MARACUTAIA

Polícia apreende amostra de cosmético à base de maconha

Responsáveis pela fabricação e venda poderão responder por apologia à droga e até por tráfico, caso haja o princípio ativo do entorpecente no hidratante

POR RENATA MONTI

Rio - A Polícia Civil apreendeu na tarde de ontem uma amostra do Body Butter Hemp, hidrante à base de maconha vendido em Ipanema. Se a perícia constatar que o creme contém o princípio ativo da droga, o THC, quem fabrica e comercializa o produto pode responder até por tráfico de drogas. A pena é de até 15 anos de prisão.

Empresa responsável por cosmético pode responder por crime contra a saúde pública e tráfico de drogas Foto: Alessandro Costa / Agência O Dia

Policiais da Delegacia de Repressão aos Crimes contra à Saúde Pública apreenderam um pote do cosmético no Empório Body Store, na Rua Visconde de Pirajá, em Ipanema. “Tudo tem que ser apurado.

A empresa pode responder por crime contra a saúde pública e tráfico de drogas. Mesmo que não tenha o THC, pode ser um caso de apologia às drogas”, explicou o titular, Fábio Cardoso.

A falta de registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deve render também acusação de falsidade ideológica.A empresa responsável informou que o Body Butter Hemp está livre do princípio ativo THC, conforme os documentos apresentados pelo fornecedor e importador da matéria-prima. Ressaltou, ainda, que possui o registro na Anvisa e prestará todos os esclarecimentos aos órgãos competentes.

A Anvisa nega que tenha registro do produto. A amostra do creme será encaminhada hoje para perícia ao Instituto de Criminalística Carlos Eboli. A análise deve levar cerca de uma semana. RecolhimentoSegundo a Anvisa, o produto, além de estar irregular, é ilegal. Isso porque não segue os padrões para registro no órgão responsável e fere a Lei Federal 11.343, de 2006, que institui o Sistema Nacional de Políticas sobre Drogas.

O texto não prevê o uso de psicotrópicos para fins estéticos, de hidratação ou semelhantes, como seria o caso do creme.

A Anvisa pedirá à Vigilância Sanitária do Rio que recolha o produto.