que realizaram a necrópsia do corpo do brasileiro afirmaram que ele não resistiu à baixa temperatura e morreu de hipotermia. As equipes que participaram das buscas disseram que encontraram o corpo em uma espécie de ninho, que teria sido feito por Gabriel para tentar se proteger do frio, caído em um vale a mil metros de altura. O corpo foi retirado do monte com a ajuda de um helicóptero contratado pela família.

Para demonstrar o quanto o filho gostava da natureza, Fátima Buchmann leu um poema de Fernando Pessoa, o preferido de Gabriel, segundo ela.

Poema para Gabriel

O poema diz: “se Deus é as flores e as árvores e os montes e sol e luar, então acredito nele”. Emocionada, a mãe e a irmã de Gabriel, Nina Buchmann, leram ainda a oração de São Francisco de Assis.

E a homenagem foi prestada justamente em um dia de sol e calor, num dos lugares preferidos do economista: a praia. A todo momento, amigos lembravam a alegria de Gabriel. “Sempre tive muito orgulho do meu filho. Mais do que um economista brilhante, ele quis ver a pobreza de perto. Em cada lugar que ele passou, deixou lições de solidariedade”, emocionou-se Fátima.

O economista estava viajando desde julho de 2008. Ele percorreu 26 países da Ásia e África, como preparativo para um doutorado sobre políticas públicas de apoio a populações pobres.

O objetivo do jovem era conhecer diversos países para investigar sobre a distribuição de renda em cada região. A passagem de volta para o Brasil estava marcada para o dia 28 de julho.

Vestida com a blusa do Flamengo, time do irmão, Nina completou o discurso orgulhoso da mãe: “Meu irmão era inteligentíssimo e ao mesmo tempo uma pessoa desprendida”. Pendurado no pescoço de Nina, um anel comprado em Israel, que seria um presente para o irmão na volta ao Brasil.

Segundo amigos, o corpo de Gabriel chega ainda neste sábado de Johannesburgo em São Paulo, e será levado, por terra, até o Rio. O velório está previsto para acontecer às 10h de domingo, no Memorial do Carmo, no Caju, Zona Portuária do Rio. A previsão é que o corpo seja cremado na segunda-feira (10).

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