A folia chegou ao fim, mas o carnaval de rua do Rio promete ainda dar muito samba. O excesso de blocos, principalmente na Zona Sul, começa a ser discutido nesta segunda pelo prefeito Eduardo Paes e o secretário municipal de Turismo, Antônio Pedro Figueira de Mello. A ideia é manter em seus lugares os blocos que têm tradição e mudar de bairro os que são mais novos e os citados como comerciais. Ricardo Rabelo, presidente da Associação Carioca de Blocos e Bandas (Folia Carioca), que representa 17 blocos — a maioria na Zona Su — acha que a prefeitura tem de levar em conta os grupos tradicionais e com raízes nos bairros. É o que mostra a reportagem de Célia Costa, Felipe Frazão, Renata Leite e Taís Mendes na edição do O Globo desta segunda-feira.
— O Bafafá e o Empolga às 9h não têm condições de mudar de local. São grupos de tradição, que participaram da retomada do carnaval de rua do Rio em 2003 — disse Ricardo Rabelo.
Um dos que poderão ser transferidos da Zona Sul é o Bloco da Preta, que este ano levou uma multidão para Ipanema. A cantora Preta Gil, que está em Maraú, na Bahia, não falou sobre o assunto. A assessoria do seu bloco informou que não há problema na mudança para o Centro da cidade, por exemplo.
Outro bloco na mira dos tradicionais é o Chora, Me Liga, de música sertaneja, que desfilou no dia 27 de fevereiro, na Avenida Delfim Moreira, no Leblon. Sem qualquer tradição no carnaval carioca, corre o risco de mudar de lugar.
Alguns dos blocos que se agigantaram saíram da Zona Sul e já garantiram seu lugar. É o caso do Monobloco, que desfilava na Gávea, mas, à medida que cresceu, foi transferido para a orla de Copacabana. Há três anos, nem mesmo a praia comportava mais o grupo, que passou a percorrer a Avenida Rio Branco, desde a Presidente Vargas até a Cinelândia.
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