REVEILLON



Caro Coronel Adail e amigos do Leblon

Primeiramente, quero lhe parabenizar pela maneira democrática e respeitosa de discordar da minha “suposta” opinião, atualmente uma forma em desuso, muito pouco praticada por grupos de pessoas que querem impor suas opiniões contrárias com críticas pessoais, ofensivas e truculentas.
Em segundo lugar, gostaria de esclarecer que a matéria em referência proporcionou o debate sobre o tema, embora tenha exposto o assunto um tanto quanto fora da realidade dos fatos, não que a repórter tenha destorcido as minhas palavras, mas o contexto dos meus depoimentos, sim.
A proposta de uma festa de Reveillon no nosso querido bairro do Leblon não foi uma iniciativa nossa, mas, da própria prefeitura, que tem em seu calendário oficial de eventos um pacote que chamam de “REVEILLON IPANEMA / LEBLON”.
Também não partiu de nós a idéia de um Reveillon só no Leblon.
Soubemos que a empresa que promove o Leblon Jazz Festival se habilitou para promover este evento e, diante disso, solicitamos conhecê-lo, justamente para acompanharmos de perto esta negociação e saber a dimensão desta festa e aonde seria.
O patrocínio não seria de uma GRANDE CERVEJARIA, de acordo com o depoimento de uma fonte da matéria e sim da Cervejaria Itaipava, empresa de porte infinitamente menor do que a AMBEV, quem costuma bancar grandes eventos públicos, mas isso não vem ao caso.
Achamos o projeto muito bom, porque não é nada parecido com o evento de música eletrônica que ocorreu há dois anos em Ipanema, com reflexos negativos até aqui no Leblon. A proposta seria de música de Bossa Nova e MPB, com a participação de bandas pouco conhecidas, compostas por moradores de Ipanema e Leblon, para não haver o apelo publicitário que atrai um público enorme com a presença de grandes bandas.
A festa de Reveillon promovida pela prefeitura será no Jardim de Alah, ou seja, entre os dois bairros, aliás, mais precisamente, em frente ao Country Clube, e, conforme mencionei acima, é uma decisão da prefeitura promover este evento, assim como em vários outros bairros da cidade, PORQUE SE TRATA DE UMA DATA COMEMORATIVA E ÉPOCA TURÍSTICA NO MUNDO INTEIRO. Daí a motivação da prefeitura promover eventos ao ar livre e gratuitos.
Não vejo de que maneira o comércio se beneficiaria com este evento, mesmo que fosse só no Leblon, pelo simples fato de que este horário as lojas estariam fechadas, mas, mesmo sem evento na hora da virada, como se espera o aumento de turistas na cidade, é previsível e muito justo que o comércio se beneficie com o aumento de vendas neste período de férias. Talvez eu não tenha compreendido a sua colocação sobre este assunto.
Tenho por hábito ouvir, efetivamente e não informalmente, os contribuintes do bairro, a ponto de ter encomendado há dois meses, no respeitado Instituto Insider Pesquisas & Marketing, uma pesquisa de opinião qualitativa, quantitativa, induzida e espontânea, para conhecer de perto o perfil e os anseios dos moradores do Leblon.
Por isso, posso afirmar que considero favorável um evento do porte do que está sendo proposto pela prefeitura e na localização sugerida e mencionada acima, mas não endossaria individualmente, nem autorizaria qualquer evento específico no Leblon sem ter a certeza de que é o desejo da maioria dos moradores do bairro.
Nem tudo passa por nós e, se não estivéssemos tão antenados, talvez nem houvesse tempo de acompanhar as decisões que estão sendo tomadas neste evento de Reveillon, Ipanema / Leblon (mais Ipanema do que Leblon, não é?).
E, para finalizar, prezado Coronel, para poder ser fiel à opinião dos moradores do bairro quando dou depoimentos à imprensa em matérias referentes ao Leblon, eu não costumo emitir a MINHA opinião em assuntos desta proporção e que são decisivos para a manutenção da ordem e qualidade de vida do Leblon, porque tenho uma responsabilidade muito grande.
De fato, como o senhor mesmo constata, procuro combater situações e fatos que trazem enormes transtornos para o nosso cotidiano, por isso, eu não estaria sendo coerente ao defender um acontecimento que pudesse trazer o caos para o Leblon.
Agradeço mais uma vez a oportunidade deste debate e continuo me colocando à disposição de todos os moradores do Leblon que quiserem manter esta comunicação conosco, sobre qualquer assunto da nossa alçada.
Abs
Evelyn Rosenzweig






Prezada Sra. Evelyn, eminente Presidente da AMALEBLON,

Via de regra, concordo com seus posicionamentos comunitários. Todavia, no processo democrático há de sempre haver o contraditório, e é por aí que tomo a liberdade de ora me manifestar.
Leio reportagem, no Caderno Zona Sul (02/8/10), versando sobre sua posição favorável a um réveillon na praia do Leblon. Em princípio, o evento endossado por essa presidência seria apenas mais um complicador a ser acrescentado aos muitos existentes no Leblon e sempre elogiosamente combatidos por V. Sa.
Não é por haver réveillon em Copacabana e Ipanema que temos a "obrigação" de fazer o mesmo por aqui, haja vista as muitas diferenças que nos separam mais do que aproximam. E talvez valha relembrar que o Leblon não é um condomínio fechado; de modo que um réveillon aqui atrairia milhares de pessoas vindas de todas as partes do Rio, gerando confusões que há tempos batalhamos para que até "morram" no nascedouro.
Sugiro que imagine um monte de banheiros químicos maculando nossa praia, sendo que sempre serão em quantidade insuficiente (vide exemplos passados e mal sucedidos...). E aí, aonde vamos parar?
Não me queira mal, mas vislumbro ser esse réveillon o típico evento que nada vai acrescentar em nossa qualidade de vida...muito pelo contrário!
Salvo melhor juízo, me parece que o comércio é quem vai lucrar; que se danem os moradores que querem viver em paz, comemorando o Ano Novo em casa com seus familiares e até em clubes decentes.
Atenciosamente,

Adail Coaracy de Aquino
R. Gilberto Cardoso, 326/903

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