HOMENAGEM DE IPANEMA


Fernando Torres será homenageado com nome de largo em Ipanema

Publicada em 10/09/2008 às 12h21mO Globo Online e O Globo

RIO - O boletim eletrônico do prefeito Cesar Maia informou que a prefeitura do Rio vai batizar o largo na esquina das ruas Almirante Sadock de Sá e Alberto de Campos, em Ipanema, como Largo Fernando Torres. O decreto será publicado no Diário Oficial desta quinta-feira.
Ele era casado com a atriz Fernanda Montenegro.
Fernando Torres nasceu em 14 de novembro de 1927, em Guaçuí, município no sul do Espírito Santo. A paixão pelo teatro surgiu quando ele se mudou para o Rio. Ainda jovem e, aluno do Instituto Rabelo, na Tijuca, participou de peças de colégio com Paulo Porto. Assim, antes mesmo de entrar na faculdade, foi convidado por Gerusa Camões para atuar na montagem do Teatro Universitário de "A dama da madrugada", peça que contava também com Nathália Timberg e Jaime Barcelos no elenco.
Pouco depois, Torres entrou para a faculdade de medicina. Mas o teatro e a rejeição às aulas de anatomia fizeram com que ele largasse o curso em menos de três anos. Em 1950, ele teve uma curta passagem de locutor na Rádio MEC, e foi ali que conheceu Fernanda Montenegro, com que viria a se casar em 1952. Torres participou, então, das companhias Eva Todor e do Teatro Maria Della Costa (TMDC).
Sua estréia na direção de um espetáculo ocorreu em 1958, dentro do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), com a peça "Quartos separados". Um ano depois, ele se juntou a Ratto, Fernanda, Sérgio Britto e Ítalo Rossi para fundar o grupo Teatro dos Sete. A companhia durou apenas seis anos, mas marcou época com peças como "O beijo no asfalto", de Nelson Rodrigues, dirigida por Torres.
Depois do término do Teatro dos Sete, Torres dirigiu espetáculos que o consagraram por um estilo de ritmo e marcação precisos. Entre esses, estiveram "O homem do princípio ao fim", de Millôr Fernandes; "O inimigo do povo", de Henrik Ibsen; e "O amante de Madame Vidal", de Louis Verneuil. Seu talento também foi reconhecido sobre os palcos, com atuações em diversas peças, com destaque para "O interrogatório", de Peter Weiss; "A longa noite de Cristal", de Oduvaldo Vianna Filho; "Seria cômico... se não fosse sério", de Dürrenmatt; e "É...", de Millôr Fernandes.
Em paralelo ao teatro, Torres também desenvolveu uma sólida carreira na TV e no cinema. Entre as novelas em que atuou, estão "A gordinha", "Baila comigo", "Sétimo sentido", "Amor com amor se paga" e "Zazá". Seu último papel foi como o personagem Alésio Lacerda, em "Laços de família", de 2000.
Já no cinema, a carreira de Torres foi marcada com atuações em obras importantes como "Os inconfidentes" (1972), de Joaquim Pedro de Andrade; "Tudo bem" (1978), de Arnaldo Jabor; "Veja esta canção" (1994), de Cacá Diegues, e "A ostra e o vento" (1997), de Walter Lima Jr.. E foi exatamente na tela grande que o talento do ator pôde ser visto pela última vez pelo grande público, com o filme "Redentor", dirigido por seu filho, Cláudio Torres. Além do cineasta, Fernando Torres e Fernanda Montenegro também tiveram uma filha, a atriz Fernanda Torres.

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