LÁ COMO CÁ !!!! Os problemas são os mesmos

RIO GRANDE DO SUL

DESCOBERTAS DE UM PASSEIO

Pelo exercício da cidadania-

Texto enviado pela leitora Marion Beguet

“Moro em Ipanema e adoro quando enxergo o Museu Iberê Camargo: significa que estou ‘despressurizando’, tudo vai ficando mais calmo. Passo pelo BarraShoppingSul, organizado, com segurança. Vejo o céu. O Guaíba é lindo, e a paisagem em torno, também, mesmo em dias de chuva ou de nevoeiro.

Mas escrevo por um motivo bem pessoal, de uma mãe que, tendo a filha morando longe, viveu duas semanas em conflito. Nas férias da minha filha aqui na cidade, esforcei-me em mostrar algo que relembrasse o orgulho por morar aqui. E a sensação que tenho é de que estamos entorpecidos, em um estado de aceitação do mínimo que é feito.

Do trajeto de casa ao Centro, à procura de locais em que ela pudesse reviver memórias, enfrentamos diferentes adversidades. Desde os inúmeros buracos e os consertos mal feitos das vias, a inexistência de sinalização nos pavimentos até o descuido com as margens do Guaíba, até a falta de lugares onde se estivesse em segurança para tirar uma foto, atividade básica de alguém que quer mostrar a cidade aos amigos de longe.

Comparando ao lugar onde minha filha mora, fica extremamente difícil justificar por que tanta coisa ainda não foi feita. Não temos a mínima vocação para o turismo. Com o intenso tráfego, é um caos andar pelas ruas.

Em Ipanema, dá pena ver as ruas esburacadas, a orla descuidada, os bancos sem pintura, os canteiros desarrumados e a falta de segurança. A Avenida Tramandaí, por exemplo, é um horror para se andar, a pé ou de carro. Uma avenida que conduz o turismo, os inúmeros moradores e os prestadores de serviço, parece uma viela sem calçamentos e esburacada.

Quantas dificuldades para se transitar e apreciar uma das regiões mais belas da cidade, onde tudo deveria estar muito bem organizado para atender à população e aos turistas.

Será que é para ser assim? Não há outras maneiras de organizar as vias públicas, restando apenas aceitar como tudo está?

Minha filha voltou para o país onde mora com o coração apertado e eu, mais ainda, por tê-la tão longe. Mas lá ela nem precisa pensar nesses problemas, o governo age, dá as melhores condições para os cidadãos viverem e circularem tranquilamente.

Temos muitos espaços, do Cais do Porto até Ipanema, de frente para o Guaíba, e quase nenhum organizado para se chegar de forma racional e com segurança. Há locais em que a entrada é prejudicada, sem sinalização e calçamento, gerando poeira, desconforto e insegurança.

Devemos ter estruturas organizadas, com os setores públicos, planejamentos em cooperação, com responsáveis para conduzir processos de desenvolvimento, locais bem aparelhados, com modernidade e segurança. Sem isso, deixaremos que a inércia das pessoas sem visão tome conta e delibere por nós e apenas os que nos inspiram insegurança aproveitando um Guaíba que é de todos.

É uma questão de cidadania!”

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