SIMPATIA


No dia de Iemanjá, Simpatia faz oferenda a orixá em Ipanema

  • Bloco faz seu primeiro desfile neste sábado. Foliões poderão levar flores e bilhetes com pedidos

RAFAELLA JAVOSKI (

Bloco Simpatia é Quase Amor vai homenagear Iemanjá no desfile que este ano cai no dia do orixá
Foto: Rafeal Moraes / O Globo
Bloco Simpatia é Quase Amor vai homenagear Iemanjá no desfile que este ano cai no dia do orixá Rafeal Moraes / O Globo
RIO — Quando Dorival Caymmi compôs “Dois de fevereiro” e cantou que nessa data haveria festa no mar para Iemanjá, não imaginava que no ano de 2013, em Ipanema, a festa seria na pista e na areia para cerca de 80 mil pessoas. Em seu primeiro desfile neste carnaval, o bloco Simpatia É Quase Amor prepara uma homenagem ao orixá no próximo sábado. Um tradicional barco com dois metros de comprimento e 50 centímetros de altura será levado ao mar, com flores e bilhetes. E todos podem levar suas oferendas.
Na frente do bloco, 24 yaôs vestidas de branco e turbante, que são filhas de santo, vão benzer o público com água de cheiro durante todo o percurso. E os 100 ritmistas vão usar chapéus que lembram o adereço do orixá. Ainda na concentração, que começa às 16h na Rua Teixeira de Melo, Iemanjá também será lembrada com o samba “Lenda das sereias” do Império Serrano de 1976, reeditado há quatro anos pela verde e branca.
A embarcação será levada ao mar no final do desfile, entre as ruas Aníbal de Mendonça e Henrique Dumont, por dois surfistas. Segundo o diretor do bloco Dodô Brandão, seguidor do candomblé, é para garantir que a oferenda não volte para a areia. Ele conta que em 29 anos acredita que já tenham desfilado anteriormente nesta data, mas que a coincidência não fora percebida. Desta vez, e principalmente por desfilarem na orla, fizeram questão de homenageá-la. Ainda esta semana, representantes do Simpatia vão até um terreiro para pedir autorização ao orixá para usar as cores do bloco, amarelo e lilás.
Apostando na mistura de crenças comum no Brasil, Brandão acredita que a homenagem à Iemanjá não vai afastar aqueles que são ligados a outras religiões e aposta na situação inversa, agregando novos foliões que se interessem em participar do ritual.
— No Réveillon muitos se vestem de branco e vão à praia levar flores e fazer um pedido, não só os seguidores do candomblé. Iemanjá é um orixá querido e acho que não vai haver rejeição, e sim um público novo. Os cariocas têm carinho pelo Simpatia, assim como por Iemanjá — afirma ele, acrescentando que toda a diretoria aprovou de imediato a iniciativa.


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