CRIME EM IPANEMA



Crime em Ipanema

Homem reconhece acusado de matar seu pai há 25 anos e denuncia tocaia

O Globo

RIO - O homem que reconheceu um dos acusados de ter assassinado seu pai, há 25 anos, e que estava foragido, desmentiu nesta quarta-feira a versão apresentada pelo preso durante depoimento à 13ª DP (Centro). Sérgio Luiz da Silva Moraes, 64 anos, condenado em agosto de 1992 pelo crime, contou na delegacia que Hermano Costa de Araújo (foto ao lado) teria sido morto durante uma briga de bar em Ipanema, em dezembro de 1983. O professor Maurício de Araújo, filho de Hermano, no entanto, desmentiu a versão. Segundo ele, o pai foi vítima de uma tocaia armada por Sérgio e outro acusado que está foragido.

- Ele inventou qualquer coisa para não responder por latrocínio. Mas meu pai não morreu numa briga de bar, foi uma tocaia que eles fizeram para roubar 50 mil francos (franceses) que ele estava trazendo de Belém, onde trabalhava com uma agência de navegação - contou o professor, que reconheceu o acusado quando andava pela Avenida Nossa Senhora de Copacabana, em Copacana:

- Eu estava indo fazer um exame quando vi Sérgio conversando com uma pessoa. Eu me aproximei, chamei-o pelo nome e pedi ajuda para os guardas que estavam por lá. Ele não chegou a ser algemado nem nada. Nós fomos todos para a delegacia para prestar depoimento. Ele ficou dizendo que não tinha feito nada e que estava pagando o pato - contou Maurício, que revelou ainda que seu pai era amigo de Sérgio há cerca de 24 anos.

Além de Sérgio Luiz, que estava foragido desde 1992, quando foi condenado a 25 anos de prisão pela 25ª Vara Criminal, outro condenado pelo crime também está foragido: Carlos Alberto Muniz Macedo. Embora a prescrição para este tipo de crime seja de 20 anos e a morte de Hermano tenha ocorrido há 25, a validade do mandado expedido contra Sérgio não expirou por causa da data da condenação - há 17 anos.

O crime aconteceu na noite de 2 dezembro de 1983, numa apartamento em Ipanema, mas o corpo de Hermano só foi encontrado três dias depois, quando Sérgio Luiz esteve numa delegacia para dizer que Hermano tinha sido morto numa briga de bar com Carlos Alberto. De acordo com a decisão da Justiça, que condenou os dois por latrocínio, eles teriam assassinado Hermano para roubar os francos que serviriam para formar uma sociedade entre os três.

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