QUE CHEIRO !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Mictórios da Riotur não são lavados e cheiro de urina fica no ar

Fernanda Prates, Jornal do Brasil

RIO DE JANEIRO - Enquanto a Secretaria Especial de Ordem Pública luta contra o bloco do xixi e, em apenas três dias, levou 161 pessoas presas por urinar em público, uma ideia polêmica causa estranheza nos cariocas: os chamados quatro em um, ou postes químicos, como foram apelidados. São engenhos plásticos onde quatro pessoas podem esvaziar suas bexigas protegidas por uma espécie de portinhola que cobre apenas suas cinturas. Adotada na Holanda, porém, a novidade não tem sido lavada diariamente, como seria recomendável, e o cheiro de urina concentrado tem revoltado muita gente.

– O cheiro pode ser sentido de longe, e não vejo ninguém vindo limpar desde ontem – reclama Daniel Oliveira, guardador de carros na Praça General Osório, em Ipanema. – Às vezes, você vê a urina escorrendo para fora, no chão.

Daniel Frommelt já está familiarizado com as estruturas coloridas - presentes na Sapucaí, Ipanema e Copacabana – porque as viu na Holanda. No entanto, explica a diferença:
– Lá, todo mundo usa, por falta de opção, mas a urina vai direto para o esgoto – comenta. – Mesmo assim, eu já acho meio nojento. Mas aqui a sujeira está além de qualquer coisa humana!
Além do cheiro, a falta de privacidade também é reclamação de alguns passantes, que lançam olhares de reprovação sobre os que se arriscam a usar, confiando na portinhola que lhes cobre o quadril.

– Incomoda ver o cara usando o banheiro, parece que a pessoa está pelada. É muito estranho – reprova a ambulante Roseana Rocha, que vende refrigerantes ao lado de uma cabine na General Osório.

Carla Teixeira, 30 anos, não conseguiu esconder a expressão de reprovação ao ver uma das novidades na praça.

– É muito constrangedor – queixou-se. – Essa portinha deveria ser maior, não cobre quase nada.

Maria Bussade, que passeava pela orla, estranhou o banheiro biológico – segundo a Riotur este é o nome oficial – no meio do calçadão, no Arpoador.

– É esquisito, sem contar que não tem a mínima privacidade – reclamou. – Banheiros públicos não deveriam ficar aí no meio da rua.

Até os guardas de um posto do Choque de Ordem, instalado na orla ao lado de um dos mictórios, estranharam a presença no meio do calçadão.

– Nós chegamos hoje e estava aqui, então imagino que tenha sido instalado ontem mesmo – disse um guarda, que preferiu não se identificar. – Desde então, não vimos ninguém vir limpar. Demorei até para perceber que era um banheiro.

A novidade, no entanto, não desagradou a todos. Alguns elogiaram a praticidade e a economia de espaço – já que o mictório serve a quatro ocupantes em um espaço de 1,15 metro quadrado.

– Eu aprovo. É melhor que o banheiro químico e ocupa bem menos espaço – comentou Ricardo D'ávila, 30 anos, logo após estrear o mictório. – Eu acho que poderia haver mais espalhados pelo Rio, é melhor do que fazer na rua.

Quanto à limpeza, no entanto, D'ávila ressalta:

– Só tem que melhorar o escoamento, porque a urina fica toda acumulada.

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