Nova polêmica
Retirada de obelisco em Ipanema não conta com unanimidade
Retirada de obelisco em Ipanema não conta com unanimidade
Selma Schmidt
RIO - No dia seguinte ao da demolição da passarela do obelisco de Ipanema, no cruzamento da Rua Visconde de Pirajá com a Avenida Henrique Dumont, moradores e comerciantes elogiaram a vista mais livre. A presidente da Associação de Moradores de Ipanema (Amipanema), Maria Amélia Loureiro, contou, entusiasmada, que dali já se consegue ver parte da encosta do Dois Irmãos, no Leblon. Tamanha unanimidade dá lugar à polêmica quando o tema passa a ser a derrubada do obelisco: há grupos de defensores, de críticos e daqueles que são indiferentes à permanência do monumento no local.
Depois de a passarela ir abaixo, foi a vez de operários da Coordenadoria Geral de Conservação, da Secretaria municipal de Obras, começarem os reparos das calçadas dos dois lados da Praça Espanha. Segundo a secretaria, o serviço deve ser concluído em até duas semanas.
Para o bem ou para o mal, o trânsito na Visconde de Pirajá está no meio da nova polêmica envolvendo o obelisco do Rio Cidade Ipanema, inaugurado em agosto de 1996 e projetado pelo arquiteto Paulo Casé. No meio da rua, ele é cercado por um canteiro. O espanhol Ernesto Chapa, dono do cabeleireiro Salamanca, há 45 anos no local, por exemplo, defende a permanência do monumento:
- O "pirulito" tem que ficar. Ele divide o trânsito e obriga os motoristas a serem mais cuidadosos. Sem ele, vai haver muita batida no cruzamento.
Convencido de que a loja de ferragens do pai vai recuperar o valor patrimonial agora, sem a passarela em frente, Antônio Lúcio Tavares está entre aqueles que querem ver o obelisco bem longe dali:
- Ele não tem utilidade e é perigoso. Os carros vivem subindo no canteiro.
A presidente da Amipanema vai deixar o assunto amadurecer para fazer uma consulta aos moradores sobre o obelisco. Maria Amélia Loureiro, no entanto, antecipou sua posição pró-obelisco:
- Um obelisco é sempre algo que marca, que tem uma história por trás. Ali, foi o ponto final do bonde.
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