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Metrô: Cabral enfatiza que estudo da FGV é só sobre a 2ª etapa das obras; propostas de associações de moradores estão fora de análise técnica

O Globo

RIO - O governador Sérgio Cabral enfatizou neste sábado que o estudo contratado à Fundação Getúlio Vargas (FGV) sobre a expansão do metrô até a Barra refere-se apenas ao trecho entre a Gávea e a Praça General Osório, em Ipanema. Esse trecho, segundo o governo do estado, é uma segunda etapa das obras iniciadas em março, com escavações no Maciço da Tijuca. Segundo Cabral, as obras da Linha 4, entre o Jardim Oceânico, na Barra, e a Gávea, têm projeto executivo e licenciamento ambiental, e podem ser tocadas junto com o estudo da FGV sobre o trecho Gávea-Ipanema. O trecho em análise pela FGV deverá ser implantado como uma expansão da Linha 1 e se encontraria com a Linha 4 na Gávea.
" Jamais no meu governo eu começaria uma obra sem projeto "
- Jamais no meu governo eu começaria uma obra sem projeto - disse Cabral durante uma caminhada pela Saara, cumprindo agenda de campanha.
O governo estadual argumentou que, por ser uma obra de grande porte, a implantação do metrô costuma ser feita por etapas, dando prazo mais largo de trabalho no detalhamento de novos trechos.
Em nota, o estado descartou a possibilidade de o estudo da FGV levar em conta uma proposta que vem sendo discutida por associações de moradores da Zona Sul e da Barra, num grupo batizado de "O metrô que o Rio precisa". Conforme O GLOBO mostrou neste sábado , as associações defendem que, na Barra, o metrô seja estendido ao Terminal Alvorada (com estações nas imediações do Canal de Marapendi e do condomínio Nova Ipanema) e, a partir da Gávea, que o trajeto siga por Humaitá, Botafogo, Laranjeiras e Centro (terminando na Estação Carioca). Segundo o estado, no entanto, nada impede que, no futuro, os trechos sejam contemplados.
" É preciso ter clareza de custos, de quantas pessoas irão usar essa linha e qual é o impacto ambiental disso "
O início das obras da Linha 4 sem detalhamentos de estudos sobre a expansão da Linha 1, contudo, foi criticado por parlamentares e especialistas. Vice-governador na gestão de Marcelo Alencar (1995-98), quando foi feita a concorrência original da Linha 4, ligando a Barra a Botafogo, o deputado estadual Luiz Paulo Correa da Rocha (PSDB) disse achar temerário que o estado tenha iniciado as escavações sem que todos os estudos e projetos estejam concluídos.
- Eu acho o trajeto pela Zona Sul viável e não sou contra o metrô para a Barra. Mas é preciso ter clareza de custos, de quantas pessoas irão usar essa linha e qual é o impacto ambiental disso. Metrô se viabiliza com gente entrando e saindo da estação. Inverteram as coisas - criticou.
Já o engenheiro de transportes Fernando McDowel, que coordenou a implantação da Linhas 1 e 2 do metrô, diz que o estudo da FGV deveria contemplar a demanda e a operação não apenas do trajeto proposto pelo estado, mas também do traçado original da Linha 4 (Botafogo-Jardim Oceânico).
- É preciso saber a melhor solução entre as duas linhas. Mesmo porque a demanda do trecho Zona Sul já foi contabilizada por mim no ano passado, num estudo encomendado pelo governo federal. E chegamos ao número de cerca de 183 mil pessoas por dia a mais no metrô, se ele passar pela Zona Sul.
Segundo o estado, a ligação Gávea-Botafogo atenderia 110 mil pessoas por dia, enquanto a alteração do traçado para Gávea-General Osório ampliaria o uso do metrô para 230 mil pessoas por dia.

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