FALTA DE FISCALIZAÇÃO

Sem fiscalização, desordem urbana volta a Ipanema e Copacabana

Moradores e turistas denunciam que basta a fiscalização contra a desordem nos bairros dar uma trégua que os problemas voltam às ruas. Foi o que a equipe do RJTV encontrou em Ipanema e Copacabana.

Há mais de um ano, a população da Zona Sul do Rio tem visto com freqüência operações conjuntas de vários órgãos públicos contra a desordem urbana. Mas moradores e turistas também percebem que é só o trabalho de fiscalização dar uma trégua, que os problemas voltam às ruas. Foi o que a equipe do RJTV encontrou na tarde desta segunda-feira, em Ipanema e Copacabana. Quem tenta aproveitar algumas das mais belas paisagens do mundo, muitas vezes esbarra na desordem. “Tem muito morador de rua e camelô. Isso atrapalha e causa constrangimentos a quem mora na região e aos turistas”, criticou um rapaz. Na Rua Siqueira Campos, em Copacabana, um quarteirão de irregularidades. Motocicletas e camelôs cobrem as calçadas, bem perto de um carro da Polícia Militar. “Eu tenho que me virar. Às vezes, passo até pelo meio da rua, o que é muito perigoso”, conta uma mulher, que carrega o filho em um carrinho de bebê. Nas ruas, cenário parecido. Caminhões estacionam em local proibido, na faixa da esquerda. À direita, um ponto de táxi improvisado, com um carro parado com duas rodas sobre a calçada. As irregularidades também estão no caminho dos turistas. O comércio ilegal funciona à luz do dia em um dos pontos mais procurados pelos visitantes: a praia. “A gente podia ter muito mais turistas, ganhar muito mais com isso, mas não ganha. Os turistas ficam com medo. Apesar disso, muita gente ainda vem, porque o Rio é maravilhoso”, observou uma jovem. Em maio de 2007, a Secretaria Estadual de Governo lançou o projeto CopaBacana, para combater a desordem em Copacabana. De lá pra cá, em operações quase diárias, 3.081 mil moradores de rua foram recolhidos e 49 pessoas, presas. Seis meses depois, teve início a Operação IpaBacana, em Ipanema, que acolheu 473 moradores de rua e prendeu 19 pessoas. Apesar dos números, o subsecretário estadual de Governo, Rodrigo Bethlem, reconhece que os problemas continuam, e pede ajuda à população. “Não comprar produtos piratas, não dar dinheiro para menores no sinal, não parar o carro em cima da calçada e não jogar o lixo na rua. São coisas que depredam o bairro, desorganizam, bagunçam e desordenam as regiões em que as pessoas vivem”, afirmou Bethlem. O subsecretário afirmou que vai continuar com as operações contra a desordem nos bairros. Bethlem disse que o trabalho de fiscalização não tem prazo para ser encerrado. Já a Polícia Militar não quis comentar sobre as imagens que mostram a desordem perto de cabines policiais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário