METRÔ

Obras da Linha 4 do metrô vão interditar praças e ruas

Trajeto definitivo da Barra até Ipanema vai passar por Leblon, Gávea e São Conrado


POR PÂMELA OLIVEIRA

Rio - Já não é mais mistério o caminho da Linha 4 do metrô, que vai ligar a Estação General Osório, em Ipanema, à Barra da Tijuca. O trecho terá seis estações passando por Leblon, Gávea e São Conrado, deixando para trás a ideia de uma estação no Jardim Botânico. No início do ano que vem começam as interdições de praças e ruas.


O cronograma será divulgado em 15 dias. As praças Antero de Quental, no Leblon; Nossa Senhora da Paz, em Ipanema; e o Jardim de Alah, na fronteira entre os dois bairros serão fechadas para o público para a construção das escavações. A PUC-Rio também ficará sem o seu estacionamento durante as obras de escavação da Estação da Gávea, que começam no início do ano que vem.

“Optamos pelo trajeto por diversas razões. Uma delas é que carregaremos muito mais passageiros levando o metrô para Barra via orla da Zona Sul do que pelo Jardim Botânico”, explicou ontem o secretário de estado da Casa Civil, Régis Fichtner. O traçado escolhido atenderá a 300 mil pessoas por dia, contra 140 mil da outra opção.


A Linha 4, deve ser concluída em dezembro de 2015, mas só estará funcionando plenamente no início do ano seguinte. As estações serão: Jardim Oceânico, São Conrado, Gávea, Praça Antero de Quental, Jardim de Alah e Praça Nossa Senhora da Paz, que fará conexão com a Linha 1 na Praça General Osório.

Baldeação

A atual estação de Ipanema está sendo ampliada e terá dois níveis de plataformas de embarque e desembarque. Ela vai virar uma estação de transferência: quem sair da Pavuna em direção à Barra só terá que fazer a baldeação lá. Hoje a Pavuna tem ligação direta até Botafogo.

Equipamento escava quatro vezes mais rápido e sem barulho

Equipamento importado da Alemanha, mais conhecido como ‘tatuzão’, será usado pela primeira vez em uma obra no estado. Com cerca de 2 mil toneladas e 80 metros de comprimento por 11,46 metros de altura — o equivalente a um prédio de 3 andares —, o ‘tatuzão’ escavará os túneis subterrâneos na Zona Sul, ao invés de abrir valas ao longo das principais ruas daquela região.

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Obra deve ficar pronta no fim de 2015, diz governo Foto: Paulo Alvadia / Agência O Dia
O aparelho permitirá que os túneis da Zona Sul sejam abertos a cerca de 12 metros abaixo do solo sem causar qualquer impacto, trepidação ou barulho, garante o governo do estado. A técnica também permitirá número menor de interdições de trânsito.

O ‘tatuzão’, que vai operar praticamente 24 horas por dia, dará mais agilidade ao trabalho: escava de 15 a 18 metros de túnel por dia, velocidade mais de quatro vezes maior que a do método tradicional, feito com detonações.

Enquanto a máquina abre espaço, ela própria instala placas de concreto que formam anéis para impedir que o túnel ceda ao peso do solo. Trinta e cinco pessoas, incluindo operadores e engenheiros, trabalham dentro da máquina.

Integração com uma só passagem

Trezentas mil pessoas serão transportadas por dia na Linha 4, que vai tirar das ruas cerca de 2 mil carros por hora no período do rush, segundo o estado. “Teremos sistema de metrô totalmente integrado. O passageiro vai poder ir do Jardim Oceânico ao Centro sem baldeação. O passageiro da Barra poderá ir à Pavuna, Tijuca, Centro, pagando uma passagem, que hoje custa R$ 3,10”, explicou o secretário Régis Fichtner.

Segundo ele, a Linha 4 não aumentará a superlotação, pois 17 composições serão compradas para o novo trajeto. O intervalo entre as viagens será de 2 a 3 minutos. Hoje, é de até 6. “A superlotação só será resolvida a partir de janeiro de 2013 quando terá chegado a maior parte dos trens”, disse.

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