CHOQUE DE ORDEM







Choque de ordem nas praias começa com apreensão de barracas e cadeiras




Nem mesmo a chuva impediu início da operação.




Cidade também ganha nesta terça medidor de sujeira nas ruas.

Cláudia Loureiro




Do G1, no Rio




Material apreendido nesta manhã no Arpoador e em Ipanema (Foto: Cláudia Loureiro/G1)A prefeitura do Rio começou a operação de choque de ordem na orla mesmo com o tempo chuvoso, nesta terça-feira (8). Houve apreensão de barracas, cadeiras e isopores - todos fora do padrão - carrinhos de supermercado, de feira, e engradados de bebidas, em Ipanema e no Arpoador, na Zona Sul. O material será levado para um depósito da prefeitura.

"É até bom que esteja chovendo porque podemos fazer um ensaio do que acontecerá nos dias de sol. Estamos fazendo uma simulação das situações, porque uma coisa é a ideia no papel, outra é a prática", explica o secretário de Ordem Pública (Seop), Rodrigo Bethlem.

A nova medida proíbe a venda de uma série de produtos, entre eles o camarão e queijo coalho no palito. Mas não é só: jogar frescobol na beira da praia só depois das 17h. Já as barracas têm também que seguir o padrão novo da prefeitura. Tudo foi pensado para deixar o visual na orla mais bonito e garantir que as regras de Vigilância Sanitária sejam cumpridas.

Barraqueiros aprovam iniciativa

Presidentes de 3 associações de barraqueiros em frente ao novo modelo de barraca que será usada nas areias Para os presidentes das associações dos barraqueiros, quem ganha são os próprios ambulantes. "Eles estão satisfeitos porque finalmente as reivindicações estão sendo atendidas", diz Paulo Juarez da Silva, responsável pela área do Leme a São Conrado.

"Na minha visão são três ganhos. Ganha a cidade, que fica mais bonita com tudo padronizado; ganha o barraqueiro, que tem a liberdade de comprar o produto onde quiser; e ganha a prefeitura, por contar com um exército de pessoas empenhadas na fiscalização", ressalta Avany Brito, presidente da Associação do Comércio Legalizado da Praia do Flamengo.

Os barraqueiros também aprovam a iniciativa. "A barraca tá linda, maravilhosa, é a melhor que poderíamos apresentar ao turismo. Nós somos a porta de entrada do turismo. Nós demos um salto. Antes éramos simples ambulantes, agora somos empresários da areia. É um reconhecimento da importância do nosso trabalho e isso aumenta a nossa autoestima", diz Vanda Pires, de 62 anos, que há mais de 10 anos ocupa um espaço no posto 12 do Leblon.

Já para Leandro Raggio, de 27 anos, as barracas são "quintal de casa dos banhistas". "O banhista tem um vínculo com a gente. Ele quer chegar na praia e encontrar a gente lá. A gente está sempre vendo as crianças crescendo. É uma coisa bacana. Estamos vendo com muitos bons olhos essa iniciativa. Isso é um sinal que a prefeitura entendeu que nós somos importantes para a cidade", explica Leandro, que fica em frente à Rua General Artigas, no Leblon.

Guardas municipais com o Segway, veículo que alcança até 20 km/h A iniciativa começa na área entre o Arpoador e o Leblon. Ao todo, 143 homens da Guarda Municipal e do Controle Urbano ajudarão a fiscalizar as praias diariamente, das 6h às 20h. Os agentes poderão usar o Segway, uma espécie de patinete elétrico que alcança até 20 km/h.

No Jardim de Alah, foi montado um contêiner que servirá de Centro de Operações Regional (COR), uma espécie de base avançada da Seop.

A equipe contará com dois reboques, duas picapes, um caminhão, um carro de areia, dois carros elétricos e patinetes elétricos para ajudar no trabalho.

O que está proibido nas areias da praia

Secretário Rodrigo Bethlem testa veículo que ajudará a fiscalizar as praias do Rio






- Uso de isopor

- Manipulação de alimentos na areia
- Publicidade em cadeiras e guarda sóis

- Prática de qualquer esporte na beira da água antes das 17h

- Uso de botijão de gás, churrasqueira, ou qualquer aparelho elétrico ou de som

- Alimento em palito (camarão, queijo coalho etc)

- Bebida em recipiente de vidro

- Fazer caipirinha na barraca (a venda da bebida só é permitida se for industrializada)

- Estacionamento de veículo depósito, inclusive o pernoite

A Operação de fiscalização Praia Legal Verão 2010 vai até 14 de março e contará 400 homens da Guarda Municipal e do controle urbano, fiscais de atividade econômica, com apoio da Vigilância Sanitária.

Lixômetro

O lixômetro (Foto: Carolina Lauriano / G1) Acabar com o lixo jogado nas ruas do Rio. É com esse objetivo que a cidade ganha nesta terça-feira (8) o primeiro lixômetro, indicador que medirá e informará o total de lixo em cada região. O aparelho fica na Praia de Copacabana, na Zona Sul, na altura da Avenida Princesa Isabel. O objetivo é que até janeiro as 34 Regiões Administrativas (RAs) tenham, cada uma, o seu lixômetro.

A contabilização de toda a sujeira produzida por dia e por pessoa será contabilizada pela Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana). Segundo a prefeitura, são 9 mil toneladas de lixo coletadas por dia na cidade. O custo total, por ano, é de R$ 700 milhões. Desses, R$ 400 milhões são gastos no recolhimento de lixo público.

O objetivo da prefeitura é reduzir em 8% ao ano esse custo, que significa uma economia de R$ 30 milhões ao ano. O dinheiro será revertido metade em obras para a região com menor geração de lixo público per capita e a outra metade para a região com maior redução do total de lixo público coletado.

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