PM que matou Daniel Duque em frente à boate Baronneti será julgado novamente
GloboNews TV e O Globo
RIO - A Justiça do Rio decidiu, nesta terça-feira, por unanimidade, aceitar recurso da família do jovem Daniel Duque, morto no ano passado em frente à boate Baronneti , em Ipanema, Zona Sul da cidade. O policial militar Marcos Parreira do Carmo, que atirou no jovem será julgado novamente. Ele irá a júri popular em data ainda não definida. Segundo o relator, existem diversas incongruências na prova que maculam a decisão do juri. De acordo com nota divulgada pelo TJ do Rio, para o relator, o desembargador Agostinho Teixeira de Almeida Filho, "a decisão foi baseada em prova inidônea".
"Conquanto haja conveniente sintonia entre todos os depoimentos do grupo do réu, que apontam no sentido da ocorrência de disparo acidental, o contexto fático probatório demonstra não ser verossímil a tese de que o tiro fatal tenha partido da própria vítima. Opção do Júri que não se deu simplesmente entre duas versões para o mesmo fato. Escolha dos jurados que recaiu sobre versão despida de plausibilidade, porque incompatível com as circunstâncias do episódio", disse o relator, em nota.
Já o desembargador Valmir de Oliveira falou que o promotor induziu os jurados a aceitarem a tese de legítima defesa, fazendo com que decidissem de forma contrária ao que está no processo.
"O legista me convenceu de que o júri decidiu errado", disse ele em nota do TJ.
Acusado de ter feito os disparos que mataram o jovem no dia 28 de junho, o policial foi absolvido por unanimidade : 7 votos a 0. Assista ao vídeo em que a mãe do rapaz pedia justiça após o julgamento que absolveu o PM .
Na época do julgamento do PM, o júri do Tribunal do Justiça entendeu que o tiro disparado pelo cabo foi acidental. A sessão durou mais de 12 horas. O PM Marcos Parreira do Carmo alegou que Daniel tentou tomar a sua arma, provocando o disparo. O policial fazia a segurança de Pedro Velasco, filho da promotora de Justiça Márcia Velasco, que estava sob proteção do estado por causa de ameaças de morte.
Segundo as imagens das câmeras internas e externas da Baronneti, onde esteve o estudante Daniel Duque minutos antes de ser morto, os jovens teriam bebido vodca demais e, alterados, foram expulsos da boate. Nas imagens das câmeras - que, no entanto, não captaram o momento do crime -, pode-se ver a chegada do grupo de Daniel ao local e uma confusão com dois de seus amigos.
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