ASSASSINATO EM IPANEMA




Polícia mira ladrões de Rolex

Aficionados por relógios da marca, bandidos que agem na Zona Sul são investigados


POR MARIA INEZ MAGALHÃES

Rio - Uma gangue especializada em roubar Rolex, marca de relógio de luxo que custa em torno de R$ 50 mil, está agindo no Leblon e em Ipanema, na Zona Sul, e foi a responsável pela metade dos assaltos a pedestres no mês passado na região, segundo investigações da 14ª DP (Leblon). Para facilitar a ação, os criminosos agem de motos.

Uma das vítimas pode ter sido o arquiteto Rômulo Castro Ramos Tavares, 33 anos, morto dia 3, em Ipanema, por motoqueiros. Ele usava um Rolex no dia do crime. Essa investigação está com a Divisão de Homicídios.

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Arquiteto Rômulo Castro, morto no dia 3, quando chegava em casa, em Ipanema, pode ter sido vítima do bando Foto: André Luiz Mello / Agência O Dia
Características


Os bandidos podem ser do Jacarezinho, Mandela, Benfica e Manguinhos. “Não sabemos ainda como eles chegam aos alvos. Pode ser pelo carro de luxo, observando as pessoas pelas ruas. Pelos relatos das vítimas, pelo menos um mesmo criminoso participou de vários assaltos. As características do bandido são as mesmas descritas pela maioria. Estamos analisando fotos e as imagens de um assalto para tentar identificá-lo”, explicou o delegado da 14ª DP, Gilberto Ribeiro.

Os ataques acontecem durante a semana, geralmente por volta das 12h. Para coibir a ação de criminosos desde a morte do arquiteto, a Polícia Civil montou a operação Barreira. As blitzes são montadas na saída do Túnel Rebouças, nas avenidas Borges de Medeiros, Epitácio Pessoa e Niemeyer. A ação reduziu os ataques. Este mês foram registrados sete casos contra 32 no mês passado. “Nos dias de operação, não houve ocorrência com motos”, disse Gilberto.

Até quinta-feria, foram abordados 2.300 motociclistas. Do total, 27 estavam irregulares, 11 foram rebocadas e 5 motoristas, presos.

De moto até na calçada


Além de roubar Rolex, a gangue tem usado motos para praticar vários outros tipos de assalto no Leblon e Ipanema. Para atacar pedestres, por exemplo, o bando costuma subir a calçada no veículo. “Eles imprensam a vítima e levam seus pertences sem descer da moto”, explicou Gilberto. Outra maneira de atuar é quebrando vidros dos carros em engarrafamentos para roubar bolsas. Eles também costumam passar devagar por pedestres e arrancar a bolsa das mulheres.

A Rua Visconde de Albuquerque é a que mais aparece nos registros. Em agosto, foram 7 ocorrências. Em seguida está a Avenida Bartolomeu Mitre e Rua Visconde de Pirajá com 3 registros cada. Na Rua Prudente de Morais, onde Rômulo foi morto, foram registrados 2 casos. A PM disse que também faz operações para coibir ataques de bandidos em motos.
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