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Praia no Rio tem salada de frutas por R$ 40 e porção de calabresa a R$ 60

Uma porção de batata frita sai por R$ 30 e a caipirinha, a R$ 15.
Guarda-sol e cadeiras custam entre R$ 6 e R$ 10 mas podem ter desconto.

Káthia Mello Do G1 Rio

Coco é vendido a R$ 6 nos quiosques de Ipanema  (Foto: Káthia Mello/G1 Rio)Coco é vendido a R$ 6 nos quiosques de Ipanema (Foto: Káthia Mello/G1 Rio)
A medida que os termômetros sobem, os preços nas areias das praias da Zona Sul do Rio também disparam. Nesta quarta-feira (15), com a sensação térmica de mais de 40°C o G1 esteve nas barracas e quiosques de Ipanema, entre o Posto 10 e 7, e  encontrou itens típicos do consumo na alta temporada, como a salada de frutas, a R$ 40. Na mesma barraca, que fica em frente a um hotel cinco estrelas, no Posto 9, se o banhista optar por uma porção de linguiça calabresa terá que desembolsar R$ 60. Em uma rede de bares da cidade, a mesma porção de calabresa sai a R$ 26.
Uma porção de batata-frita sai por R$ 30. A caipirinha é vendida a R$ 15 e a caipvodka a R$ 17. A sugestão é que o banhista pechinche  e procure preços mais em conta já que nos quiosques do calçadão o preço  pode variar entre R$ 10 e R$ 6.
Tabela de barraca em Ipanema tem salada de frutas a R$ 40 e calabresa a R$ 60 (Foto: Káthia Mello/G1 Rio)Tabela de barraca em Ipanema tem salada de
frutas a R$ 40 e calabresa a R$ 60
(Foto: Káthia Mello/G1 Rio)
Com a alta temporada, itens  como o aluguel de cadeiras e barracas. Na tabela, o preço da cadeira é  de R$ 6 e o guarda-sol R$ 10 mas dependendo do cliente é possível ter um bom desconto. A pedagoga Fátima Caldas é de Mato Grosso mas mora há 10 anos em Ipanema.
Ela diz que já percebeu que os preços de alguns produtos variam de acordo com a origem do cliente. " Aqui, o preço depende do sotaque. Eu tenho uma filha que é carioca e sempre que preciso de algo peço que ela negocie porque aí consigo um desconto", revela.
Um kit lanche praiano tipicamente carioca com água de coco, cerveja, mate e biscoito de polvilho - declarado patrimônio imaterial da cidade -  também está inflacionado. O G1 encontrou a  água de coco a R$ 6 nas barracas da praia e também nos quiosques.
Mais perto do Arpoador é possível encontrar o coco por R$ 5. A lata de cerveja custa R$ 6, o copo de mate R$ 4 e o biscoito de polvilho R$ 5 . Se o cliente pechinchar, leva o biscoito por R$ 4. Na fábrica, é possível comprar um pacote com 50 sacos do mesmo biscoito e pagar R$ 1.
A turista baiana Talita Almeida, diz que é um absurdo cobrar para ter sombra e para sentar na praia. "Em Salvador, a gente não paga a barraca. Só pagamos o que a gente consome. Estranhei muito isso". Na companhia de dois amigos australianos, ela pagou R$ 47 por seis cadeiras e duas barracas. As amigas Giulia, Fernanda e Kátia são de Vila Isabel, na Zona Norte. Elas dizem que compram água nos supermercados para não pagar R$ 5 pela garrafa na areia.
Fernanda Pascoal e mais duas amigas vieram de Duque de Caxias para passar o dia na praia com seis crianças. " Um copo de açaí está custando R$ 10. Quando as crianças pedem eu mando ir brincar na água porque não dá para comprar para cada um deles um açaí".
" A gente não compra nada aqui. Trouxemos água, refrigerante, sanduíche natural, nosso guarda-sol e cadeiras. A gente mora no Rio e  tem que pagar o preço do turista, reclama Ana Luiza Pereira.
Para alguns turistas os preços estão fora da realidade. " A sensação é que aqui tá tudo tabelado e qualquer coisa custa  R$ 5", diz o goiano Fábio Nunes Pontes, que está visitando a cidade pela segunda vez.
Família de Caxias costuma levar alimentos para a praia por causa dos preços altos (Foto: Káthia Mello/G1 Rio)Família de Caxias costuma levar alimentos para a praia por causa dos preços altos (Foto: Káthia Mello/G1 Rio)
Vanberto Costa é de João Pessoa e tem um apartamento em Copacabana  para onde costuma vir todos os meses. " De outubro pra cá está tudo mais caro. Eu me assustei com o preço da cerveja hoje [quarta] aqui na praia. Paguei R$ 6 mas costumava pagar R$ 4. Eu acho que a tendência é aumentar ainda mais".
Vendedores de mate e biscoito na praia (Foto: Káthia Mello/G1 Rio)Vendedores de mate e biscoito na praia
(Foto: Káthia Mello/G1 Rio)
O empresário Alexandre Solera é carioca mas mora em Goiânia e vem ao Rio nos finais de semana.  Segundo ele, os preços saíram do controle. " Faz uma semana eu e mais alguns amigos nos reunimos em uma barraca para tomar um champagne. Pagamos R$ 180 pela garrafa que custa R$ 59 no supermercado. A gente aceitou ser roubado mas também só foi uma vez", contou.
O carioca José Antonio Vieira lembra com saudades do tempo que a praia era mais acessível. "Eu acho que o olho tá crescendo muito e eles acham que vão ficar ricos com a Copa. Acho que depois vai acabar tudo isso. Não é possível".

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