NOITE CARIOCA



Conheça os frequentadores (muito) jovens da noite carioca

Ronald Villardo

RIO - Madrugada de sábado em Ipanema. Na esquina das ruas Paul Redfern e Prudente de Morais, as doorgirls do noite Up! no clube W (hoje tem), cortam um dobrado para acalmar as centenas de jovens gays que formam uma fila quilométrica no famoso quarteirão. Poucos parecem ter mais de 20 anos. Não é difícil perceber, portanto, que trata-se do mesmo perfil do frequentador das festas Jukebox (que acontece domingo, no Centro de Convenções SulAmérica, no Centro) ou Outside Party (que começou num shopping na Barra em 2008 e agora rola bimestralmente no Circo Voador - a próxima acontece no dia 4). As duas baladas disputam com o clube W a animadíssima nova geração da noite gay do Rio. Uma turma cheia de gás para a diversão noturna mas que rejeita o hábito de dançar sempre na mesma pista. Para estes moços, diversidade é palavra que inspira respeito, mas não apenas na sexualidade.
VÍDEO: Confira o bate-papo dos jovens gravado no auditório do GLOBO.
- Há os que não gostam da The Week porque tem gente que dança sem camisa, enquanto outros deixam de ir numa noite bacana porque acham que só vão encontrar gente bem mais jovem - diz Felipe Katz, 22, estudante de Economia da PUC e autodenomimado "reclamão por hobby".
" - Há os que não gostam da The Week porque tem gente que dança sem camisa, enquanto outros deixam de ir numa noite bacana porque acham que só vão encontrar gente bem mais jovem "
As outras queixas de Felipe você pode ver e ouvir no vídeo que mostra o divertido bate-papo deste repórter com a turma, no auditório do GLOBO. Foi neste evento, por exemplo, que João Gabriel, de 20 anos, louro, alto, esguio, andrógino e sexy, contou que só começou a sair aos 18 e que sua primeira festa foi "inesquecível".
- Na terceira cuba-libre já estava amigo de todo mundo. (risos).
Carol Bandeira, de 24 anos, revela que frequenta clubes gays desde os 14, época em que recorria ao desaconselhável truque da falsificação da carteira de identidade. Atualmente, ela é primeira a condenar a prática e, como produtora da Jukebox, foi uma das que lutaram para que a festa tivesse autorização para admitir a entrada de adolescentes a partir de 16 anos. Deu certo.
Karina Roque, de 20 anos, reclama das poucas opções para meninas gays, mas diz que as noites da W e do 00 são "de lei".
Franco Trotta, de 22 anos, é fã de trance. O estudante de Administração curte o ritmo das raves e brada, sem pudor, a admiração por um dos DJs mais populares do mundo:
- Tiësto é deus!
Pedro Henrique, de 18 anos, que se descreve como "público cativo da Jukebox", diz que os adolescentes gays de hoje curtem mesmo é pop.
- Os mais velhos é que gostam de eletrônica - aposta o rapaz, que se inclui na turma dos... mais velhos.
" - Os mais velhos é que gostam de eletrônica "
Mari Terra, de 23 anos, produtora, descreve as pistas gays como "exigentes", e Pablo Haickai, 22 , faz a linha alternativa nas noites roqueiras da Paranoid Android.
- São quase totalmente gays atualmente - diz.
Diversidade pouca é bobagem.

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