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'Há meses estamos sentindo tremores', diz moradora da rua Barão da Torre

Moradores da via, em Ipanema, temem desmoronamento após a abertura nesta madrugada de duas crateras no local

LUISA BRASIL
Rio - Na madrugada deste domingo, por volta das 3h da manhã, moradores da Rua Barão da Torre, no trecho entre as Ruas Farme de Amoedo e Teixeira de Melo, em Ipanema, ouviram um forte estrondo vindo da rua.
Assustados, o que viram nas proximidades do local onde há meses está havendo as obras da Linha 4 do Metrô, foram dois buracos grandes o suficiente para fazer o piso rebaixar, causar estragos no portão da garagem e rachaduras na parede lateral dos prédios de número 137 e 138 e desnivelar um canteiro de plantas. "Há meses estamos sentindo pequenos tremores", conta uma moradora da área.
>>>GALERIA: Crateras assustam moradores de Ipanema
Antes que a imprensa chegasse, os buracos já tinham sido devidamente cobertos com terra o que não permitiu saber exatamente quanto mediam. A Defesa Civil foi chamada e está no local falando com os moradores que estão revoltados e sem informações da empresa responsável pela obra, a Consórcio Linha 4 Sul que apenas está prestando assistência logística. "Estamos sem informações, a empresa não dá esclarecimento, não se manifesta", reclamou um morador.
“O ‘Tatuzão’ está desligado até que o consórcio (Linha 4 Sul) descubra as causas do problema e avalie se será necessário fazer alguma alteração no projeto. Eles terão que nos entregar um relatório, que deve ficar pronto no meio da semana”, afirmou o subsecretário da Defesa Civil Municipal, Márcio Motta, após reunião com o consórcio construtor.
Em nota, o Corpo de Bombeiros informou que não foi constatado "risco para estrutura dos prédios no perímetro da ocorrência". Técnicos da Defesa Civil, em uma análise preliminar, disseram aos moradores que não há risco de desmoronamento. Mas à imprensa, a autarquia só fala através da assessoria. Além dos prédios de número 137 e 138 da Rua Barão da Torre que tiveram suas estruturas físicas abaladas, outros prédios estão, no momento, sem água, sem gás e já tiveram o sinal da TV a cabo cortado.
Parte da Rua Barão da Torre, em Ipanema, afundou na madrugada deste domingo
Foto:  Divulgação
"A gente ia comemorar o Dia das Mães com a família mas não podemos. Agora vai ter que ser sem cozinhar nem tomar banho porque estamos sem gás. O jeito vai ser improvisar um almoço em um restaurante", lamentou o analista de rede, Oscar Castro, 47 anos.
Sem previsão para o retorno de água e gás
As concessionárias de água e gás, até a noite deste domingo, não tinham previsão do restabelecimento dos serviços. A CEG informou que um ramal da rua foi afetado, deixando três prédios do lado ímpar sem gás, e os técnicos da companhia aguardavam autorização do consórcio para começar a trabalhar no local.
A Cedae informou que só poderia começar a operar após a intervenção da CEG. Segundo a companhia, a vazão da água foi reduzida na Barão da Torre, deixando secos os imóveis sem cisternas de reserva. O Consórcio Linha 4 Sul informou que reembolsará as despesas dos moradores prejudicados.

Consórcio Linha 4 Sul analisa causa do assentamento do solo
Em nota oficial, o Consórcio Linha 4 Sul disse que a causa está sendo analisada.  "Na madrugada deste domingo, ocorreu um assentamento de solo em frente aos números 132, 133, 137 e 141 da Rua Barão Torre, em Ipanema. O Consórcio Linha 4 Sul, responsável pelas obras entre Ipanema e Gávea da Linha 4 do Metrô (Barra da Tijuca-Ipanema), acionou o Plano de Atendimento a Emergências e prontamente mobilizou a Prefeitura do Rio de Janeiro, o Corpo de Bombeiros, a CEG, a Light, a Cedae, a Cet-Rio e o 23º Batalhão da Polícia Militar.
O reparo da calçada foi executado imediatamente, com injeção de concreto no solo, e o Consórcio tranquilizou moradores de que não há risco para a estabilidade das edificações do entorno. As causas do assentamento de solo ocorrido nesta madrugada estão sendo analisadas. Qualquer dano que, porventura, venha a ser causado pelas obras da Linha 4 do Metrô será reparado pelo consórcio construtor.
Em uma obra deste porte, o monitoramento é feito 24 horas por dia. A realização de vistorias nos imóveis do entorno das escavações dos túneis e estações é rotina. A vistoria cautelar é feita nas estruturas dos edifícios para verificar suas condições antes da escavação dos túneis e das estações. Os prédios recebem pinos de recalque e clinômetros – que possibilitam o acompanhamento de como as edificações se comportam antes e durante as obras. Todas as medições apresentam resultados dentro dos limites esperados - inclusive as mediçõ

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