Aumento de público atingiu tanto os blocos de carnaval novatos quanto os tradicionais
Ediane Merol
RIO - Preta Gil, que esperava arrastar 30 mil foliões pela orla de Ipanema, chegou a divulgar que foi prestigiada por 400 mil fãs. Segundo a prefeitura, no entanto, a animação do bloco Da Preta contagiou 200 mil pessoas. Isso ocorreu em 27 de fevereiro, no mesmo dia em que o bloco Chora, Me Liga! aguardava 15 mil foliões no Leblon, mas apareceram 40 mil atrás do seu trio elétrico. Sem grande tradição na folia carioca, os dois grupos são um bom exemplo do boom ocorrido no carnaval de rua dos dois bairros, contemplados com 34 desfiles, de 19 de fevereiro até hoje. Apesar de serem só sorrisos com o sucesso da festa, alguns organizadores admitem que, devido ao inchaço dos bloco, será necessário reavaliar datas e até trajetos. Para quem mora no circuito Ipanema-Leblon, cabe à prefeitura melhorar a infra-estrutura, para evitar que problemas, como atos de vandalismo, atravessem o samba.
Em relação ao ano passado, o município até reduziu de 465 para 424 o número de blocos em toda a cidade. No entanto, o que surpreendeu a todos foi o aumento de público generalizado, que consolidou em 2011 até circuitos menos badalados, como otrajeto Botafogo-Gávea. Criado há 13 anos, o Azeitona Sem Caroço foi lançado por três pessoas que queriam se divertir entre amigos, na Rua Dias Ferreira, no Leblon. Com o passar dos anos, mais gente foi chegando; no dia 5 passado eram esperadas cinco mil pessoas, só que apareceram mais de 20 mil, segundo a Guarda Municipal.
— Ser no Leblon é um estímulo para o público, por causa da tradição do bairro e de o bloco nunca ter tido confusão, ser muito família — avalia José Otávio Maia Ferreira, proprietário do Bar do Azeitona, ponto de concentração e dispersão do bloco. — Foi uma explosão grande. É um carnaval barato, não paga abadá, muita gente bonita na rua, tem segurança. Mas é lógico que atrapalha a rotina, não discordo. Quem sabe para o ano que vem a gente não sai da Dias Ferreira, vai pela General Urquiza e encerra na praia, para facilitar a dispersão? É um caso a pensar.
No dia do desfile do Azeitona sempre há muita reclamação por causa do barulho. Presidente da Associação de Moradores e Amigos do Leblon, Evelyn Rosenzweig diz que os blocos até desligam o som no horário marcado. Mas quem disse que o povo vai embora?
— As pessoas bebem, ficam eufóricas e não vão para a casa. Se acham cobertas de razão. Não nasci velha, gostava de bloco, mas mudou muito. O Azeitona e o Areia, que saem da Dias Ferreira, não cabem mais no bairro. Na terça-feira, foliões fecharam a Rua Aristides Espínola, esquina com Ataulfo de Paiva, sem autorização. Mandei e-mail para as autoridades reclamando. Por causa do tumulto, muitos comerciantes fecharam as portas — diz Evelyn.
Já a presidente da Associação de Moradores de Ipanema, Maria Amélia Loureiro, lamenta até hoje pela vegetação destruída na orla, após a passagem dos blocos superpopulosos, entre eles o Da Preta:
— Por causa da divulgação nas redes sociais, os blocos atraíram muita gente, como ocorreu com o da Preta Gil. Mas o Simpatia É Quase Amor, que é tradicional, também teve aumento de público. Acho que esse inchaço foi o lado negativo do carnaval. Mas foi bom perceber que, apesar disso, foi tranquilo, houve segurança.
Enseada de Botafogo pode ser uma opção
Em relação ao ano passado, o município até reduziu de 465 para 424 o número de blocos em toda a cidade. No entanto, o que surpreendeu a todos foi o aumento de público generalizado, que consolidou em 2011 até circuitos menos badalados, como otrajeto Botafogo-Gávea. Criado há 13 anos, o Azeitona Sem Caroço foi lançado por três pessoas que queriam se divertir entre amigos, na Rua Dias Ferreira, no Leblon. Com o passar dos anos, mais gente foi chegando; no dia 5 passado eram esperadas cinco mil pessoas, só que apareceram mais de 20 mil, segundo a Guarda Municipal.
— Ser no Leblon é um estímulo para o público, por causa da tradição do bairro e de o bloco nunca ter tido confusão, ser muito família — avalia José Otávio Maia Ferreira, proprietário do Bar do Azeitona, ponto de concentração e dispersão do bloco. — Foi uma explosão grande. É um carnaval barato, não paga abadá, muita gente bonita na rua, tem segurança. Mas é lógico que atrapalha a rotina, não discordo. Quem sabe para o ano que vem a gente não sai da Dias Ferreira, vai pela General Urquiza e encerra na praia, para facilitar a dispersão? É um caso a pensar.
No dia do desfile do Azeitona sempre há muita reclamação por causa do barulho. Presidente da Associação de Moradores e Amigos do Leblon, Evelyn Rosenzweig diz que os blocos até desligam o som no horário marcado. Mas quem disse que o povo vai embora?
— As pessoas bebem, ficam eufóricas e não vão para a casa. Se acham cobertas de razão. Não nasci velha, gostava de bloco, mas mudou muito. O Azeitona e o Areia, que saem da Dias Ferreira, não cabem mais no bairro. Na terça-feira, foliões fecharam a Rua Aristides Espínola, esquina com Ataulfo de Paiva, sem autorização. Mandei e-mail para as autoridades reclamando. Por causa do tumulto, muitos comerciantes fecharam as portas — diz Evelyn.
Já a presidente da Associação de Moradores de Ipanema, Maria Amélia Loureiro, lamenta até hoje pela vegetação destruída na orla, após a passagem dos blocos superpopulosos, entre eles o Da Preta:
— Por causa da divulgação nas redes sociais, os blocos atraíram muita gente, como ocorreu com o da Preta Gil. Mas o Simpatia É Quase Amor, que é tradicional, também teve aumento de público. Acho que esse inchaço foi o lado negativo do carnaval. Mas foi bom perceber que, apesar disso, foi tranquilo, houve segurança.
Enseada de Botafogo pode ser uma opção
De férias, Preta Gil não retornou as ligações do GLOBO. Para Henrique Brandão, um dos fundadores do Simpatia, o crescimento dos blocos foi gradual e agora houve um boom. O bloco, que há 27 anos desfila em Ipanema, esperava 50 mil pessoas, mas teve 70 mil foliões:
— Não foi de uma hora para a outra. O carioca foi descobrindo que carnaval de rua é sensacional. E finalmente o poder público também percebeu isso. A prefeitura aumentou número de banheiros e guardas municipais. Os ambulantes foram mais organizados, não ficaram pelo meio dos blocos atrapalhando o desfile, o que evitou atrasos.
A organização da prefeitura também recebeu confete de Marcelo Vital, do Chora, Me Liga!. Ele sugere alternativas para o circuito Ipanema-Leblon:
— Houve evolução na organização dos desfiles. Para minimizar o impacto dos blocos, podia reunir vários num só dia. Não é fundir. Cada um desfila no seu horário, todos num fim de semana. O morador poderia se organizar melhor — sugere Marcelo, que não gostaria de ver a transferência de blocos para o Centro, por exemplo. — Perderia o charme da Zona Sul. Uma opção seria a Enseada de Botafogo. Mas Leblon, Ipanema são pontos turísticos, não podemos perder a tradição dos blocos.
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