VAGA INCERTA


Vaga incerta

Secretário de transportes diz que problemas com mudanças em estacionamentos não estão na esfera administrativa

Globo
RIO - O secretário municipal de Transportes, Romualdo Boaventura, disse nesta segunda-feira que os problemas ocorridos na estréia do novo modelo de estacionamento na Zona Sul não estão na esfera administrativa, mas na da segurança pública e que o papel da prefeitura é fiscalizar se o contrato com a empresa Embrapark, responsável pelo novo sistema, está sendo cumprido:
- Se a empresa não consegue assumir porque há resistência, isso não cabe à Secretaria de Transportes, mas à de Segurança Pública.

Os operadores da Embrapark foram impedidos de começar a trabalhar pelos guardadores autônomos que até então controlavam os pontos do sistema Vaga Certa, substituído pelo Área Azul. A empresa recebeu denúncias de que um guardador teve um revólver apontado para a sua cabeça e que uma operadora foi agredida a coronhada.

Segundo o prefeito eleito Eduardo Paes, se o contrato com a Embrapark tiver sido feito de maneira adequada, ele será cumprido. No entanto, Paes disse que é estranho que se faça um procedimento licitatório em que só a área mais nobre da cidade é resolvida e as outras áreas não. Sindicato diz que licitação da nova empresa é irregular

O Sindicato de Guardadores de Automóveis (Singaerj) acusou a prefeitura de licitar irregularmente a empresa Embrapark, responsável pelo novo sistema de estacionamento da Zona Sul que entrou em vigor nesta segunda-feira. De acordo com informações do site G1 , o Sindicato informou que cerca de 90% dos guardadores antigos ainda monitoravam vagas de estacionamento espalhadas pelos bairros do Leme, Copacabana, Ipanema, Leblon, Gávea, Jardim Botânico, Lagoa e São Conrado
No primeiro dia do novo modelo de estacionamento em vagas públicas na Zona Sul, os operadores contratados pela Embrapark foram impedidos de trabalhar em vários pontos da região. Segundo eles, a empresa está recebendo denúncias de que guardadores antigos que trabalhavam na área estão intimidando os operadores, e que haveria quatro homens em um Scénic rondando a área. Uma deles, que se apresentaria como policial civil, estaria portando uma arma. Um funcionário da Embrapark teve um talão levado por esse suposto policial.

Segundo o presidente do Sindicato dos Guardadores Autônomos, José Vieira Campos, os funcionários da Embrapark tentaram ocupar seus postos, mas os guardadores que trabalhavam neles não deixam. Em vários pontos da Zona Sul, continuam trabalhando os antigos guardadores; em parte do Leblon e no Posto Seis há funcionários da empresa; e na orla de Ipanema não havia guardadores nesta segunda. Em Copacabana, seis guardadores antigos foram levados para a 13ª DP por PMs sob acusação de exercício ilegal da profissão. Depois de ouvidos, eles foram liberados.

Em nota, a Secretaria Municipal de Transportes informou que colocou equipes na rua, bem como as autoridades policiais, Civil e Militar, além da Guarda Municipal, para garantir o direito e defesa do usuário que utiliza o estacionamento nas ruas da cidade. Começo polêmico
Na semana passada, o Sindicato dos Guardadores Autônomos do estado (Singaerj) já havia entrado com uma ação para tentar revogar a concessão à empresa Embrapark.
O presidente do Singaerj, José Vieira Campos, sustenta que a atividade é regulamentada por legislação federal que estaria sendo descumprida pela concessão. O decreto federal 77.797/77, assinado pelo presidente Ernesto Geisel, obriga o credenciamento dos guardadores junto a sindicatos, cooperativas ou associações de classe. Segundo Vieira, a participação dos filiados ao novo sistema não estaria garantida. Do total de 5.100 guardadores credenciados na Delegacia Regional do Trabalho (DRT), 1.600 atuavam até domingo na Zona Sul, onde a Embrapark pretende operar com 450 guardadores, sendo apenas uma parte recrutada entre os filiados ao sindicato.

A criação da Área Azul é mais uma tentativa da prefeitura de organizar a operação de vagas nas ruas, que vem sendo alvo de críticas há mais de uma década por não conseguir evitar fraudes na emissão dos talões ou a ação de flanelinhas. Na Zona Sul, os guardadores irregulares chegaram a arrancar placas de áreas licenciadas das para que eles cobrassem dos motoristas. Na orla e no Centro, muitas vagas rotativas na prática são ocupadas o dia inteiro pelos mesmos motoristas. Eles pagam aos guardadores para trocarem os talões pouco antes do vencimento do período predeterminado.

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