Enviado por Mauro Ventura
.Pílulas de NY
1. Minha amiga caminha em zigue-zague pelas ruas de Manhattan. Pergunto o porquê.
- Estou andando por cima de todos os bueiros. É tão bom caminhar por eles sem o risco de ser explodido.
2. Na loja, a atendente explica que o sistema está com problemas e ela não tem como dar troco. O produto custa 4,98 dólares. Queremos levar mesmo assim. Damos uma nota de 5 e ela se desculpa sinceramente por não ter como dar os dois centavos que faltam. Chego de volta ao Rio e vou à padaria Ipanema. O bairro tem uma característica inusitada: é mal servido em padarias. E como fica perto de casa, às vezes é preciso recorrer a ela. Peço 200 gramas de peito de peru. A atendente fatia 218 gramas - eles sempre fatiam a mais. Falo para tirar um pouco e ela ironiza:
- Ah, você quer exatamente 200.
- Isso.
Compro mais uma ou outro coisa e vou pagar. Sai a 11,93 centavos. Dou uma nota de 10 e uma de 2 e fico esperando os 7 centavos. A caixa me dá 5. Aguardo, sem me mover. Ela se toca e me dá mais uma moeda de 5, já que não existem moedas de 1, sabe-se lá porquê. Eu sempre peço meus centavos, mais por princípio que pelo dinheiro. Afinal, se eles estão cobrando, por estratégia de marketing, valores como 35,99 reais ou 123,99 reais, que providenciem o troco. A lei diz que, na falta de moedas, arredonda-se para mais, coisa que os atendentes só fazem se você insiste. Lendo uma carta do leitor esses dias entendi o porquê: os comerciantes e lojistas cobram deles os centavos. Solidarizo-me com a classe, mas continuarei cobrando.
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