Obra do metrô provoca 'migração' na Zona Sul
Para evitar os engarrafamentos previstos, moradores de Ipanema e Leblon já deixam apartamentos milionários fechados para alugar outros em bairros vizinhos
Rio - A primeira fase das obras da Linha 4 do Metrô (Ipanema-Barra da
Tijuca) na Zona Sul nem começaram e já provocam espécie de "êxodo VIP" na
região.
Moradores do Leblon e Ipanema, prevendo os transtornos que
a Concessionária Rio Barra S.A. e a prefeitura admitem que haverá por lá nos
próximos 18 meses — prazo para os bloqueios de trânsito —, estão alugando,
vendendo ou fechando seus imóveis e indo morar em bairros vizinhos. Outros estão vendendo
até seus carros.
O empresário Lúcio Barra, de 56 anos, por
exemplo, dono de uma imobiliária no Centro do Rio, deixou, há dois meses, o
confortável apartamento em que morava com a mulher em um prédio de frente para o
mar, na Avenida Vieira Souto, em Ipanema, um dos endereços mais caros e nobres
do Rio. O casal se mudou para a Rua Tonelero, em Copacabana.
“Não pretendo, pelo menos por enquanto, alugar ou vender meu
apartamento na Vieira Souto (avaliado em mais de R$ 1,5 milhão). Vou deixá-lo
fechado e morar de aluguel em Copacabana até 2015, quando o tormento no trânsito
deve acabar por lá”, afirma Lúcio, que levou sua mobília e está pagando quase R$
5 mil de aluguel e condomínio no novo endereço temporário. “Tenho vários clientes que também estão tomando a mesma atitude”, comentou
Lúcio.
No Leblon, já é possível ver várias placas de "aluga-se" ou "vende-se" nas janelas de prédios localizados entre as ruas Bartolomeu Mitre e Ataulfo de Paiva, ao redor da Praça Antero de Quental, onde nesta segunda-feira novas máquinas pesadas chegavam.
José Roberto Oliveira, 46, gerente de uma lanchonete na Ataulfo de Paiva, contou que alguns comerciantes pensam em passar seus pontos.
“Com a interdição de ruas a partir de sábado, a tendência é que o movimento caia muito. Para continuarmos funcionando, teremos que baixar os preços de salgados e refeições. Os próprios funcionários (das obras) é que passarão a ser nossos principais clientes”, acredita José.
Bloqueios já começam no sábado
Para a Linha 4, serão construídas seis estações do metrô: Nossa Senhora da Paz, Jardim de Alah, Antero de Quental, Gávea, São Conrado e Jardim Oceânico.
Impactos no trânsito serão inevitáveis. A partir de sábado, começam os bloqueios em uma pista da Avenida Ataulfo de Paiva, entre a Rua Gal.
Venâncio Flores e a Avenida Bartolomeu Mitre, e entre as avenidas Afrânio de Melo Franco e Borges de Medeiros. Dia 24, esses trechos passam a ficar totalmente fechados.
Lúcio fechou seu apartamento na Av. Vieira Souto e se mudou para R.Tonelero, em
Copa, para fugir do caos no trânsito que trará a obra do metrô | Foto: Carlo
Wrede / Agência O Dia
No Leblon, já é possível ver várias placas de "aluga-se" ou "vende-se" nas janelas de prédios localizados entre as ruas Bartolomeu Mitre e Ataulfo de Paiva, ao redor da Praça Antero de Quental, onde nesta segunda-feira novas máquinas pesadas chegavam.
José Roberto Oliveira, 46, gerente de uma lanchonete na Ataulfo de Paiva, contou que alguns comerciantes pensam em passar seus pontos.
“Com a interdição de ruas a partir de sábado, a tendência é que o movimento caia muito. Para continuarmos funcionando, teremos que baixar os preços de salgados e refeições. Os próprios funcionários (das obras) é que passarão a ser nossos principais clientes”, acredita José.
Ataulfo de Paiva com Bartolomeu Mitre: maquinário já na pista | Foto: Carlo Wrede / Agência O Dia
Para a Linha 4, serão construídas seis estações do metrô: Nossa Senhora da Paz, Jardim de Alah, Antero de Quental, Gávea, São Conrado e Jardim Oceânico.
Impactos no trânsito serão inevitáveis. A partir de sábado, começam os bloqueios em uma pista da Avenida Ataulfo de Paiva, entre a Rua Gal.
Venâncio Flores e a Avenida Bartolomeu Mitre, e entre as avenidas Afrânio de Melo Franco e Borges de Medeiros. Dia 24, esses trechos passam a ficar totalmente fechados.
O Governo demorou para iniciar as obras, apesar de já saber há três anos que as Olimpíadas 2016 serão no Rio. Agora está com pressa, quer correr e atropelar a preservação ambiental, enquanto que existe projeto alternativo que preserva a Praça N. Sra. da Paz intacta e ainda mantém a estação de metrô em seu subsolo (a ser escavado exclusivamente pelo equipamento "Tatuzão", que já será usado em outras partes da obra). Este projeto alternativo deveria ter sido analisado pelo governo, mas agora alega falta de tempo para estudar outras propostas e acaba castigando o povo carioca, o povo que ele governa. Ainda há tempo, sim, para ser adaptar o projeto da Praça em Ipanema. Temos mais de três anos pela frente até 2016. O Maracanã, que é uma obra muito mais difícil do que uma estação de metrô, começou a ser reformado há apenas dois anos e falta pouco para ficar pronto.
ResponderExcluir
ResponderExcluirImagine! Vieira Souto prejudicada pelo METRO???
Se fosse verdade isso , Copacabana nao teria sobrevivido durante a construcao do Metro...
Aqui em Ipanema o Tatuzao nao vai trabalhar na superfície e se o aumento de trânsito fosse deixar o bairro inviável para viver o que podemos falar de LAGOA , BOTAFOGO ,GAVEA e BARRA ,só para citar alguns ?
Ipanema e Leblon sao os melhores lugares para se viver aqui no Rio e nao sao poucas intervenções que mudarão
essa realidade.