PRAÇA DA PAZ


Praça Nossa Senhora da Paz ‘encolhe’ para os frequentadores

  • Moradores e visitantes começam a conviver com o novo espaço da área de lazer, que ganhou tapumes
ELENILCE BOTTARI(EMAIL·


Cariocas passeiam pela Praça Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, que ficou 90% menor com as obras da Linha 4 do metrô
Foto: Marcos Tristão / O Globo
Cariocas passeiam pela Praça Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, que ficou 90% menor com as obras da Linha 4 do metrô Marcos Tristão / O Globo
RIO - Após o impacto inicial com a implantação de um canteiro do metrô que ocupou 90% dos 23 mil metros quadrados, a rotina da Praça Nossa Senhora da Paz aos poucos começa a ser retomada por seus frequentadores, que agora têm à disposição cerca de 2.600 metros quadrados de área de lazer ainda abertos ao público, no trecho ao lado da Rua Maria Quitéria. Ontem, dia da tradicional feira livre, a área parecia em festa, tamanha a profusão de barracas, feirantes, idosos, crianças, babás, trabalhadores e turistas, que disputavam com as folhas secas caídas das figueiras cada pedacinho do chão.
A feira, instalada na calçada, cercava quase os quatro lados da praça, enquanto na área de lazer, moradores comentavam sobre as mudanças e já reivindicavam pequenas mudanças, segundo eles, estratégicas.
— A área das crianças está no portão de entrada da praça, seguida da academia dos idosos e, por fim, da área dos cães. Com isso, as crianças ficam perto da rua, o que é perigoso, enquanto os cachorros passam por dentro da praça. No caminho, fazem porcaria — reclamou a babá Natália Vidal, que cuidava de Juan, de 1 ano.
Apesar da crítica, Natália acha que o lugar melhorou para as crianças:
— Antes das obras, o parque estava com lixo, brinquedos quebrados e pedras soltas. Uma vez, Juan tropeçou numa pedra e cortou o supercílio. Agora está muito melhor.
Já o aposentado Ilídio de Carvalho Melo, de 96 anos, frequentador assíduo, reclamou do abuso de algumas cuidadoras de idosos:
— Algumas delas, que vêm com senhoras cadeirantes, ocupam por muito tempo os bancos. Ontem, tive que pedir a uma que se levantasse. Afinal ,com 96 anos, eu tenho mais direitos.
Enquanto empurrava o balanço para o filho Joaquim de 2 anos e cinco meses, Nádia Ramires, também reclamava da falta de espaço:
— É um pecado o que fizeram com a praça.
Já a manutenção da feira no local foi vista com bons olhos pelos frequentadores habituais:
— Estavam dizendo que a feira iria mudar. Ainda bem que não. É a melhor feira da região — comentou a moradora Elza Rodrigues.
Em frente à Rua Visconde de Pirajá, o Comitê de Defesa da Praça, criado por moradores contrários à retirada das árvores, recolhia doações em dinheiro para o pagamento da perícia que será feita na ação que movem contra o estado para impedir a transferência de 113 árvores.







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