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Inea: coloração vermelha na orla não é decorrente de algas tóxicas

O órgão atribui o fenômeno à estiagem de chuvas, que ajudou a elevar a temperatura do mar

ISABELA BASTOS
Publicado:
9/02/12 - 0h06
Atualizado:
9/02/12 - 0h06




fenômeno conhecido como ‘Maré Vermelha’, na Praia de Ipanema

PAULO NICOLELLA / O GLOBO

RIO - O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) afastou na quarta-feira a possibilidade de que o tom avermelhado no mar, avistado em trechos da orla do Rio, seja decorrente de uma maré vermelha (proliferação de algas tóxicas). Segundo a gerente de Qualidade de Águas do Inea, Fátima Soares, a coloração avermelhada foi registrada nas praias de mar aberto de todo o estado e se deve à proliferação de um tipo de alga não tóxica, batizada de tetraselmis fp. O órgão atribui o fenômeno à estiagem de chuvas, que ajudou a elevar a temperatura do mar. O Inea alertou, contudo, que muitas praias do Rio estão impróprias ao banho por outro motivo: a alta concentração de coliformes fecais. O último boletim de balneabilidade das praias, feito na segunda-feira, informa que, das 21 praias analisadas, oito não estão próprias ao banho e cinco podem ser frequentadas, mas com restrições.
Na Zona Sul, Ipanema e Leme apresentaram altas concentrações de coliformes fecais, que as colocaram na categoria de não recomendáveis. Copacabana, Arpoador, Leblon e Vidigal tinham restrições aos trechos mais próximos as saídas de canais ou galerias de águas pluviais. Apenas a Praia do Diabo, no Arpoador, foi considerada própria ao banho. Nesta quinta-feira, técnicos do Inea farão novas medições, para um novo boletim. Apesar da água avermelhada, houve quem se arriscasse no mar de Ipanema.
— A coloração do mar tem sido vista em todo o litoral fluminense. Mas trata-se de algas que não trazem risco à saude humana. Não é aquilo que se costuma falar de maré vermelha. A classificação das praias como próprias ou impróprias teve como base a qualidade bacteriológica da água — explica a gerente.
Ainda de acordo com Fátima Soares, a proliferação das águas se deve ao período prolongado de sol, que aumentou o nível de insolação da água do mar, criando um ambiente propício à floração das algas.
Em São Conrado e na Praia do Pepino, o banho também não era recomendável na quarta-feira, assim como no Quebra-mar da Barra da Tijuca e em Barra de Guaratiba. Nas praias da Barram Joatinga, Recreio, Pontal, Prainha e Grumari, os banhistas não encontravam problemas de balneabilidade.
Na quarta, o dia foi de temperaturas mais amenas no Rio: a máxima na cidade foi de 34,7 graus em Realengo, 4,3 graus a menos que na última terça-feira, quando os termômetros bateram 39 graus, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (InMet). Mas de acordo com o meteorologista do instituto Climatempo, André Madeira, as temperaturas amanhã podem chegar aos 40 graus. O calor continua nesta quarta, mas com pancadas de chuva no final de tarde.
— A massa de ar quente e seco que existe sobre o Rio está enfraquecendo e isso abrirá caminho para as chuvas. O fim de semana será de menos calor, mais umidade e céu nublado. Não termos um fim de semana de céu aberto como o último — explicou Madeira.


Um comentário:

  1. O que eles não informam é que a enorme proliferação de algas é resultado de alta poluição.

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