Olhar sobre a Cidade
Livro sobre o trabalho do fotógrafo Augusto Malta mostra enchentes, ressacas, ambulantes e favelas no Rio do início do século passado
Livro sobre o trabalho do fotógrafo Augusto Malta mostra enchentes, ressacas, ambulantes e favelas no Rio do início do século passado
Jacqueline Costa
RIO - Ao trocar uma bicicleta usada por uma máquina fotográfica, Augusto Malta não imaginava que ocuparia para sempre um lugar valioso na história do Rio. Fotógrafo oficial da prefeitura por 33 anos, o alagoano de Mata Grande é considerado o primeiro cronista visual da cidade. Registrou de tudo um pouco: alterações urbanísticas, momentos históricos, imagens cotidianas, paisagens deslumbrantes, cenas familiares e os mais variados tipos cariocas. O livro "Augusto Malta e o Rio de Janeiro - 1903-1936", de George Ermakoff, que será lançado amanhã, mostra que o fotógrafo conversava com o Rio através das imagens.
(Veja mais fotos que o livro traz)
Ao longo de 288 páginas, além da viagem de volta ao início do século XX, é possível traçar um paralelo com aqueles dias e os de hoje. Entre as cerca de 300 fotos publicadas, chama atenção uma da Ipanema do começo do século passado. O bairro não era nada além de um grande areal, e Vinte de Novembro era o nome de sua principal rua, hoje Visconde de Pirajá.
(Vídeo: Ermakoff comenta o livro que escreveu)
Mais do que mostrar as imagens registradas por Augusto Malta, as páginas traçam um detalhado perfil dele: ateu, exótico, elegante, galanteador. Segundo o livro, ele lançava moda. Usava óculos com aro de tartaruga - ainda uma novidade - comprados na Casa Madureira, na Rua Uruguaina. Também exibia, com classe, um chapéu panamá e uma gravata de laço preta.
O livro (R$ 145) pode ser comprado em livrarias ou pelo site www.ermakoff.com.br.
Nenhum comentário:
Postar um comentário