GOLZINHO


Ipanema recebe campeonato de golzinho no fim de semana

Evento reúne peladeiros para disputar a tradicional brincadeira entre amigos

RENATO DE ALEXANDRINO


Praia de Ipanema recebe campeonato de golzinho neste fim de semana
DIVULGAÇÃO

RIO - Se você gosta de jogar futebol, uma coisa é certa: você já jogou golzinho. O esquema é simples e descontraído - para não dizer beirando o anárquico. A bola pode ser de papel, de meia, de qualquer coisa que tenha uma forma remotamente esférica - em alguns casos, até mesmo uma bola de futebol é utilizada! Como traves, vale tudo, desde chinelos a pedras, passando por tijolos ou mochilas. O campo pode ser a sala do apartamento, o quintal do vizinho, a rua em frente ("cuidado com os carros, menino!"). O importante é juntar os amigos e bater uma bolinha para se divertir, tentando emular aquela jogada que o camisa 10 do seu time fez no domingo anterior e evitando a qualquer custo perder um gol à la Deivid.
INFOGRÁFICO: Confira algumas regras do campeonato de golzinho
No Rio de Janeiro, com seus quilômetros e quilômetros de praias, nada mais natural que as areias fossem um palco clássico para o golzinho. Tentando organizar essa paixão nacional, será disputado neste fim de semana, em Ipanema, em frente à Rua Paul Redfern, o primeiro campeonato de golzinho do Rio. As partidas começam às 9h.
O esquema é simples: times com três jogadores, e a possibilidade de outros três reservas, disputando partidas de 15 minutos. Ninguém é goleiro, e quem ficar protegendo demais o gol é punido com um pênalti. O gol terá 1,5m de largura e 80cm de altura, e chinelos demarcarão as traves laterais, para manter a tradição.
O campeonato será disputado por 48 equipes, formadas por peladeiros e amigos. Bem no espírito do golzinho que todos conhecem.
- Sempre joguei futebol society e participo de uma pelada toda semana, no Recreio. Lá fiquei sabendo do campeonato e achei legal poder voltar a jogar na areia, pois quando era mais jovem eu jogava bastante na Praia do Pepê - conta o administrador Bernardo Zarro, 26 anos, que formou um time com dois irmãos e mais dois amigos.
- Lembro de jogar futebol quando eu tinha apenas três anos. Jogo todo domingo em um clube e, de vez em quando, brinco um pouco na praia - diz Daniel Rios, 17 anos, estudante de comunicação.
Além da punição a quem ficar tirando onda de goleiro, o campeonato tem outras regras com penalidades - afinal, até mesmo a brincadeira tem que ser um pouco organizada, senão vira balbúrdia. Por exemplo, cada equipe pode fazer apenas duas faltas. A partir da terceira, é pênalti para o outro time. Isolou a bola para fora do campo? Penalidade.
Com tantas possibilidades de pênalti, o vascaíno Bernardo só espera não repetir a jornada de Alecsandro na última terça-feira, quando o atacante desperdiçou duas penalidades no jogo contra o Alianza pela Libertadores.
- Não, não! Tem que ter cabeça fria na hora da cobrança - receitou.
Em meio à brincadeira, sempre há a competição. Ou o importante é se divertir? Daniel e Bernardo entram com visões diferentes para o evento deste fim de semana.
- Montei um time com amigos dos tempos do colégio e espero ganhar! O segredo é ter bom condicionamento físico - aposta Daniel.
- A ideia é ir para se divertir. O argumento que usei para convencer meus amigos e irmãos a participarem foi simples: no mínimo vamos pegar uma praia em Ipanema - garante Bernardo.

PRAÇA DA PAZ

METRÔ

PRIVILÉGIOS !


TADINHO?????????

Enviado por Mauro Ventura -

Hoje, nove e pouco da manhã, em Ipanema

O homem sentiu sua corrente de ouro ser puxada e correu atrás do ladrão. Era um jovem da gangue da bicicleta, muito atuante na minha rua.

Mas era uma disputa desigual: o assaltado estava a pé, enquanto seu algoz ia em duas rodas. Só que o marginal não contava com um homem também de bicliceta, que deu uma gravata perfeita e o jogou ao chão.

O herói se identificou como policial federal, enquanto a vítima se disse coronel aposentado. O bandido foi jogado ao chão, ficou só de cuecas e tomou muito tapa na cara e bico no corpo. Uma velhinha passou e disse:

- Tadinho.

O policial respondeu:

- Minha senhora, se afaste daqui - e continuou a bater.

O rapaz apanhou muito, até a chegada da polícia. E provavelmente deve ter apanhado ainda mais depois.

TADINHO?/??/////

Enviado por Mauro Ventura -

Hoje, nove e pouco da manhã, em Ipanema

O homem sentiu sua corrente de ouro ser puxada e correu atrás do ladrão. Era um jovem da gangue da bicicleta, muito atuante na minha rua.

Mas era uma disputa desigual: o assaltado estava a pé, enquanto seu algoz ia em duas rodas. Só que o marginal não contava com um homem também de bicliceta, que deu uma gravata perfeita e o jogou ao chão.

O herói se identificou como policial federal, enquanto a vítima se disse coronel aposentado. O bandido foi jogado ao chão, ficou só de cuecas e tomou muito tapa na cara e bico no corpo. Uma velhinha passou e disse:

- Tadinho.

O policial respondeu:

- Minha senhora, se afaste daqui - e continuou a bater.

O rapaz apanhou muito, até a chegada da polícia. E provavelmente deve ter apanhado ainda mais depois.

IPANEMA !!!!! COMPAREÇA !!!!

TEMOS QUE SALVAR NOSSA PRAÇA DA PAZ !!!!

METRÔ


Esteira da estação General Osório só volta a funcionar em abril

Equipamento foi danificado no carnaval e novas peças já foram encomendadas, diz metrô

BERNARDO MOURA, COM LEITOR ROBERTO PEREIRA FRANCO


Quebrada desde o carnaval, esteira da General Osório só deve voltar à ativa no mês que vem

FOTO DO LEITOR ROBERTO PEREIRA FRANCO

RIO - Quebrada desde o carnaval, a esteira rolante da estação de metrô General Osório, em Ipanema, só deve voltar a funcionar em abril. Essa é a previsão da concessionária Metrô Rio, em resposta à reclamação do leitor Roberto Pereira Franco. Ele questionou a demora no conserto do equipamento, que foi alvo de vândalos durante os festejos de Momo. Um vidro da lateral foi quebrado e os estilhaços danificaram peças de rolagem internas.
“Convenhamos, duas semanas para consertar uma simples esteira? Difícil crer em tanto descaso”, afirma o leitor em relato ao Eu-repórter.
A demora ocorre porque as peças de rolagem da esteira são feitas sob medida, segundo o MetrôRio. A encomenda foi feita logo após o carnaval, afirma a concessionária. O prazo para a reativação da esteira é de 25 dias. A esteira mencionada pelo leitor fica próxima ao acesso da Rua Jangadeiros.
A conservação nas estações de metrô do Rio tem sido alvo frequente de reclamações dos leitores. Nesta semana, uma internauta mandou fotos de parte do revestimento da fachada da estação Irajá, na Linha 2, que caiu sobre a calçada. O local foi isolado pelos funcionários do metrô. No mês passado, parte do teto da plataforma da estação Carioca, na Linha 1, caiu e, por sorte, não atingiu passageiros.
no que depender da OTIS,vai apodrecer !
VIVA O CARNAVAL NO METRÔ !

ZUENIR VENTURA - PRAÇA DA PAZ

CARNAVAL 2012

DESORDEM NA AREIA

CARNAVAL 2012

Os vendilhões do templo de Momo - como querem acabar com o carnaval carioca

por Lúcio de Castro

Os invasores espanhóis, assim como outros colonizadores ao redor do mundo, mantiveram uma prática sórdida para conquistar os novos reinos: o massacre da cultura dos dominados, a humilhação e o desrespeito. A prática deixava eternizada a marca de bárbaros e espécie inferior entre os derrotados.

Cholula, no México, é o símbolo maior dessa prática. No topo da pirâmide asteca, construída ao Deus da Chuva, os espanhóis fizeram questão de erguer uma catedral, mostrando o desprezo que sentiam pela cultura nativa.

Nos tempos atuais, nossos governantes não são muito diferentes. Sérgio Cabral está desde já eternizado na história como o homem que destruiu nossa pirâmide para erguer a catedral que vai de encontro aos interesses dos novos conquistadores, agora revestidos com escudo da Fifa (além de outros conquistadores, claro, não fosse ele tão íntimo de empreiteiros). A pirâmide onde cultuávamos nossos deuses, onde o sagrado e o profano se misturavam na geral e na arquibancada num ritual que desconhecia ricos ou plebeus, dará lugar ao templo da cultura “superior, da ordem” e do que eles consideram moderno. Assim como os colonizadores de outrora, obedecendo a uma mesma lógica: eliminando os bárbaros incultos, desdentados e pobres, seus cantos e símbolos. O novo templo deverá ser asséptico, como mandam os preceitos vindos dos salões europeus.

Agora, com toda sinceridade, me diga: já não vimos esse filme ao longo dos tempos? Mais uma vez a história se repete como farsa. Trágica farsa. No topo de nossa pirâmide erguerão suas catedrais. Durante duas semanas, receberão subservientes os homens da Fifa, mostrando o quão obedientes são. E quando estes forem embora, farão a festa, entregando o templo, privatizado e “higienizado”.

Uma nova operação perversa de massacre da nossa cultura e suas mais caras pirâmides, com seus ritos, fé e devoção está em curso. No lugar de Sérgio Cabral, mas com ele também, o alcaide Eduardo Paes. Sorrateiramente, com pouco alarde, fez algo que ainda é inacreditavelmente pouco falado, mas que pretende mudar a história de um dos nossos outros monumentos e pirâmides: o carnaval carioca. Assim como o outro fez com o Maracanã, o alcaide começa a tentar destruir a festa que provavelmente vai mais fundo em nossa alma. Digo tentar porque, como já disse aqui outras vezes, desconhecem a história dessa gente de São Sebastião, que não se rende e saberá reinventar sua festa, longe dos gulosos tentáculos oficiais.

A operação foi simples e eis aqui o cerne da questão: entregou-se a festa popular, espontânea e nativa para uma gigante marca de cerveja. Gigante mundial. É provável que muitos desavisados ainda não tenham se dado conta do que aconteceu a partir daí, e sigam se perguntando como vai se dando tamanha descaracterização da festa. (Aqui falo obviamente em grosso modo, porque a resistência segue em locais, blocos e esquinas que se negam a entrar no novo templo, mantendo a chama que não se apaga).

A descaracterização e o óbvio gigantismo que se seguiu é fácil de ser explicada: comercializada a rua, vendido o templo de momo, era preciso “bombar”. Era preciso o óbvio: aumentar a escala humana, aumentando o consumo. A máquina de propaganda entra em ação, todas as mídias, uma imensa e eficaz estrutura de assessoria jorrando em tempo real imagens e textos em todos os meios, locais e mundiais (aqui fala alguém do meio, conhecedor da estrutura de divulgação que se montou, com alguns dos mais brilhantes profissionais de imagem e comunicação do mercado, pagos pela cervejaria).
De ano pra ano desde então, a escala passa a ser alucinante. Nem mesmo o “Cachorro Cansado” de minha infância, que a molecada da rua ia desfilando atrás só pra ir zombando do presidente, o Lobato Cabeçudo, chamando de “Cachorro Mortinho” pra dar conta do tamanho ínfimo daquele bloco de sujos escapa mais. Virou um bloco imenso, já que qualquer bloco virou um bloco imenso, pois para dar vazão a tanta gente, as hordas atraídas pela propaganda, qualquer coisa pulante pelas ruas vira uma multidão. E tome azeitada máquina de propaganda. Nem bem as primeiras batidas do repique soam, e as imagens já correm pelo mundo.

Cínicos, os mesmos vendilhões que entregaram o carnaval para a cervejaria falam no aumento do carnaval de rua do Rio, sem entender a razão...Mais cínicos ainda, chegam ao limite da sordidez ao dizer que “ainda falta educação ao povo”, repetindo o discurso daqueles lá de trás, que erguiam catedrais sobre as pirâmides alheias para mostrar a inferioridade e barbárie dos nativos. Como se fosse uma questão de educação resolver uma equação que não fecha jamais: comercializada e entregue a festa para a cervejaria, ela detém a exclusividade de venda em todos os pontos. E para dar escala ao investimento, espalha milhares de vendedores, não importando nem mesmo se são menores ou coisa que o valha. A outra ponta não fecha, salvo que um dia inventem a cerveja não diurética: com oferta aos borbotões, a cerveja do patrocinador oficial é consumida também aos borbotões por milhares. Que salvo a cidade transformada no maior depósito de banheiros da história da humanidade, obviamente não existirá conta que feche entre a quantidade de cerveja consumida e a vontade de mijar.

Como a escala é incentivada e forjada oficialmente, a solução é óbvia: dizer e propagar a ideia de que o povo não tem educação. Assim falou o governador, o prefeito, o bucha do prefeito, um almofadinha que cuida do carnaval em sua secretaria.

Talvez uma das melhores explicações para o inchaço recente dos blocos e do carnaval de rua carioca tenha vindo do secretário de turismo do Rio, Antônio Pedro Figueira de Mello, que segundo entrevista publicada no Globo de 24/2, “tem a missão de organizar o carnaval”. Pois depois de botarem a culpa na educação do povo para a perversa equação que não se fecha, aquela da imensa escala de oferta da patrocinadora oficial x bexigas humanas, o tal sujeito, num raciocínio tortuoso que nem Odorico Paraguaçu seria capaz, explica o tal inchaço recente: “Os blocos sofreram um inchaço, tivemos mais de quatro milhões nas ruas. Até o “Vem ni mim”, que era pequeno, reuniu 50 mil pessoas. O problema é que ninguém quer ir embora, mesmo depois da passagem dos blocos”.

É preciso reconhecer a genialidade dessa gente! Os camaradas vendem a galinha dos ovos de ouro. Entregam para a cervejaria (adoraria saber mais desse contrato, como isso se deu, a licitação, a concorrência e vou adorar acompanhar os doadores de campanha das próximas eleições...) o carnaval. A máquina entra em ação. A escala atinge proporções colossais. E aí o sujeito se sai com essa, justifica tudo com essa pérola da história do cinismo.

Na mesma entrevista, a resposta mais objetiva é para a pergunta “Alguma chance de o patrocínio da Ambev ser revisto”? Resposta: “Nenhuma chance, cerveja e carnaval tem tudo a ver”!

Mais um símbolo que os novos arquitetos de Cholula vão tentando matar. E para quem ainda defende a aberração que vai sendo cometida com o pobre argumento do turismo, vale sempre a lembrança de que nossa cultura, nossas tradições e rituais serão sempre mais importantes do que os negócios com cervejarias. Como disse o historiador Luiz Antônio Simas, sempre citado aqui e sempre necessário, “a ideia de se transformar o carnaval de rua em uma eterna micareta no balneário dos grandes eventos – e os conseqüentes dilemas que envolvem as relações entre o poder público e as agremiações carnavalescas – envolve o risco de matar o folião espontâneo, comandante de uma armada de piratas, colombinas, índios, faraós e árabes que vão se juntando sem trajeto definido, horário de partida ou de chegada”.

Mesmo a resistência que já surge aqui e ali tem se mostrado equivocada. E também muitas vezes elitista, desrespeitosa com nossa cultura. Mais do que isso, olhando apenas para o próprio umbigo, ou para a própria portaria do prédio, escolhe por olhar a árvore no lugar da floresta. Como alguns moradores da zona sul, que tem protestado contra os blocos, o xixi de gente mal educada, sempre com o arremate de que “o bairro não comporta isso”, fazendo lembrar relatos de cronistas de outrora, que relatavam que “as elites se entrincheiravam no carnaval, por achar o Zé Pereira neurastizante”.

Então sugerem que se transfiram o carnaval de rua para outro lugar. Sugestões esdrúxulas vão surgindo, como levar todos os blocos para um lugar só, espécie de sambódromo dos blocos, algo como Riocentro, etc. O que, como disse Simas, transformaria em definitivo nosso carnaval em micareta. Não que o pobre prefeitinho provavelmente não se encante com a ideia. Até Preta Gil (!) entrou no calendário da festa, patrocinada, com trio que, imagine, nada lembra nosso carnaval. O primeiro ano do aberrante bloco trouxe embrião do que queriam: um cordão, tal qual na Bahia, com abadas para Vips (!). O grito em São Sebastião contra ecoou tão forte que arquivaram a ideia. Ainda tentarão novamente.

Alguns moradores do Leblon tem sido os mais pródigos em protestos. Claro que não traduzem o espírito de todos no bairro, local histórico de Ruy Castro, João Ubaldo, Apolonio de Carvalho (quer alma mais elevada?) e sim, de Monsueto (precisa dizer mais?) e outras tantas almas de rua, que não apoiariam ideias segregadoras. Um pulinho no magnífico desfile do bloco do Império da Cruzada, único da área que resta fiel as tradições e sem apoios maiores (não apoiariam a gente da Cruzada São Sebastião, né?!) e veriam que o problema não são os blocos, e sim o que fizeram vendendo a festa. Ainda é tempo de verem que o importante é lutar contra essa mercantilização que agigantou e quebrou nossas tradições, e não contra a festa. Para não repetir os erros do passado, quando muitos moradores do Leblon apoiaram o crime bárbaro que se cometeu contra os moradores da favela da Praia do Pinto, (que deu origem a essa mesma Cruzada). Um dos grandes crimes do Brasil no século XX, cometido em nome da urbanização, um Pinheirinho com muito mais gravidade, aplaudido por muitos que provavelmente hoje preferem defender apenas “o nosso bairro” no lugar de defender a tradição e cultura de toda cidade, tradição essa que tentam assassinar, gerando o monstro.

O jogo ficou pe$ado. Já não há mais espaço para ingenuidade, reclamar da portaria, ser bobinho de retuitar a barbaridade do prefeito que humilha sua gente chamando de mal educada sem olhar para o todo. E o todo vai muito além do carnaval de rua do qual estamos falando. O negócio é lucrativo demais para essa gente ter deixado fora de suas garras tanto tempo. Será que alguém não estranhou aquele discurso súbito pela moralidade no desfile das escolas de samba ao fim do carnaval? Prefeito e governador vociferando contra os bicheiros (agora mais enfraquecidos ainda), dizendo que “era preciso profissionalizar”?

Uma rápida leitura dos fatos como um todo vai aclarar:
No dia 21 de fevereiro, o prefeito Eduardo Paes defendeu com veemência e incrível dose de agressividade a profissionalização do carnaval, dando como exemplos opostos São Clemente x Beija-Flor: “Reparem a São Clemente. É um exemplo de como os recursos à disposição das escolas de samba permitem um grande carnaval. Precisa de gestão profissional, precisa de gente séria. Você está vendo esta escola? Entrou um cara, um superprodutor, o Calainho, que está fazendo um carnaval que está deixando a Beija-Flor com vergonha. Então, mostra que dá para fazer muita coisa com aquilo que é disponibilizado às escolas. A gestão profissional é a transparência de recursos que são aplicados de fato no desfile”.

No mesmo dia, o jornal O Dia publicava nota dando conta da relação entre Calainho/prefeito/carnaval:

“Bailes Caros: O patrocínio aos Bailes do Rio custou R$ 2,950 milhões ao carioca. O dinheiro foi pago pela RioTur à L21 Participações, do empresário Luiz Calainho. Os eventos, entre eles o Baile da Cidade e o Grande Baile Gay, são no Jockey Club. Para entrar, o contribuinte paga entre R$ 100 e R$ 500 reais.

Vale ligar as falas, compondo o campo de análise do cenário para entendermos o que vem por aí num carnaval que, anotem, começa nova era nos desfiles, saindo das mãos não gloriosas dos contraventores e pulando para os amigos dos reis Paes, Cabral, (daqui a pouco o Aécio pinta nesse bloco...). Tem dúvida? Feche o ciclo com a entrevista do dia 24 de fevereiro, no Globo, do mesmo Calainho: “O desfile do Rio tem condição de se transformar numa franquia internacional, como é o Cirque du Soleil”.

Jamais iria achar bom que bicheiros, entre eles homens como Capitão Guimarães, que consta da lista de torturadores do “Brasil Nunca Mais” sejam os donos dessa festa. Mas é preciso atenção a essa transferência que se encaminha, o que irão fazer de nossa cultura. Não apenas isso, lembrando o imenso potencial do carnaval como lavanderia de dinheiro para políticos, empresários-laranjas, picaretas em geral, como já foi para bicheiros.

O movimento está em curso. Sorrateiro, com discurso que procura humilhar a cultura que fez “dessa quizomba nossa constituição”. Para enfim transformar, quem diria, (só rindo para não chorar de raiva e incredulidade como alguém pode falar uma coisa assim!), nosso carnaval em “uma franquia internacional, como é o Cirque du Soleil”.

Por sorte, somos de São Sebastião, que sempre olha por nós. Somos uma gente do lugar que se negou a acatar a ordem dos que queriam transformar o Rio na Paris dos trópicos. Por isso seguimos e chegamos até aqui. Se quiserem, batam nosso tambor negro no réveillon, porque nós começamos isso sem apoio oficial, sem “profissionalização”. Se quiser, peça uma brecha na nossa festa no Maraca, nós que inventamos o jogo do jeito que ele ficou. Nós descemos o Estácio, a Praça Onze e a Rio Branco com nossa quizomba certamente não para entregar a um grupo de almofadinhas que sonha com os cifrões ao transformar o carnaval de rua em micareta e os desfiles em franquia do Cirque du Soleil.

Não irão erguer suas podres catedrais em nossas pirâmides. Não passarão.

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CARTA ENVIADA

Rio, 05 de março de 2012


Ao Exmo. Sr. Prefeito da Cidade do Rio de Janeiro – Sr. Eduardo Paes


Prezado Sr. Prefeito,


Apesar da ampla divulgação positiva sobre o carnaval em Ipanema de 2012, a avaliação de seus moradores, infelizmente, é totalmente diversa.

Logo após o carnaval de 2011 enviamos ao Sr. com cópia para o Secretário Municipal de Turismo – Antonio Pedro Figueira de Mello - o relato da experiência dos moradores do bairro a respeito do dito evento, e algumas sugestões como nossa colaboração para a melhoria da organização e a diminuição dos impactos que esta festa causa ao bairro e seus moradores. Naturalmente, esta contribuição foi totalmente ignorada pelos organizadores. O carnaval de 2012 em Ipanema não só repetiu todos os problemas dos anos anteriores como – depredação do patrimônio público e privado, (invasão de prédio residencial, quebra de vidros na portaria e vandalismo no metrô), venda ilegal de bebidas alcoólicas por e para menores, o que é crime, venda de bebida alcoólica de forma generalizada criando uma multidão bêbada pelas ruas, gerando mais lixo, xixi e barulho. Tomamos a liberdade de lhe mandar o link de um vídeo (veja no final), feito por voluntários do Projeto de Segurança de Ipanema, que retrata o que realmente foi este carnaval. É óbvio, que esta situação não pode se repetir. Sugerimos de novo, preliminarmente, algumas medidas não tão complicadas de serem tomadas, mas que mudariam completamente este quadro:



1) Não dar autorização para que os ambulantes vendam bebidas alcoólicas. São produtos de venda controlada, e a infração à legislação que a rege é crime. Desta forma, seriam atacados dois problemas de uma só vez: a venda por e para menores, e a diminuição do teor de álcool na multidão de foliões.

2) Só permitir um bloco por dia em Ipanema, sob revisão critica e severa dos (blocos) autorizados a desfilar no bairro.

3) Imediatamente após a passagem do bloco, liberar as ruas e dispersar todo tipo de ambulante. Coibir rigorosamente a música alta, neste bairro residencial, após as 22h.

São medidas bem simples, e com elas se resolveriam 80% dos problemas que tanto incomodam os moradores. Acabaria com o trabalho infantil e com o número devastador de crianças e adolescentes bêbados por nossas ruas. Ao mesmo tempo, como a pessoa para beber precisaria sair do bloco, se diminuiria o impacto do álcool na multidão, que alcoolizada fica totalmente fora de controle. Menos alcoolizada, ela faria menos xixi nas ruas, seria mais ordeira e menos barulhenta.

Com a dispersão ds ambulantes, as pessoas não teriam mais motivação de ficar nas ruas causando todos os tipos de transtorno.


Nos causa muito repúdio ver a marca de nossa cidade associada a trabalho infantil. venda irregular de bebidas alcoólicas para e por menores, e desordem pública generalizada e indescritível.


Atenciosamente,


Ignez Barretto e Rogério Esteves - coordenadores do Projeto de Segurança de Ipanema


Vídeo > http://www.youtube.com/watch?v=PkMXhh47R-0

CARTA ENVIADA

Rio, 05 de março de 2012


Ao Exmo. Sr. Presidente da Ambev - Sr. João Castro Neves


Apesar da ampla divulgação positiva sobre o carnaval em Ipanema de 2012, a avaliação de seus moradores, infelizmente, é totalmente diversa.

Logo após o carnaval de 2011 enviamos ao Sr. um documento falando da indignação dos moradores de Ipanema em relação à festa patrocinada pela empresa da qual o Sr. é o presidente. Tomamos a liberdade de lhe mandar o link de um vídeo (veja no final), feito por voluntários do Projeto de Segurança de Ipanema, que retrata o que realmente foi este carnaval. Estamos enviando também alguns anexos que seriam do seu interesse tomar conhecimento.

Sabemos que a Ambev não interfere na organização deste evento, mas achamos que deveríamos levar ao seu conhecimento como a população vivencia a série de incômodos à qual é submetida sob a bandeira desta empresa.



Nos causa muito repúdio e perplexidade ver a marca de uma empresa, que um dos orgulhos de nosso país, associada a trabalho infantil. venda irregular e ilegal de bebidas alcoólicas para e por menores, desordem pública generalizada e indescritível.


Atenciosamente,

Ignez Barretto e Rogério Esteves - coordenadores do Projeto de Segurança de Ipanema


Vídeo > http://www.youtube.com/watch?v=PkMXhh47R-0






--

AJUDEM !

APROVEITEM ENQUANTO ELA EXISTE !





COMEÇOU !

Piquete topográfico do Metrô, já na Praça Nossa Sra. da Paz, Ipanema.


foto de Ludmila

DESPOLUIÇÃO DE IPANEMA


Obras para despoluição da orla de Ipanema começam em até dez dias

Objetivo de programa do governo estadual é limpar seis praias em dois anos

MÁRCIO MENASCE


Sujeira em Ipanema: expectativa do governo é deixar praia própria para banho ao longo de 90% do ano
MÁRCIA FOLETTO
RIO - A Praia de Ipanema será o ponto de partida para um grande plano de despoluição de boa parte da orla carioca. De acordo com o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, o programa batizado de Sena Limpa vai promover uma série de ações para limpar, de uma vez por todas, também as praias de Leblon, Leme, São Conrado, Urca e da Bica, na Ilha do Governador. Os trabalhos começam em até dez dias, com as obras no Jardim de Alah. Segundo Minc, há duas saídas de esgoto no canal responsáveis por 90% da poluição em Ipanema.
— Vamos implantar duas novas bombas, para aumentar a capacidade de transferir o despejo das comunidades do Pavão-Pavãozinho e do Cantagalo para o emissário submarino de Ipanema. A saída de esgoto das duas comunidades joga até 16 milhões de coliformes fecais por decilitro (0,1 litro) no Jardim de Alah. Será construída também uma nova canalização que levará o esgoto da Cruzada São Sebastião ao emissário — explica Minc.
O programa Sena Limpa, cujo nome faz referência ao número de praias a serem despoluídas (seis), deve ser concluído em dezembro de 2014, mas a expectativa do governo estadual é terminar as obras em Ipanema em dezembro de 2012. O objetivo é deixar a praia própria para banho durante 90% do ano. Segundo o secretário, em 2011, as águas no bairro estiveram próprias em apenas metade do ano.
Praia do Leblon será a última a ser despoluída
O programa vai receber R$ 150 milhões em investimentos, dos quais R$ 70 milhões virão do Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano (Fecam). O restante será dividido entre Cedae e prefeitura. Além das obras estruturais, serão feitas ações na área de habitação, tratamento de esgoto, coleta de lixo e fiscalização de despejos.
— Esta é a primeira força tarefa a incluir Secretaria de Estado do Ambiente, Cedae, Comlurb, Instituto Estadual do Ambiente e Secretaria municipal de Habitação. Acabou o jogo de empurra entre os órgãos. Cada um vai cuidar de suas responsabilidades para alcançarmos nosso objetivo — garante Minc.
Segundo a previsão das autoridades, a Praia de Ipanema deve estar despoluída até dezembro deste ano; a do Leme, até junho de 2013; a da Urca, até outubro de 2013; a da Bica, até novembro de 2013; a de São Conrado, até dezembro de 2013; e a do Leblon, até dezembro de 2014. Um dos bairros mais nobres e turísticos da cidade, o Leblon será o último trecho a ter a "faxina" concluída porque, segundo Minc, trata-se de um ponto complexo. São oito saídas de esgoto no canal da Rua Visconde de Albuquerque.
— Estamos fazendo o projeto para resolver o problema do canal no Leblon. As obras devem começar no segundo semestre deste ano. Dos oito pontos críticos, cinco vêm da encosta da Rocinha e três da Gávea, que inclui a favela Parque da Cidade. Vamos canalizar esse esgoto também para o emissário de Ipanema — explica o secretário.
Para o professor adjunto do Departamento de Engenharia Sanitária e do Meio Ambiente da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Adacto Otoni, as obras nos canais do Jardim de Alah e da Rua Visconde de Albuquerque são positivas. Porém, diz ele, é preciso que, de fato, haja uma interação entre os órgãos públicos a fim de encontrar uma solução definitiva para a poluição.
— Além de resolver a questão do despejo de esgoto, é preciso atuar nas fontes da poluição, como a coleta de lixo. É importante a implantação de programas educacionais e de coleta seletiva nas favelas. A criação de ecopontos para receber o lixo, com fácil acesso para caminhões, pode ajudar a solucionar esse problema. Além disso, é fundamental a criação de programas de habitação para retirar os moradores do topo das encostas e replantar a floresta. Só assim será possível impedir que o lixo dessas comunidades chegue às praias — afirma Otoni.


GENTE PODRE !

MALDADE PURA PARA SATISFAZER O EGO !

GOVERNO SEM ESCRÚPULOS !

METRÔ - 1º MUNDO ?????

..Para enfrentar metrô superlotado, passageiros viajam em sentido contrário

Por Laura Antunes (laura@oglobo.com.br)

Agência O Globo – 12 horas atrás..


RIO - Já diz a máxima que não há nada tão ruim que não possa piorar. Submetidos à insana batalha diária por um lugar nas composições superlotadas, passageiros das linhas 1 e 2 do metrô cumprem agora uma segunda via crucis, na tentativa de diminuir o sofrimento de viajar imprensado. A saída para um número crescente de usuários tem sido fazer um trecho do percurso na contramão de seus destinos finais. Para entender: quem embarca, por exemplo, de manhã na Pavuna (estação terminal da Linha 2) desce logo numa das cinco estações seguintes, onde atravessa a plataforma e entra em outro trem e retorna à Pavuna. A explicação: nesse percurso, na contramão do rush, a composição está mais vazia e é possível até encontrar assentos vagos. Na chegada à Pavuna, esses passageiros não desembarcam e continuam sentados - ou pelo menos em pé nas laterais -, enquanto a multidão, que já aguardava na plataforma, superlota o vagão em segundos.

Grande parte dos passageiros que embarcam nas estações seguintes (entre Engenheiro Rubens Paiva e Irajá) também passou a viajar primeiramente até a Pavuna, embora o destino final seja Centro ou Zona Sul.

Esse vaivém aumentou o tempo de viagem entre 30 e 40 minutos, como calcula a acompanhante hospitalar Elizete de Lima Bezerra, que faz o périplo diariamente:

- Já foi mais fácil. Antes de as pessoas descobrirem essa solução, eu descia apenas duas estações depois da Pavuna e pegava o trem de volta, já sentada. Agora, a gente tem que ir até Irajá (cinco estações depois) para ter chance de encontrar assento ou viajar em pé sem risco de ter um problema de coluna ou, pior, ser molestada, num vagão lotado, por algum passageiro inconveniente, pois o vagão feminino não é respeitado.

Domésticas saem de casa 3 horas antes

Elizete, que mora em São João de Meriti, vai de ônibus até a Estação Pavuna. Seu destino final é um hospital em Ipanema, onde trabalha a partir das 8h. Para isso, precisa sair de casa às 5h:

- Eu poderia sair às 6h se não precisasse ir até Irajá e voltar. Mas é muito sacrifício viajar direto entre a Pavuna e Botafogo (onde é feita a baldeação até Ipanema) espremida e torta.

Não é novidade que a correria diária para conseguir lugar nas composições provoca empurrões e tombos entre os passageiros. Mulheres, crianças e idosos não são poupados. A usuária Magda Vieira da Silva, outra a embarcar diariamente na Pavuna e "quicar" em Irajá, conta que as mulheres não viajam mais de rasteirinhas por segurança - para evitar terem os calçados pisados e caírem na disputa por um assento. Ela e outras passageiras chegam a tirar as sandálias para correr melhor. Mesmo assim, Magda já levou tombos e atualmente tem um hematoma no braço, adquirido ao levar uma cotovelada de um homem quando entrava numa composição.

As amigas Narjara da Silva Santos e Maria Silvina Torres também fazem parte da multidão de passageiros que embarca e volta à Pavuna. Elas optaram, porém, por descer na Estação Engenheiro Rubens Paiva (a segunda da Linha 2) e não em Irajá, para perder menos tempo no percurso casa-trabalho. Moradoras de Belford Roxo, Narjara e Maria trabalham como domésticas, respectivamente, em Ipanema e Copacabana, onde precisam estar às 7h. Saem de casa três horas antes.

- Se eu não pegar o primeiro trem da manhã na Pavuna, que sai às 5h e é o único a chegar vazio à estação, o meu dia já começa ruim porque as composições seguintes já vêm cheias. São pessoas que entram nas estações próximas e vão até a Pavuna, para de lá sair em direção à Zona Sul. Mas ir até Irajá me faz perder muito tempo. Então, salto logo após a Pavuna. Quando chego ao trabalho, já estou cansada e estressada. Sei que, na volta para casa, vou passar por novo sufoco - conta Narjara, acrescentando que coleciona tombos na tentativa de garantir um lugar.

Esse movimento no contrafluxo feito pelos passageiros começou na Linha 2, mas já ocorre também na Linha 1, nas composições entre Ipanema e Praça Saens Peña, das 17h às 20h. O comerciário Rogério Mendes de Souza adotou a estratégia há seis meses, cansado de embarcar na Estação Cardeal Arcoverde em vagões superlotados, com destino à Afonso Pena:

- Os trens já chegavam lotados. Algumas vezes, eu nem conseguia entrar. Então, passei a pegar as composições no sentido Ipanema. Lá, eu não desembarco do vagão e espero que ele faça a viagem para a Tijuca. As pessoas entram e eu já estou sentado.

Para a professora universitária Emília Fernandes - que mora em Ipanema e usa o metrô três vezes por semana para dar aula em Del Castilho -, a superlotação do metrô é uma tragédia anunciada. Ela conta ter presenciado recentemente um tumulto na Estação Del Castilho: passageiros em fúria quebraram os vidros de duas portas porque uma composição não abrira para embarque. O trem, de acordo com Emília, seguiu viagem mesmo assim:

- Não vejo seguranças do metrô nesses momentos de tumulto. As pessoas avançam em direção às portas, derrubando quem estiver na frente. Muitos caem no chão, o que, brevemente, pode resultar até em passageiros pisoteados, tamanha é a confusão. Acho que é apenas uma questão de tempo (para haver uma tragédia), se o sistema não melhorar.

O diretor de Engenharia da concessionária Metrô Rio, Gilbert Flores, admite que esse contrafluxo de passageiros ocorre já há algum tempo. O movimento no sistema está hoje em torno de 650 mil passageiros por dia útil (cerca de 400 mil passam pela Linha 2), mas a empresa não tem estimativa de quantos fazem o vaivém. Segundo Flores, ao contrário da Estação Botafogo (onde todos os passageiros têm de deixar as composições), na Pavuna isso não ocorre porque os trens não precisam passar por uma área de manobra.

Sobre o desconforto e até o risco de acidentes com os passageiros, o diretor garante que, a partir de setembro, os usuários começarão a perceber melhorias no serviço, com a entrada em operação, em agosto, do primeiro novo trem na Linha 2 (para 1.800 pessoas). Outros dois entram em operação até setembro. Até março de 2013, serão 19 novos trens no total na Linha 2 - que conta hoje com 20 composições (de seis carros cada).

- Nosso usuário terá uma percepção de melhoria do serviço já em setembro, quando a oferta de lugares aumentará em 10%, com a vantagem de que os novos trens têm ligação entre os carros, melhorando a circulação das pessoas. Com isso, a concentração de passageiros junto às portas diminuirá. Os novos carros também são equipados com ar-condicionado capaz de suportar o calor a céu aberto - explica ele.

Promessa de frota com 47 trens

A Linha 1 tem hoje em circulação 12 trens (com cinco carros). Flores acrescenta que, com a chegada dos 19 trens, o sistema ficará dividido da seguinte forma: 19 trens na Linha 1 e 28 na Linha 2. Todos equipados com seis carros. O metrô passará a contar com uma frota total de 47 composições.

Mesmo quando o trem não está lotado, os passageiros da Linha 2 sofrem com as altas temperaturas do verão. Da Pavuna à Central, as composições correm a céu aberto. O calor que começa nas plataformas - a maioria não é subterrânea e não tem ar-condicionado - aumenta dentro dos vagões, onde os usuários se valem de leques improvisados com jornais e revistas, toalhas e lenços.

Abanando-se com a mão desde a Estação Maria da Graça, Luana Cristina da Silva demonstrava insatisfação por ter que chegar à empresa de telemarketing onde trabalha, em Botafogo, com a roupa empapada de suor:

- Todo dia é isso, é horrível, revoltante. Nós somos trabalhadores, pegamos o metrô todo dia. Os turistas usam a Linha 1 e viajam no ar-condicionado.

FIM DE UMA ERA- ´JÁ VAI TARDE !

..O fim de uma era na cultura 'club' carioca

Por Ronald Villardo (ronald.villardo@oglobo.com.br)

Agência O Globo – sáb, 3 de mar de 2012....




RIO - Há duas semanas o Facebook trouxe uma notícia que fez tremer as bases da cultura club carioca: Adriana Lima, produtora e dona do clube Dama de Ferro, em Ipanema, anunciava a decisão de "passar o ponto", depois de dez anos de funcionamento ininterrupto da pista de Ipanema. O texto também avisava que a última noite, ainda sem data, se chamará "Bye, bye, Dama" e que os interessados no negócio deveriam enviar um e-mail para a (ex?)empresária.A reação foi imediata. Dezenas de comentários lamentando a decisão de Adriana apareciam a cada minuto no post. Eram frequentadores, DJs, VJs, produtores e toda uma geração que teve na boate carioca o principal palco de acesso às novidades das pistas internacionais, leiam-se as tendências musicais do eletrônico underground que mais tarde são, invariavelmente, diluídas no disco do ícone pop mais cafona.

- Acho que contribuí bastante com a cultura da cidade, mas atualmente ando interessada em outras coisas. Para mim, já deu - diz Adriana.

Festa Moo começou lá

A contribuição foi ampla, geral e irrestrita. Como um dos principais palcos para o exercício da cultura dos clubes no Rio, o Dama foi palco de apresentações de artistas internacionais de relevância legitimada por críticos e publicações especializadas, foi "incubadora" de personagens que se tornaram produtivos no mundo noturno da cidade e, de quebra, abriu as portas para as primeiras versões de festas que viriam a ser emblemas cariocas, como Moo, Se joga! e Do Hauze, entre outras.

- O Dama é um lugar onde um DJ como o Carl Craig pode tocar para uma pista repleta de amigos, o clima escuro de inferninho parece amigável e em que dá para encontrar gente nova enquanto se diverte com todos os conhecidos ao redor - diz o DJ e produtor Eduardo Christoph, um dos criadores da Moo. - O começo da festa deu tão certo lá que a gente lotava a boate em plena quarta-feira.

A lembrança do set do DJ americano Carl Craig não pertence apenas à memória de Christoph. Quase todos os que estiveram naquela noite de março de 2007 apontam a apresentação como "histórica", não apenas por Craig ser um dos pioneiros do techno de Detroit mas porque o show foi, de fato, uma aula para DJs locais. Craig recriou sons ao vivo, desconstruindo ritmos e beats e hipnotizando os fãs de eletrônica.

- Ele amou aquela noite e ficou hospedado lá em casa - conta Adriana, com a informalidade que marcou a trajetória do Dama.

O DJ americano Larry Tee, mentor do movimento Electroclash, que chacoalhou as pistas no início da década, também teve no Dama seu melhor pouso por estas bandas.

- Depois de o Larry tocar para a gente, começamos a receber um DJ gringo por semana - conta Adriana, que sempre tratou a boate como uma extensão da sua casa, ambientada, como o Dama, com paredes de cimento e habitada por móveis de ferro.

São peças assinadas pela versão escultora da empresária, especializada na torção e no tratamento de metais que usa para criar as obras de arte, às quais ela voltará a se dedicar depois que o último convidado tiver deixado a festa de encerramento.

- Vou tirar o "dama" e ficar apenas com o "de ferro" - diverte-se ela.

Aliás, Adriana anda se divertindo muito mesmo.

- Não tem esse clima de tristeza, arrependimento, nenhum desses sentimentos ruins. É apenas uma fase nova para mim - resume.

O fim do Dama de Ferro deverá marcar o início de uma nova fase para toda a noite carioca. Qual será a próxima atração?