FEIRA HIPPIE






Sala é montada com peças de dez barracas da Feira Hippie por R$ 7,8 mil


RIO - São tantas bolsas de couro, pulseiras de palha e camisetas alternativas, que é curioso imaginar como um cômodo da casa pode ser montado e decorado usando, apenas, produtos da Feira Hippie de Ipanema. E mais: no meio da Praça General Osório, em plena tarde de domingo. Pois na segunda reportagem da série "A casa vai à rua", o arquiteto Thoni Litsz criou uma sala completa e artesanal por R$ 7,8 mil. E ainda provocou interação com alguns expositores.

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VÍDEO: Tem uma sala no meio da Feira Hippie

- Vocês estão querendo roubar os meus clientes, é? - brincou um artesão ao perceber que o ambiente estava sendo montado numa área próxima a da sua barraca de telas de pintura.


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..Dos 200 estandes da feira, dez vendem móveis e mais de cem, objetos de decoração. A maior parte desse nicho fica concentrada na esquina das ruas Jangadeiros e Prudente de Moraes. Depois de comer o pudim de tapioca típico da feira, Thoni enveredou pelo corredor por um par de horas para buscar as peças do projeto. O grande painel de couro (R$ 2 mil), da artesã Mari Pomp, com desenhos de pássaros brasileiros gravados à mão, foi o primeiro a ser levado ao centro da praça.

O sofá da barraca vizinha, de couro com base de cedro (R$ 1.900), feito pela expositora Marlene Silveira, foi em seguida, definindo o estilo rústico do cômodo. Faltava um toque branco para combinar com as pedras portuguesas da praça e fazer o contraste com a madeira e o couro do sofá. No Atelier Giovanni e Rita Fornezi, Thoni encontrou o tapete cor de gelo, feito de pelo de $(R$ 450, com 2mx1,5m) e os pufes com estampa de vaca (a partir de R$ 130). Dos mesmos artesãos, é a cadeira de sucupira e assento de couro (R$ 480).


As peças casaram tão bem com o ambiente ao ar livre que visitantes da feira perguntavam se poderiam descansar um pouco naquele cenário. Ainda não podiam, pois, para delimitar o espaço, faltavam o biombo (R$ 450) e a mesa lateral, ambos de ferro, do artesão Ivan Jilek, um dos organizadores da Feira Hippie. Já o baú, de couro e compensado naval (R$ 560), dos artistas Marco Antônio e Madalena de Oliveira, foi instalado no meio da sala para servir de mesa de centro. Mas o arquiteto, inquieto, ainda não estava satisfeito.


- É preciso ter cuidado, pois o uso excessivo de móveis rústicos pode fazer o ambiente ficar pesado demais - dizia Thoni, enquanto a turista boliviana Carla Irusta tentava registrar todos os detalhes do nosso miniprojeto de decoração com sua câmera fotográfica.

Bem, para deixar o cômodo mais leve, o arquiteto colheu flores de tecido (R$ 13 cada) na barraca da artesã Maria de Lurdes Seabra, que foram colocadas no vaso azul de vidro fundido (R$ 280) do expositor Sérgio Barros. Almofadas de tafetá em tons de vinho e lilás com pingentes (entre R$ 35 e R$ 38), de Adelaide Guimarães, completaram o cenário, junto à dupla de bonecas pintadas em cabaça e porcelana (R$ 60 cada), a nega charmosa e maluca (R$ 90) e o trio de galinhas (R$ 25 cada), da artista plástica Vanessa Lima. Pronto. Agora, sim, a casa tinha ido à praça.


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