INSEGURANÇA


Polícia terá plano contra assaltos na Zona Sul

Após morte de arquiteto, PM reforça blitzes e admite aumento da violência


POR ROBERTA TRINDADE

Rio - Dois dias após a tentativa de assalto que terminou com a morte do arquiteto Rômulo Castro Tavares, 33 anos, em Ipanema, na Zona Sul do Rio, a Polícia Civil começa a concluir um planejamento para neutralizar crimes cometidos nas ruas. A informação é do subchefe operacional da instituição, delegado Fernando Veloso. O comandante do 23º BPM (Leblon), Frederico Caldas, admitiu o aumento do número de assaltos na região.

Segundo a PM, em agosto deste ano, foram registrados 120 casos, 23 a mais que no mesmo período do ano passado. Caldas garante que a quantidade de blitzes será aumentada.

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Maria Lisboa, a cachorrinha que estava com Rômulo na hora em que ele foi assassinado, foi levada ao velório Foto: Paulo Alvadia / Agência O Dia
A Associação de Moradores de Ipanema pede que moradores registrem na delegacia roubos e ações violentas. Primo da vítima, Francisco Loffredi disse que tem aumentado número de assaltos na praia e de gangue de bicicleta.

A Delegacia de Homicídios (DH) já está com as imagens das câmeras do circuito de segurança de prédios próximos ao local de ataque ao arquiteto. “As imagens serão fundamentais”, disse José Carlos Pereira Guimarães, chefe do Setor de Investigações da DH.

O corpo do arquiteto — que estava de volta ao Rio há dois anos, após uma temporada na Europa — foi sepultado no Cemitério Memorial do Carmo, no Caju, tarde desta segunda-feira. Os pais e o irmão vieram da Bahia e a irmã, de Portugal, para o adeus ao profissional. Amigos de Rômulo, como a bailarina e coreógrafa Déborah Colker, participaram do velório.

A cadelinha Maria Lisboa, que acompanhava o arquiteto quando ele foi atacado, também foi levada ao cemitério. As paredes da capela onde o corpo foi velado foram decoradas com textos e poemas de Cecília Meireles, Clarice Lispector e Machado de Assis.

“Como pode uma pessoa ser assassinada na porta de casa por nada? É uma brutalidade que não adianta achar que não acontece perto da gente porque isso se repete todo o tempo com várias famílias”, desabafou o cenógrafo, designer e artista gráfico Gringo Cardia, 54 anos.

Cabo é baleado após assalto em Ipanema

Domingo, no dia seguinte à morte do arquiteto, o cabo Alexandro Pereira de Lima, 35 anos, lotado no 23º BPM (Leblon), foi baleado ao tentar abordar dois criminosos que estavam em uma moto e que tinham acabado de roubar R$ 5 mil que o funcionário de um quiosque da Praia de Ipanema transportava.

A vítima estava em uma Kombi que foi abordada por bandidos em uma moto dourada com placa ilegível. O disparo foi efetuado na Avenida Borges de Medeiros, em frente ao Clube Monte Líbano, no Leblon, também na Zona Sul do Rio, por volta das 17h de domingo.

Internado no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital Miguel Couto, o PM perdeu o baço e sofreu lesões no pulmão, coração e rim. Até o início da noite desta segunda-feira, ele continuava em estado grave.

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