ZONA NO ARPOADOR

Shopping funciona a céu aberto e atrapalha pedestres no Arpoador

  • Secretaria de Ordem Pública diz que vai intensificar a fiscalização no local onde ficam ambulantes
O GLOBO, COM O LEITOR RICARDO HABBEMA (

Ambulantes ocupam o calçadão em Ipanema -
Foto: Leitor Ricardo Habbema / Eu-Repórter
Ambulantes ocupam o calçadão em Ipanema - Leitor Ricardo Habbema / Eu-Repórter
RIO - Um verdadeiro shopping a céu aberto funciona no calçadão do Arpoador nos domingos e feriados, quando uma das pistas da Avenida Vieira Souto, em Ipanema, é fechada ao tráfego para dar lugar a ciclistas, skatistas, patinadores e quem mais aparecer para se divertir. Tem biquínis, cangas, bijuterias, bolsas... O flagrante é do leitor Ricardo Habbema, que se queixa da quantidade de camelôs obstruindo a passagem de pedestres. Segundo ele, não se pode mais correr, ou mesmo caminhar no calçadão, do Arpoador até o Hotel Fasano. A área, diz Maia, está tomada por “vendedores de muambas”. Além disso, ele também reclama da música alta, por causa de gente que usa amplificadores para anunciar seus produtos na orla.
Em nota, a Secretaria de Ordem Pública (Seop) informou, no dia 25 de abril, que realizaria operações para coibir o comércio ambulante irregular no calçadão de Ipanema e que intensificaria a fiscalização no local. O leitor, no entanto, voltou a flagrar a irregularidade no dia seguinte, 26 de abril, um sábado. No dia 30, a Seop mais uma vez informou que a fiscalização será intensificada. A secretaria também afirmou que vai coibir a colocação de estruturas não autorizadas que ocupem o calçadão.
Quem é flagrado realizando qualquer tipo de atividade econômica em via pública, sem autorização por parte da prefeitura, pode ter a mercadoria apreendida.

ORLA

Rio

Seop realiza trabalho de ordenamento nas praias

Jornal do Brasil
A Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop), com oapoio de guardas municipais, realizou nesta quinta-feira (01/05) uma operação de combate à desordem nas praias. Guardas municipais distribuíram 600 exemplares dos manuais educativos de Convivência nas Ciclovias e nas Áreas de Lazer da orla, no Leblon, Ipanema, Barra e Recreio. Durante a ação, foram abordadas 150 pessoas com o objetivo de orientar e reafirmar as ações da fiscalização em nome da boa convivência no principal espaço de lazer da cidade.
Durante o ordenamento, guardas municipais do Grupamento Especial de Praia coibiram a presença de cinco cães na areia e evitaram a prática de cinco jogos de altinho próximo ao espelho d'água no trecho de praia do Flamengo a Barra de Guaratiba. 
O estacionamento irregular também foi alvo da fiscalização nesta quinta-feira com 100 veículos multados na orla.

IPANEMA 120 ANOS


Aniversário de 120 anos de Ipanema é comemorado com grafite

Tapumes da Linha 4 receberam trabalhos de artistas.
Obras retrataram a história do bairro.

Do G1 Rio
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Grafiete em tapumes das obras do Metrô da Linha 4 comemoram 120 anos de Ipanema (Foto: Divulgação/Linha 4 do Metrô)Trabalhos contaram a história do bairro aniversariante (Foto: Divulgação/Linha 4 do Metrô)

Os 120 anos do bairro de Ipanema, na Zona Sul do Rio de Janeiro, foram comemorados com arte durante a manhã e tarde de sábado (26). Cem metros de tapumes de obras da Linha 4 do Metrô (Barra da Tijuca-Ipanema) na Praça Nossa Senhora da Paz foram grafitados por 16 artistas selecionados, no evento público 'Tudo Tem Mais Graça Com Arte'. Na intervenção, os artistas contaram a história do bairro e deram um novo aspecto visual aos tapumes.
"É uma maneira de ocupar os tapumes com obras, mas de arte. Traz mais cor para o coração de Ipanema. É um presente para o bairro, em seu aniversário", disse Maria Beatriz Branquinho, coordenadora de comunicação do Consórcio Linha 4 Sul, responsável pelas obras entre Ipanema e Gávea da Linha 4 do Metrô.
O projeto é uma realização da Stickeria, do Governo do Estado do Rio de Janeiro, da Concessionária Rio Barra S.A., do Consórcio Linha 4 Sul, da Subprefeitura da Zona Sul, da Associação dos Moradores de Ipanema e do Rio Ao Vivo.
"Esta é a nossa primeira ação cultural em comemoração aos 120 anos de Ipanema, e estamos muito felizes com a parceria. Até o fim do ano, nosso bairro terá outros eventos para celebrar este aniversário", contou a presidente da Associação de Moradores de Ipanema, Maria Amélia Loureiro, de acordo com a assessoria de imprensa da Linha 4.
Grafite comemora 120 anos de Ipanema em tapumes da Linha 4 do Metrô (Foto: Divulgação/Linha 4 do Metrô)Mordores e turistas registraram as obras (Foto: Divulgação/Linha 4 do Metrô)

METRÔ


Notas do subterrâneo: a cidade que se movimenta sob Ipanema

A vida dos quase 9 mil trabalhadores que se revezam noite e dia para construir a Linha 4 do metrô

O DIA
Rio - Homens trabalhando, alertam placas e faixas. Uma massa anônima de mais de 8.600 funcionários desenha sob os pés dos cariocas, como um disciplinado exército de formigas, os 16 quilômetros de trilhos da Linha 4 do Metrô, que vai transportar 300 mil pessoas por dia entre Ipanema e Barra. Essa população executa debaixo da terra a maior obra urbana em curso no mundo, prevista para ser concluída no primeiro semestre de 2016.
Homens trabalham 20 metros abaixo da terra onde era a Praça da Paz
Foto:  Alessandro Costa / Agência O Dia
“Trabalhei na reforma do Maracanã, que já foi impressionante. Mas a obra do metrô é ainda maior”, diz, deslumbrado, o operador de máquina Charlison da Silva, pernambucano de 32 anos.
Nos canteiros, onde é sempre noite, parecem todos iguais. O uniforme é pesado, com calça e camisa de mangas compridas, coberto pelo obrigatório aparato de capacete, óculos plásticos, coletes, botas, fones e máscaras.
A 20 metros de profundidade, o equivalente a um prédio de sete andares, 350 pessoas trabalham na obra da Estação Nossa Senhora da Paz. Por ora, nada ali sinaliza o futuro de trens, trilhos e plataformas. O cenário é semelhante ao de uma mina, com atmosfera sufocante, apesar dos dutos de ventilação. Os altos decibéis de tratores, escavadeiras, britadeiras e toda sorte de ferramentas são a música-ambiente.
Próximo a um altar de Nossa Senhora na entrada de um dos túneis, Charlison conta que o trabalho pesado convive em harmonia com brechas para a diversão nas profundezas. “O pessoal traz jogos de dama e baralho. Temos até uma salinha com TV e ar-condicionado”, revela o trabalhador, que ‘pega’ de 21h às 5h, e volta todo dia para casa, em Jacarepaguá.
Há também os que moram longe e optam pelo alojamento, que funciona no terreno do 23º BPM, no Leblon. Sem a armadura de operários, eles se misturam à agitação noturna do bairro nobre da Zona Sul e até batem ponto em botecos já contaminados pelos preços surreais do Rio — um sanduíche de carne assada custa R$ 9.
Dono de um bar na Rua Bartolomeu Mitre, Roberto Nascimento diz que costuma receber grupos de seis ou sete “peões” da Linha 4. “Eles vêm fazer um lanche. Alguns são até evangélicos.” Outros, porém, não resistem a uma cervejinha após o batente e podem ser vistos com os cotovelos sobre o balcão de botecos. “Tem gente que dá uma escapada pra beber, né?”, diz um operário da Linha 4, pedindo anonimato.
O ‘tatu’ que não larga o Rio
À Nossa Senhora da Paz, chega até o fim de junho a máquina perfuradora cujo nome pomposo — Tunnel Boring Machine — motivou a adoção de um apelido de sotaque “carioquês”: Tatuzão.
Um português coordena o grupo de homens que dirige a máquina de 2.700 toneladas e filiação alemã. “Uma das vantagens é trabalhar com pessoas qualificadas, de lugares diferentes, como Brasil, Alemanha e México”, diz Paulo Jorge Nunes, de 50 anos. Ao seu redor, se movem 180 pessoas, que se revezam em três turnos, 24 horas por dia. Ele já comandou outros ‘Tatuzões’ (este foi feito sob medida para o Rio) em diversos países, como Espanha, Suíça e México. Para o Rio, trouxe a família, e gostou tanto da cidade que já pensa em pedir a cidadania brasileira para continuar aqui após a obra.
Fugindo do trânsito
Os anéis de concreto que formam os túneis da Linha 4 são fabricados na Leopoldina por 200 trabalhadores. Um deles é o soldador Alessandro de Vasconcelos, de 45 anos. Maratonista com duas participações na São Silvestre, ele volta para casa correndo. Literalmente. “Vou até Colégio, onde moro. São uns 20 km. Outro dia um motorista falou pra eu ter cuidado pra não ser multado por um pardal eletrônico”, recorda.
O borracheiro Valdecir Pereira, 41 anos, nem volta para casa de segunda a sábado. Cansado das três horas de trânsito até Itaboraí, na Região Metropolitana, ele passou a dormir no alojamento da central de concreto da obra, no Leblon. “Não me desgasto mais com esse retorno. E minha mãe, que mora comigo, não se preocupa mais”.
A reportagem é de Paulo Maurício Costa