VAI COMEÇAR A BADERNA !!!

Inflação à beira mar

Média de preço na praia sobe de R$ 2 para R$ 3

Fabiana Ribeiro

RIO - A temperatura subiu. Os preços, idem. Na praia, o consumidor encontra os produtos típicos da orla carioca - da água de coco ao biscoito Globo - até 50% mais caros que no verão passado. E, assim, os preços médios dos artigos à beira mar subiram de R$ 2 para R$ 3.
Segundo alguns empreendedores da areia, os preços podem ficar ainda mais salgados com a chegada do carnaval. Mas há uma luz no fim do túnel: quando o calor passar, alguns itens devem voltar ao patamar anterior. Até lá, os dias de sol prometem ser cada vez mais quentes e mais caros.
" Vários itens subiram no ano passado. E, em algum momento, chega a hora de repassar isso: é agora, neste verão "
Na orla de Copacabana, Ipanema e Leblon, latas de refrigerante e cerveja, garrafas de água, biscoitos, água de coco e salgados custam, em média, R$ 3 - no ano passado, variavam entre R$ 2 e R$ 2,50, ou seja, uma alta entre 20% e 50%. Já os picolés de fruta subiram de R$ 2 para R$ 3 (50%). E há salgados na areia que passaram de R$ 3 para R$ 4 (33,3%). As caipirinhas aderiram à onda de altas e custam, em média, entre R$ 8 e R$ 10.
- Vários itens subiram no ano passado. E, em algum momento, chega a hora de repassar isso: é agora, neste verão - disse um vendedor de salgados. Apesar de alta generalizada, vale dar uma pesquisada nos preços
O vendedor Carlos Eduardo Antero enfrenta uma fila enorme para se abastecer de biscoito Globo e, assim, trabalhar nas praias do Arpoador e de Ipanema. Com o verão e o aumento da demanda, o tradicional biscoito ficou mais caro. Agora, custa R$ 3, "mas dois são R$ 5", ponderou ele. Também ficou mais caro o seu refrigerante (R$ 3).
- O pessoal reclama. Mas não tem jeito. O que se pode esperar é que, após o carnaval, os preços baixem.
Os serviços tradicionais da areia encareceram. Alugar barraca e cadeira ficou, em média, um real mais caro. Na barraca Jerônimo/Junior, em frente ao hotel Cesar Park, em Ipanema, uma cadeira sai a R$ 3 e uma barraca, a R$ 4. Mas, de acordo com empreendedor Francisco Adelino, há outros fatores além do calor:
- A prefeitura passou a limitar o número de cadeiras e barracas. Então, houve efeito direto nos preços. E não tem jogo: o consumidor que não quiser pagar dá a vez àquele que aceita o nosso preço - afirma.
Não é raro, portanto, o consumidor encontrar cardápios expostos nas barracas das areias com os preços rasurados, num claro movimento de reajuste. Na barraca do Nélio, em Ipanema, já custam mais o refrigerante (R$ 3) e o aluguel de cadeiras (R$ 4) e barracas (R$ 5).
- E , no carnaval, os preços vão subir ainda mais - prevê um dos vendedores do quiosque da areia.
Apesar dos preços praticamente iguais, é possível encontrar diferenças. No quiosque Ponto da Saúde, em Ipanema, a água de coco chega a custar R$ 3,50. Em um quiosque próximo, sai por R$ 3. E andando um pouco mais, é possível encontrar outro que vende o mesmo produto a R$ 2,50 - é certo que esse quiosque é uma exceção. O mesmo ocorre com o picolé. Próximo ao Posto 8, numa área bastante frequentada por crianças, ainda circula um vendedor da marca Itália que oferece picolés a R$ 2 e sorvetes a R$ 3 - outra exceção.
- Tudo é gerado pela oferta e pela procura. No verão, há uma demanda maior por líquidos. E precisamos repassar os custos maiores. Antes do verão, eu comprava coco a R$ 0,70. Hoje, varia entre R$ 1,30 e R$ 1,50. Aqui, são seis empregados para dar conta da maior demanda. Tudo isso tem impacto no custo - justificou Cirilo Terra, dono do Ponto da Saúde.

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