VIOLÊNCIA NOS SINAIS DE TRÂNSITO

Violência ronda sinais de trânsito

Felipe Sáles, Jornal do Brasil

RIO - A ação de dois malabaristas que, no domingo, assaltaram duas pessoas em meia hora na Lagoa, trouxe à tona outros casos de esquinas usadas como ponto de encontro de bandidos. Moradores de Ipanema, Botafogo, Lagoa e Copacabana colecionam histórias das esquinas preferidas dos assaltantes – e que parecem só não ser de conhecimento da polícia.
Em Ipanema, os recorrentes crimes nas mesmas esquinas e a desordem que toma conta do bairro motivaram os moradores a criarem o Projeto de Segurança em Ipanema.
Mais de 150 pessoas discutem, por e-mail e em reuniões quinzenais, os principais problemas do bairro.
Nos últimos dias, um dos tópicos principais tem sido o entorno da Praça Nossa Senhora da Paz.
Segundo moradores, à noite a praça tornou-se dormitório de moradores de rua. Os assaltos acontecem nas esquinas da Rua Maria Quitéria e Visconde de Pirajá e, em seguida, os menores aproveitam as grades quebradas da praça para fugir.
– Um relatório com esse e outros problemas já foi enviado várias vezes à delegacia e ao batalhão – reclamou a dona-de-casa Roselene Soares, membro do grupo. – Mas nunca melhoraram o policiamento.
A presidente da Associação de Moradores da Fonte da Saudade, na Lagoa, Ana Simas, destaca a Rua Alexandre Pereira, perto do Túnel Rebouças, e o sinal da Avenida Fonte da Saudade com Almirante Guillobel, que é próximo ao local onde, no dia 17, dois PMs foram executados. Copacabana também têm esquinas cobiçadas pela marginalidade, como a da Rua Miguel Lemos com a Avenida Atlântica.
– Semana passada mesmo, vi da janela um veículo sendo roubado – diz um morador, que não quis se identificar.
– Antigamente acontecia de dia, mas assaltos continuam sendo muito comuns nessa esquina.
Na Urca, arrastão
Até a Urca – reduto bucólico do Rio – sofreu com a ação de bandidos. Na noite de sábado, quatro veículos foram assaltados na Avenida Pasteur. Em Botafogo – bairro que, assim como a Urca, é atendido pelo 2º BPM (Botafogo) – a presidente da associação de moradores, Regina Chiaradia, destaca a esquina das ruas Álvaro Rodrigues e Mena Barreto.
Já o presidente da Associação Comercial de Botafogo, Marcelo Ferreira, diz que várias vezes reclamou no 2º BPM de assaltos crescentes, praticados sempre pelo mesmo grupo, na Rua Muniz Barreto, 51, em frente a uma faculdade. Segundo ele, a passarela em frente ao Mourisco e a Radial Oeste, número 80, também são foco de assalto. O subcomandante do 2º BPM, major Gláucio Moreira, argumenta baixo efetivo e explicou que, “talvez, as estatísticas indiquem ocorrências altas em outros pontos”.

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