Após críticas, estado muda projeto do metrô em Ipanema
- As entradas foram mantidas fora dos limites das grades da Praça Nossa Senhora da Paz, para alterar circulação de usuários
- Apesar da mudança, polêmica continua
RIO
— Cercado de polêmica, o projeto de construção da estação de metrô da Praça
Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, sofreu modificações que, na versão final, vão
alterar a circulação de usuários no bairro. As entradas foram mantidas fora dos
limites das grades. Mas os dois acessos, que inicialmente ficariam ao lado dos
portões das ruas Barão da Torre e Visconde de Pirajá, foram deslocados. Com as
mudanças, eles ficarão nas esquinas da Visconde de Pirajá com as ruas Maria
Quitéria e Joana Angélica. As alterações também melhoraram o destino da árvore
mais antiga da praça: uma figueira de 12 metros de altura e quase um século de
idade, que estava condenada pelas obras — pois não poderia ser replantada — não
será mais removida.
Apesar
da mudança, polêmica continua
As
alterações no projeto, no entanto, não foram suficientes para acabar com a
polêmica no bairro. A presidente da Associação de Moradores de Ipanema, Maria
Amélia Fernandes Loureiro, que já era favorável à versão anterior do projeto,
elogiou as mudanças. Mas a coordenadora do Projeto de Segurança de Ipanema,
Ignez Barreto, voltou a defender ontem que as estações sejam retiradas de vez
dos limites da Praça Nossa Senhora da Paz.
—
A nova proposta é melhor, porque as entradas ficarão mais afastadas dos portões
da praça. Isso ajudará na organização da circulação de pedestres no entorno. A
chegada dos usuários do metrô será mais dispersa, facilitando o deslocamento
daqueles que querem aproveitar a Praça Nossa Senhora da Paz como área de lazer —
disse Maria Amélia.
Ela
acrescentou, no entanto, que a entidade continuará a brigar para que, no futuro,
o governo do estado invista na ampliação de outras ligações de metrô entre Barra
e Zona Sul. No projeto da Linha 4 (Jardim Oceânico-General Osório), a estação
Gávea foi projetada em dois níveis, para permitir a implantação de linhas
independentes em direção ao Centro, passando por Jardim Botânico e Humaitá. Mas
ainda não há data para saírem do papel.
Ignez
Barreto, por sua vez, reclama que a principal demanda da entidade não foi
atendida: transferir os acessos para o outro lado da Rua Visconde de Pirajá.
—
A expectativa é que 47 mil pessoas usem a estação diariamente. Mesmo com as
mudanças, os acessos do metrô ficarão próximos a duas entradas secundárias da
praça. Ou seja, muita gente continuará a usar a praça apenas de passagem,
interferindo na qualidade da Nossa Senhora da Paz como área de lazer — disse
Ignez.
A
coordenadora do Projeto Segurança de Ipanema lembrou ainda que um grupo de
moradores entrou na Justiça contra o método adotado pelo estado para construir a
estação. Eles são contra também a remoção de árvores, mesmo que de forma
provisória. No fim do ano passado, chegaram a conseguir uma liminar para
paralisar as obras, mas o governo do estado recorreu à presidência do Tribunal
de Justiça (TJ). O estado afirmou ontem que a liminar foi parcialmente revogada
e que o TJ autorizou as obras, desde que elas não impeçam uma perícia judicial
na área.
O
subsecretário da Casa Civil, Rodrigo Vieira, explicou que a concepção inicial da
entrada das estações tomava como base uma proposta conceitual. Ao detalhar os
projetos, o Consórcio Rio-Barra reorganizou as áreas técnicas da estação. Isso
permitiu reduzir em 860 metros quadrados (15% do total) a área a ser escavada na
praça.
Rodrigo
disse que o prazo para a conclusão das seis novas estações do metrô (Jardim
Oceânico, São Conrado, Gávea, Antero de Quental, Praça Nossa Senhora da Paz e
Jardim de Alah) está mantido para dezembro de 2015. Nos primeiros meses de 2016,
os trens começam a operar em fase experimental. O compromisso de iniciar a
operação comercial em meados do mesmo ano, antes dos Jogos Olímpicos (que serão
em agosto), não foi alterado.
No
caso da estação da Gávea, o projeto entra numa nova fase a partir de
segunda-feira. Técnicos do consórcio começam a vistoriar os imóveis no entorno
da futura estação. Entre os prédios que serão inspecionados, está o conjunto
Marquês de São Vicente (Minhocão).
Os
primeiros a serem visitados são os da Travessa Madre Jacinta. A expectativa é
que as escavações não causem danos ao entorno, mas as inspeções permitirão
comparar as condições dos móveis antes e depois das obras do metrô.
As
intervenções no bairro terão dois canteiros. O primeiro, para abrir uma nova
frente de escavações dos túneis que ligarão a Zona Sul ao Jardim Oceânico, fica
no campo de futebol da PUC e já começou a ser instalado. O segundo, para
construção da estação no estacionamento da PUC, só será implantado no segundo
semestre deste ano. Antes disso, o consórcio construirá uma nova sede para a
incubadora de empresas da PUC, já que as instalações atuais terão que ser
demolidas por causa das obras.
Houve uma flexibilização por parte do governo estadual.
ResponderExcluirNa minha opinião, os acessos deveriam ficar nos dois lados da Visc. Pirajá para onde, com certeza, irá a quase totalidade dos usuários da nova estação. Com a entrada em operação, uma multidão terá que atravessar a avenida o que certamente irá causar impacto no trânsito e muitos atropelamentos.
Além do projeto alternativo que preserva a Praça N. Sra. da Paz intacta com todas as suas árvores atuais e ainda mantém a estação de metrô em seu subsolo (a ser escavado exclusivamente pelo equipamento "Tatuzão"), existe também a possibilidade, confirmada por engenheiros, de a estação ser construída entre as ruas Maria Quitéria e Garcia D'Ávila, no subsolo da R. Visconde de Pirajá, cujo asfalto e calçadas são suficientemente largos para isto.
ResponderExcluirLembre-mo-nos de que a estação do Jardim de Alah será, na verdade construída no subsolo da Ataulfo de Paiva. A estação do Catete e outras várias são no subsolo da rua. É inconcebível, incompreensível e um crime contra a Natureza a estação N. Sra. da Paz destruir a bela Praça desnecessariamente.
Ainda há tempo, sim, para ser adaptar o projeto da Praça Nossa Sra. da Paz. Temos mais de três anos pela frente até 2016. O Maracanã, que é uma obra muito mais difícil do que uma estação de metrô, começou a ser reformado há apenas dois anos e falta pouco para ficar pronto.
Acabamos de realizar a Rio+20, Conferência Mundial do MEIO AMBIENTE!!! Será que o Governo do Rio estava apenas esperando todos os líderes dos países do mundo virarem as costas e irem embora para pensar em destruir a Praça N. Sra. da Paz???
Ideal seria que todos os bairros da cidade tivessem uma praça como esta, com sua belas alamedas, seu belo lago e seu maravilhoso morrinho. !!!