De líder sindical a barraqueiro na Praia de Ipanema, a história do ‘embaixador’ da seleção uruguaia no Brasil
por Fred Soares |
O que poucos sabem é que, por trás da simpática barraquinha, está escondido um drama que obrigou um ex-líder sindical que escolheu o Brasil como refúgio da ditadura militar do seu país, que o perseguia.
Corria o ano de 1977. Por conta de sua ação política contra o regime uruguaio, foi condenado a oito anos de prisão. Ficou dois anos e meio atrás das grades e afirma ter sido vítima de tortura. Em 1980, surgiu a oportunidade de fugir daquele inferno. Seria solto se aceitasse se exilar do Uruguai. Topou.
Desembarcou no Rio, conheceu as belezas de Ipanema e resolveu ganhar dinheiro apresentando aos cariocas o sanduíche uruguaio, sempre com chimichurri, um molho picante à base de ervas.
Logo a barraca virou point. Personalidades das artes e da política se transformaram em clientes de seu Milton, que passou a ser chamado de “Uruguaio”. O carinho pela cidade se transformou em amor. O desejo de seguir a vida na Europa, depois de fazer do Rio uma escala, foi simplesmente detonado.
Trinta e três anos depois, Milton virou um carioca honorário – e flamenguista. Mas não perdeu o espírito charrua. Tanto que já decidiu: vai transformar a sua barraquinha no quartel-general dos uuuguaios – moradores e visitantes - que estiverem no Rio durante a Copa das Confederações.
E se, assim como há 53 anos, o Maracanã for palco de uma reedição da decisão da Copa do Mundo??? “Que situação, né? Mas eu sou uruguaio!”.
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