FORA DE CONTROLE

Carnaval de blocos fora de controle nas ruas do Rio

O Globo


RIO - Diante do mar de blocos que tomou conta da cidade durante o carnaval, o secretário da Ordem Pública, Rodrigo Bethlem, afirmou que a prefeitura não tem efetivo suficiente para fiscalizar todos os eventos da cidade. Comentando a dificuldade de organizar os cordões, Bethlem defendeu mudanças para 2010. Ele pretende reorganizar o desfile das agremiações para evitar a concentração em algumas áreas da cidade, informa reportagem publicada pelo Jornal O Globo nesta quarta-feira.

- O carnaval do Rio atraiu um número enorme de pessoas. Há um lado positivo nisso, mas realmente o efetivo da prefeitura não é capaz de controlar toda a cidade. Nós herdamos o planejamento da administração anterior. Muita coisa tem que mudar para o próximo ano. A autorização para o desfile dos blocos precisa ser mais criteriosa. Neste ano, tivemos o recorde de 400 grupos desfilando pelas ruas - disse o secretário.

Para Bethlem, a mudança necessária não passa pela redução do número de cordões, mas por um planejamento detalhado de trânsito e dos percursos dos blocos.

A presidente da Sebastiana, associação que reúne 12 tradicionais blocos da Zona Sul, Santa Teresa e Centro, Rita Fernandes, acredita que o carnaval de rua do Rio vive um dilema. Ela admite que o crescimento dos blocos está chegando a um limite, por questões de segurança, limpeza e trânsito, mas fala da dificuldade de conter a manifestação popular:
- Realmente ninguém planejou esse aumento do número de blocos. Foi espontâneo. Mas os moradores que não estão na festa acabam se sentindo lesados. Será preciso que a prefeitura, sociedade civil e organizadores de blocos conversem para buscar uma solução - avalia Rita. - O decreto da prefeitura determinando que haja uma data limite para o pedido de autorização de desfiles já deve ajudar no sentido de reduzir o número de blocos em 2010.

O decreto de número 30.453, do prefeito Eduardo Paes, publicado a 9 de fevereiro, estabelece o dia 10 de janeiro como prazo máximo para que os cordões peçam autorização para desfilar a partir do ano que vem. As subprefeituras, condicionadas ao parecer da CET-Rio, são as responsáveis pela liberação do cortejo dos blocos.

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