Sr.Janot,
O texto de sua autoria, publicado no jornal "O GLOBO", em 17/03, traz interpretações equivocadas e injustas.
Atividades profissionais encerradas, filha criada e bem encaminhada, marido devidamente convencido de minha mais nova "missão" , chegou o momento de, como representante de uma associação de moradores de Ipanema, participar de um projeto mais atuante em defesa dos direitos dos aqui residentes, seja o de viver em um local mais agradável , mais bem cuidado e , sobretudo, de paz.A mesma paz que estão insistindo em nos tirar.
"Não se pode desprezar a experiência vivida nesse carnaval" - diz o destaque.Realmente , o assunto "Carnaval-2011" estará na pauta de nossas reuniões o ano inteiro , tão traumático foi
para seus moradores.
A nossa indignação não é daqueles que "não suportam a alegria das multidões e que não admitem abrir mão de seus privilégios".O que para o senhor ( e os que concordam com sua colocação) é "um privilégio" para nós, ´"é um direito". A nossa indignação é contra aqueles que querem subverter a ordem das coisas , de pessoas que insistem em nos impor que o "certo é o errado".A série de ilegalidades, que tomamos conhecimento ,diariamente, é bem uma prova disso.
O valor alto , pago de IPTU não nos confere o direito de nos julgarem donos dos logradouros publicos, segundo sua argumentação, a mesma utilizada pelos baderneiros que infernizam o bairro no carnaval ( os ipanemenses que prestigiam os blocos são poucos, a maioria vem de outros locais , inclusive de outros municipios do estado do Rio e turistas de outros estados e países que não fazem em seus locais de origem o que fazem aqui ) , os mesmos que provocam tumultos pós-carnaval ( gangues da Barra da Tijuca e Laranjeiras, em exemplo recente ) e "arrastões " nas praias , todo o verão ( igualmente promovidos por deliquentes oriundos de outros bairros , como divulgado na imprensa ).Assim, se já não temos o retorno devido , com os recursos do pagamento do IPTU - e as nossas calçadas, a sujeira de nossas ruas , o mobiliário publico maltratado , somente nos resta clamar que , como diz na canção popular - " que o ambiente exige respeito ".E para aqueles que adoram rotular os moradores da Zona Sul de "elite" , lembro que na seção de cartas do jornal muitos moradores da Penha também reclamaram dos excessos no Largo do Bicão.
O direito de ir e vir está na Constituição.Querem contrariá-la a todo momento.Não é só "deixar o carro na garagem por um ou dois dias ".O carnaval aqui começa um mês antes , acaba uma
semana depois.O material publicitário, disponibilizado pelos organizadores - Prefeitura e patrocinadores, detalhando dia e hora dos blocos e bandas reforçam meu argumento.Viramos reféns.Não podemos sair nem receber visitas.Os táxis evitam circular.
O autor diz em um trecho , em tom desafiador e ignorante ( dos que ignoram a verdade ) que "não se iludam , os seus filhos gostam ".Posso lhe afirmar que a minha filha, advogada e mestre em Direito Civil já gostou muito - no passado.A partir deste ano, com esse modelo,não gosta mais não.
A Guarda Municipal e a Policia Militar por mais bem intencionadas e treinadas não estão preparadas para lidar com uma multidão de centenas de milhares de pessoas , em um bairro espremido entre o mar e a lagoa.O senhor, como arquiteto e urbanista deveria ter o bom senso de refletir sobre essa questão e concordar com essa realidade.
Com certeza foi um "verdadeiro show de congraçamento e alegria coletiva sem cobrar nada por isso".Só esqueceu de completar que foi às custas daqueles que tiveram o seu patrimônio destruído , os seus dias, diuturnamente, prejudicados , as suas ruas imundas e mal-cheirosas.
Chegou a "hora de essa gente bronzeada mostrar o seu valor".Faremos valer nossos direitos.A propósito, o poder público não vem dando o apoio necessário aos blocos, como o senhor disse, não.Prova disso é que a Justiça multou o município em R$ 30 mil por dia,pelo descumprimento de decisão judicial, que determinava que a Riotur apresentasse documentação dos blocos programados para desfilar em Ipanema.
Os residentes do bairro , sejam os que aqui nasceram e viveram toda a vida e os mais recentes, vindos de outros rincões, convidam o Sr.Janot e todos aqueles que rebatem nossas críticas para, em um "tour" guiado pelo bairro , conhecer os buracos das nossas ruas ( os ortopedistas estão faturando mais ) , a escuridão de alguns trechos de nossas ruas ( os assaltantes agradecem ), o dormitório a céu aberto em que se transforma Ipanema , à noite ( alô projeto Olimpíadas e Copa do Mundo, tem alguém aí ?) , a sujeira constante, o mijódromo de fato, o ano inteiro, na esquina da Vieira Souto com a Farme, as praias loteadas e maltratadas , a tal choque de ordem descumprida a todo momento.
Apresentam filmes publicitários lindos, mostrando um Rio " abençoado por Deus e bonito por natureza",batem no peito sobre as conquistas e o desenvolvimento econômico do país , que está em destaque.A realidade, no cotidiano das pessoas ,não é bem assim não.
Um povo somente é bem desenvolvido quando é bem-educado , ciente de sua cidadania, de seus direitos e deveres.
Em 1970 , portanto na época do regime militar , tive um texto publicado no extinto "Diário de Notícias " intitulado "Noventa Milhões de Esperanças" (assim mesmo no plural).Hoje , Esperançosos ou não , exigimos RESPEITO, essa condição atemporal tão vilipendiada nos dias atuais.
Cordialmente,
Maria da Graça Cunha Fabor
AMORI/Associação de Moradores Recanto de Ipanema
grace.fabor@gmail.com
O texto de sua autoria, publicado no jornal "O GLOBO", em 17/03, traz interpretações equivocadas e injustas.
Atividades profissionais encerradas, filha criada e bem encaminhada, marido devidamente convencido de minha mais nova "missão" , chegou o momento de, como representante de uma associação de moradores de Ipanema, participar de um projeto mais atuante em defesa dos direitos dos aqui residentes, seja o de viver em um local mais agradável , mais bem cuidado e , sobretudo, de paz.A mesma paz que estão insistindo em nos tirar.
"Não se pode desprezar a experiência vivida nesse carnaval" - diz o destaque.Realmente , o assunto "Carnaval-2011" estará na pauta de nossas reuniões o ano inteiro , tão traumático foi
para seus moradores.
A nossa indignação não é daqueles que "não suportam a alegria das multidões e que não admitem abrir mão de seus privilégios".O que para o senhor ( e os que concordam com sua colocação) é "um privilégio" para nós, ´"é um direito". A nossa indignação é contra aqueles que querem subverter a ordem das coisas , de pessoas que insistem em nos impor que o "certo é o errado".A série de ilegalidades, que tomamos conhecimento ,diariamente, é bem uma prova disso.
O valor alto , pago de IPTU não nos confere o direito de nos julgarem donos dos logradouros publicos, segundo sua argumentação, a mesma utilizada pelos baderneiros que infernizam o bairro no carnaval ( os ipanemenses que prestigiam os blocos são poucos, a maioria vem de outros locais , inclusive de outros municipios do estado do Rio e turistas de outros estados e países que não fazem em seus locais de origem o que fazem aqui ) , os mesmos que provocam tumultos pós-carnaval ( gangues da Barra da Tijuca e Laranjeiras, em exemplo recente ) e "arrastões " nas praias , todo o verão ( igualmente promovidos por deliquentes oriundos de outros bairros , como divulgado na imprensa ).Assim, se já não temos o retorno devido , com os recursos do pagamento do IPTU - e as nossas calçadas, a sujeira de nossas ruas , o mobiliário publico maltratado , somente nos resta clamar que , como diz na canção popular - " que o ambiente exige respeito ".E para aqueles que adoram rotular os moradores da Zona Sul de "elite" , lembro que na seção de cartas do jornal muitos moradores da Penha também reclamaram dos excessos no Largo do Bicão.
O direito de ir e vir está na Constituição.Querem contrariá-la a todo momento.Não é só "deixar o carro na garagem por um ou dois dias ".O carnaval aqui começa um mês antes , acaba uma
semana depois.O material publicitário, disponibilizado pelos organizadores - Prefeitura e patrocinadores, detalhando dia e hora dos blocos e bandas reforçam meu argumento.Viramos reféns.Não podemos sair nem receber visitas.Os táxis evitam circular.
O autor diz em um trecho , em tom desafiador e ignorante ( dos que ignoram a verdade ) que "não se iludam , os seus filhos gostam ".Posso lhe afirmar que a minha filha, advogada e mestre em Direito Civil já gostou muito - no passado.A partir deste ano, com esse modelo,não gosta mais não.
A Guarda Municipal e a Policia Militar por mais bem intencionadas e treinadas não estão preparadas para lidar com uma multidão de centenas de milhares de pessoas , em um bairro espremido entre o mar e a lagoa.O senhor, como arquiteto e urbanista deveria ter o bom senso de refletir sobre essa questão e concordar com essa realidade.
Com certeza foi um "verdadeiro show de congraçamento e alegria coletiva sem cobrar nada por isso".Só esqueceu de completar que foi às custas daqueles que tiveram o seu patrimônio destruído , os seus dias, diuturnamente, prejudicados , as suas ruas imundas e mal-cheirosas.
Chegou a "hora de essa gente bronzeada mostrar o seu valor".Faremos valer nossos direitos.A propósito, o poder público não vem dando o apoio necessário aos blocos, como o senhor disse, não.Prova disso é que a Justiça multou o município em R$ 30 mil por dia,pelo descumprimento de decisão judicial, que determinava que a Riotur apresentasse documentação dos blocos programados para desfilar em Ipanema.
Os residentes do bairro , sejam os que aqui nasceram e viveram toda a vida e os mais recentes, vindos de outros rincões, convidam o Sr.Janot e todos aqueles que rebatem nossas críticas para, em um "tour" guiado pelo bairro , conhecer os buracos das nossas ruas ( os ortopedistas estão faturando mais ) , a escuridão de alguns trechos de nossas ruas ( os assaltantes agradecem ), o dormitório a céu aberto em que se transforma Ipanema , à noite ( alô projeto Olimpíadas e Copa do Mundo, tem alguém aí ?) , a sujeira constante, o mijódromo de fato, o ano inteiro, na esquina da Vieira Souto com a Farme, as praias loteadas e maltratadas , a tal choque de ordem descumprida a todo momento.
Apresentam filmes publicitários lindos, mostrando um Rio " abençoado por Deus e bonito por natureza",batem no peito sobre as conquistas e o desenvolvimento econômico do país , que está em destaque.A realidade, no cotidiano das pessoas ,não é bem assim não.
Um povo somente é bem desenvolvido quando é bem-educado , ciente de sua cidadania, de seus direitos e deveres.
Em 1970 , portanto na época do regime militar , tive um texto publicado no extinto "Diário de Notícias " intitulado "Noventa Milhões de Esperanças" (assim mesmo no plural).Hoje , Esperançosos ou não , exigimos RESPEITO, essa condição atemporal tão vilipendiada nos dias atuais.
Cordialmente,
Maria da Graça Cunha Fabor
AMORI/Associação de Moradores Recanto de Ipanema
grace.fabor@gmail.com
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