Rasteira salvadora
- Pega ladrão!
É um grito comum aqui na minha rua, em Ipanema. Mas é mais frequente à noite, não àquela hora, meio-dia. Outra diferença é que acabou bem - dentro do possível, em se tratando de um assalto.
Os dois bandidos haviam roubado duas ciclistas na esquina, e agora corriam. Tinham tentado levar as bicicletas, mas não conseguiram, e pegaram a enorme bolsa de uma delas. Um fugia pela calçada de meu prédio, o comparsa seguia pela outra calçada.
Na esquina, a surpresa: um rapaz teve a presença de espírito de dar uma esticadinha discreta na perna, suficiente para desequilibrar o marginal, que caiu estatelado no chão. Se o homem tivesse tentado agarrar o ladrão, ele teria escapulido. Mas foi um gesto discreto e repentino.
Ao ver a cena, o cúmplice se distraiu e foi pego para outro homem. Os populares mandaram que tirassem as camisas e amarraram seus braços com elas. Logo depois chegou a polícia e, sob aplausos, os PMs algemaram os dois e os levaram para a delegacia.
Nisso, surgem guardas municipais, com um terceiro bandido, que estava na orla. Em seguida, aparece a vítima, uma jovem, tremendo e chorando. Junto com a colega, deixa as bicicletas num prédio e vai registrar queixa.
Meu porteiro comenta que roubam todo mundo, idoso, mulher com criança, adolescente, adulto. Mas que o alvo principal são meninas falando ao celular, distraídas.
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