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Edifício que desabou no Centro sofreu inclinação em 1976

RioTrilhos, porém, nega que construção do metrô tenha sido a razão do problema
ROGÉRIO DAFLON


As escavações do metrô nos anos 70, rente aos edifícios Colombo e Liberdade, nos fundos do Municipal
PAULO MOREIRA / 21-2-1975 / O GLOBO
RIO - Hoje perito da Procuradoria Geral do Estado, o engenheiro civil José Schipper afirma que, durante as obras do metrô, em 1976, o Edifício Liberdade sofreu uma leve inclinação. Seu testemunho foi fortalecido pelo síndico do prédio, Paulo Renha.

— Na construção do metrô, foram instaladas, na Avenida Treze de Maio, duas paredes paralelas: uma do lado par e outra do lado ímpar dos prédios e moradias da via, para que se cavasse uma grande depressão na rua, onde passariam os trens. A parte da parede em frente à calçada do Liberdade apresentou fissuras. Os operários logo taparam o buraco ali, para a construção de nova parede. Na sequência, as pessoas ali repararam que o prédio sofreu uma pequena inclinação. Não posso precisar de quantos centímetros, mas era visível — disse Schipper, que, na época, tinha um escritório na Treze de Maio.


O engenheiro enfatizou que isso não é motivo para um prédio vir abaixo, mas considera que essa informação deve ser levada em conta. Schipper não sabe se o metrô e o governo do estado tomaram, na época, as providências cabíveis. Porém, por intermédio de seu advogado, Geraldo Beire, o síndico Paulo Renha confirmou que viu a leve inclinação, informando que o estado fez intervenções que asseguraram a segurança do prédio.

Informado pelo GLOBO sobre a possível inclinação durante as obras do metrô, a assessoria de imprensa da RioTrilhos enviou nota na qual nega a inclinação e dissocia a queda do Edifício Liberdade não só das obras do metrô como da própria circulação dos trens. O engenheiro Pedro Gondim diz que a oscilação causada pela passagem dos trens, unida à oscilação do próprio prédio, pode ser uma das causas da queda.

— Em Londres, vários prédios receberam amortecedores para que tais oscilações não comprometesse suas estruturas — disse Gondim.

A nota da secretaria diz que "é absolutamente vedada a possibilidade de a obra ter causado ou influenciado qualquer dano aos (três) prédios em questão". O texto enfatiza que a planta do trecho da obra mostra "que as paredes externas do escoramento da vala para a construção da galeria do metrô estão em média a seis metros de distância dos prédios de números 44, 40 e 38 da Avenida Treze de Maio. Esses prédios, também segundo a nota, foram minuciosamente monitorados, não havendo nenhum registro de deslocamento ou danos aos imóveis vizinhos. Ao longo dos 36 anos de construção do trecho, não foi apontado nenhum problema do gênero", acrescenta.


Um comentário:

  1. Infelizmente a bagunça perpetrada pela Prefeitura na remoção dos escombros sem nenhum critério pericial, irá impedir uma perícia isenta, na verdade será culpado o operário que pregou um prego na parede.
    Fernado Azevedo, eng civil e de segurançado trabalho.

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