Cartão postal do Rio tem coleta de esgoto feita à mão e sem proteção
Reportagem do G1 flagrou morador de rua fazendo limpeza por R$
5.
Funcionários pediram para que imagens não fossem
registradas.
Funcionários da Orlario, concessionária responsável pelos postos, não quiseram se identificar, nem dar entrevistas, mas admitiram a usuários a falta de condições necessárias para a limpeza. Sequer há luvas, disseram. Divididos entre o nojo e a tarefa, pediram a um morador de rua para realizar o serviço.
Enquanto um visitante filmava as condições precárias do "bico", uma funcionária tentava amenizar dizendo que a responsabilidade não era da Prefeitura e que o faxineiro improvisado sequer era da Comlurb. Ela pedia para que as imagens não fossem registradas.
Na areia podre, foram encontradas algumas moedas que se somaram ao valor simbólico de R$ 5 pagos a ele por concluir a tarefa, depois de quase uma hora. Com as mãos nuas e de chinelos.
Alheia à reportagem, uma funcionária sussurrava a outra banhista: "Está vendo estas luvas aqui? Tenho que trazer de casa. Se eu pego uma bactéria dessa, tenho que gastar um mês de salário". O G1 entrou em contato com a empresa Orla Rio, mas até a publicação desta reportagem não tinha obtido retorno.
Apesar das condições, o serviço é pago. Usar o banheiro custa R$ 1,70. O chuveiro, R$ 1,10. O valor, aumentado em 2011, chegou a ser de R$ 2,50 e só diminuiu após críticas populares. A Comlurb cobrava R$ 1.
Nenhum comentário:
Postar um comentário