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Os vira-casacas do Prefeito.
Depois de diversas semanas com sessões que se discutia
apenas uma ou duas proposições, isso quando não eram derrubadas por falta de
quórum (ou seja, não havia 26 vereadores presentes), ontem a Câmara Municipal do
Rio discutiu em sessão extraordinária aproximadamente 50 projetos.
Mas não se assustem: discussão é apenas a palavra
“regimental”. O que aconteceu mesmo foi uma avalanche de projetos que foram
adiados ou aprovados em 1ª discussão (todos os projetos de lei devem ser
aprovados em duas discussões na Câmara, e por isso essa 1ª aprovação é mais pra
“cumprir tabela” e raramente há discussão efetiva). A maioria dos projetos foi
aprovada em menos de 30 segundos (cada projeto), pois o método de aprovação é
aquele onde o presidente anuncia o projeto, diz: “os vereadores que aprovam,
permaneçam como estão”, espera 1 segundo e anuncia: “aprovado” (e então se passa
para o próximo item da ordem do dia).
Na sessão ordinária de quarta-feira não houve quórum,
portanto nenhum projeto foi votado.
Já na sessão da última terça-feira, apenas duas
matérias foram discutidas e votadas:
- A primeira era a delimitação de uma área de especial
interesse social para fins de urbanização (requerida pela prefeitura) no bairro
da Gamboa, na Zona Portuária do Rio de Janeiro. O líder do governo, Vereador
Adilson Pires, disse que o objetivo era reassentar as famílias que moram naquela
área (que é considerada de risco) para moradias adequadas na mesma região (leia o pronunciamento aqui). O projeto foi aprovado com apenas
dois votos contrários, dos Vereadores Eliomar Coelho e Paulo Pinheiro.
- A segunda foi o veto do Prefeito a um projeto do
Vereador Carlo Caiado que tombava a Praça Nossa Senhora da Paz (em Ipanema). A
intenção do Vereador era embarreirar as obras de extensão da Linha 1 do Metrô,
proposta pelo governo de forma inadequada e sem respaldo da sociedade civil
organizada. O Prefeito vetou a lei dizendo que tombar praças não era
prerrogativa dos vereadores. Na realidade o parágrafo XIV do Artigo 44 da Lei
Orgânica do Município (nossa “Constituição Municipal”), prevê que:
“Art. 44 – Cabe à Câmara Municipal, com a sanção do
Prefeito, legislar sobre todas as matérias de competência do Município e
especialmente sobre:
[…]
XIV – tombamento de bens móveis e imóveis e criação
de áreas de especial interesse;”
O pior é que o Prefeito já sancionou um Projeto de Lei
igualzinho, mas referente ao Parque Peter Pan (em Copacabana), e outro do
próprio Adilson Pires (com Rogério Bittar) tombando os imóveis no entorno da
Praça da Fé (em Bangu). O veto do Prefeito foi rápido e a articulação de sua
base, mais rápida ainda: dos 28 vereadores presentes, 16 votaram contra o veto e
12 votaram pela sua manutenção. O curioso é que desses 12 a favor do veto, 7
haviam sido favoráveis ao projeto quando ele foi votado há um mês. Os
vira-casacas foram os Vereadores: Dr. João Ricardo, João Mendes de Jesus, Jorge
Felippe, José Everaldo, Luiz Carlos Ramos, Professor Uóston e Vera Lins.
Curioso também foi minha surpresa ao ver o tom
suavemente crítico do quadro “Notícias da sessão”, da TV-Rio (Canal de notícias
oficial da Câmara dos Vereadores), falando sobre o veto:
Como faço para enviar e-mail ou texto maior para vocês? Tenho uma informação urgente sobre a Praça. helioba@yahoo.com.br
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