BOICOTE

Cariocas se unem para boicotar taxa de iluminação

Em audiência pública na Câmara, associações de moradores lançam campanha e defendem separação da cobrança da conta da Light

POR FRANCISCO EDSON ALVES

Rio - Associações de moradores de diversos bairros vão propor um boicote geral ao pagamento da Contribuição para o Custeio dos Serviços de Iluminação Pública (Cosip), a taxa de luz, que há um mês passou a ser cobrada nas contas da Light. Lideranças comunitárias lançaram o protesto em audiência pública na Câmara de Vereadores, a exemplo de 2008, quando um movimento pregou o não-pagamento do IPTU.

Associações de moradores lançam campanha e defendem separação da cobrança da conta da Light Foto: Ernesto Carriço / Agência O Dia
Durante a audiência, com a presença de apenas seis vereadores que votaram contra a instituição da taxa, foi definida também a realização de campanha para pressionar para que a Casa vote a favor da separação dos códigos de barras das cobranças de energia elétrica e da Cosip, conforme o Projeto de Lei 593, em tramitação. Com a cobrança conjunta, o contribuinte é obrigado a pagar a Cosip sob pena de fica inadimplente com a Light e ter a luz cortada.Protesto
À tarde, entrou no ar o site www.apagueessaideia.com.br, criado por associações de moradores, com apoio dos vereadores de oposição e da Federação do Comércio do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ). Na página, há um abaixo-assinado contra a cobrança da taxa.“Sem dúvida vamos pregar o boicote”, disse Augusto Boisson, presidente da Associação de Moradores e Proprietários de prédios do Leblon e Ipanema. “Eu e meus vizinhos andamos com lanternas na bolsa para caminhar pela Rua Visconde de Santa Isabel”, conta Ana Tinelli, vice-presidente da Associação de Moradores de Vila Isabel, que vai aderir ao protesto.
Segundo o vereador Paulo Messina (PV), um dos nove que votaram contra a taxa, o projeto 593, assinado por ele e quatro colegas, só deve ser votado em agosto: “Vamos pedir a aceleração do trâmite. A divisão dos tributos por códigos de barra vai, pelo menos, dar a possibilidade de o consumidor contestar a taxa judicialmente”.“Esperamos que não transformem o assunto em caixa-preta.
Enquanto o governo municipal alega que a estimativa de arrecadação é de até R$ 158 milhões por ano, estudos da Fecomércio indicam que o faturamento anual da prefeitura será de R$ 263 milhões”, comenta.Advogado do Procon, Vinícius Leal alerta que não pagar a taxa de iluminação pode implicar em sanções, como a inclusão do nome dos devedores na Dívida Ativa do Município.

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