QUE NOVIDADE !!!!

Flanelinhas agem livremente na Zona Sul sem serem importunados

Caio de Menezes , Jornal do Brasil

RIO DE JANEIRO - Problema crônico na cidade, os flanelinhas insistem em agir e expandem sua atuação com o cair da noite. Em uma ronda pelos bairros de Copacabana, Ipanema e Leblon, o Jornal do Brasil flagrou dez deles nas tomando conta de vagas nas principais ruas e avenidas dos bairros.
Na Avenida Ataulfo de Paiva nas proximidades da esquina com a Rua Aristides Espínola, no Leblon, a rua era dividida por três flanelinhas. Do lado direito, um homem abordava os motoristas, e avisava que olharia e tomaria conta dos carros, independentemente do consentimento do motorista. A parte esquerda da via era administrada por um menor de idade e uma mulher. O procedimento adotado era o mesmo.
A engenheira Rosana Rosseler, de 47 anos, parou seu carro em frente ao número 1.175 da Ataulfo de Paiva e foi prontamente avisada sobre as condições para estacionar naquela vaga. Sentindo-se “acuada e achacada”, ela foi ao banco, enquanto pensava na resposta que daria ao guardador.
– Não vou dar dinheiro para esse cara. Eles tentam intimidar, mas não concordo em ficar sustentando esse tipo de gente. Os guardadores do Rio Rotativo, pelo menos, utilizam os talões, e, imagino que algum tipo de imposto seja recolhido. Além do mais, quando compramos o tíquete, podemos estacionar em diversos lugares, dentro de um período o que diminui os gastos, e ainda nos dá uma garantia, caso o carro seja danificado – ressaltou.
Outra motorista abordada na Ataulfo de Paiva, a dona de casa Ariadne Medeiros, de 59 anos, afirmou que se vê obrigada a estar em contato com flanelinhas toda vez que tem de estacionar seu carro “seja na padaria, no mercado ou até mesmo levando os filhos na escola”. Segundo ela, os guardadores irregulares perduram devido à falta de efetivo das polícias e da Guarda Municipal na fiscalização da ação dos guardadores.
– Faltam guardas municipais e policiais nas cercanias de shows e eventos, onde eles atuam cobrando valores exorbitantes, realizando uma espécie de extorsão. Mas nas vagas e locais corriqueiros, eles sempre aparecem quando anoitece e boa parte dos guardadores regulares vai embora, dando espaço aos clandestinos – analisa.
Outro ponto observado pelo JB, onde também reinavam os flanelinhas, foi a Rua Domingos Ferreira, em Copacabana. Na esquina da Rua Barão de Ipanema, o “responsável” pela área detalhou seu modus operandi.
– Trabalho aqui de noite, que é mais tranquilo. Comigo na área ninguém encosta nos carros estacionados. Tomo conta legal – garantiu – Eu peço uma colaboração para o sustento lá de casa. Chuto R$ 5, mas o motorista sempre chora então acabo levando uns R$ 2 por carro – explicou ele.
Usuário dos serviços do flanelinha, o estudante Rodrigo Amorim, admitiu que paga por medo de represálias.
– As vezes é melhor pagar um pouquinho para estacionar, do que ter de arcar com uma lanternagem ou um pneu furado – disse

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