VARIEDADES





Cassetas prestigiam lançamento da biografia sobre o amigo Bussunda

Carolina Barbosa
Anos atrás, quando aquele grupo de amigos ainda não formava o "Casseta e Planeta", Claudio Besserman Vianna, o Bussunda, respondeu que quandoficasse rico gostaria de ter 40 mil pares de sandálias Havaianas. Porisso, a Livraria da Travessa, em Ipanema, na Zona Sul do Rio de Janeiro, decorou sua vitrine com os chinelos, na noite desta quinta-feira, para o lançamento do livro "Bussunda, a vida do casseta", do jornalista Guilherme Fiuza, que conta a vida pessoal e profissional do comediante.
O autor, que sentiu vontade de escrever sobre a vida de Claudio, ao ler um artigo sobre o humorista, escrito pelo irmão dele, Sérgio Besserman, em 2006, contou que por estar muito perto da Copa, esta representa a melhor época para lançar um livro sobre a vida de Bussunda, principalmente por ser o primeiro mundial de futebol depois que ele morreu. "Esta é a melhor forma de homenagear alguém tão talentoso, apaixonado por futebol, como ele", contou. Fiuza, que levou oito meses para reconstruir a história do casseta - que ele só conheceu pela TV - e cinco meses para escrever a trajetória do humorista, disse que sente saudades de assisti-lo nas noites de terça-feira. "Eu não era amigo do Bussunda, apenas um grande admirador. Sinto saudade dele como se tivesse convivido com ele. É muito estranho isto, porque, de fato, nunca o conheci. Sinto falta dele, não só como pessoa, mas do humorista", comentou ele, que ainda descreveu o momento na livraria: "Tenho certeza que hoje ele está aqui com a gente".

A Travessa ficou pequena para a quantidade de familiares, amigos e jornalistas que foram prestigiar a noite de autógrafos. Entre os presentes, a humorista Maria Paula, que foi acompanhada do filho Felipe, nascido no dia do aniversário de Bussunda, 25 de junho, dois anos após sua morte, disse que tem em casa a maior lembrança do amigo. "Eu vou fazer festa pelo aniversário do Bussunda para sempre. O Felipe tem o mesmo astral dele e nasceu com 5kg, puxou o Bussunda", brincou a humorista, acrescentando ainda que o amigo era brincalhão no trabalho.

Ela lembrou ainda de um show que fez com Bussunda onde ela interpretou Hillary Clitoris e ele, Bill Pinton, em referência ao casal Hillary Clinton e Bill Clinton. "Ele cantava e eu ficava gemendo, foi muito engraçado", contou.

O marido de Maria Paula, o músico João Suplicy, também falou sobre ohumorista. "Eu tinha muita simpatia pelo Bussunda, ele era muito amigoda minha mulher e uma pessoa muito próxima da família. Ele me parecia umapessoa de um coração muito grande", comentou.
A lembrança inesquecível que Reinaldo tem de Bussunda é de um mergulho dos dois, em Fernando de Noronha. "Foi numa reportagem em que a gente precisava entrevistar um tubarão, o Elvis. O bicho era tímido, mas o queridinho dos pescadores. Foi a primeira vez que nós dois mergulhamos", contou o amigo, que completou: "Eu nunca vou me esquecer".

Hubert revelou uma curiosidade do amigo: ele tinha medo dos brinquedosem parques de diversões, porque não gostava de adrenalina. "Acho muito legal as pessoas poderem conhecer o ser humano que foi o Bussunda, não só o personagem", afirmou.
O casseta Marcelo, também amigo do jornalista por anos, assumiu que durante todo o tempo em que conviveram no trabalho, eles brigaram. "A última vez que falei com ele, nós brigamos. Mas, quem não briga, não ama. Por isso, não me arrependo de nada", contou ele, que disse ainda se lembrar das "peladas". "Eu vivia dando canetada por debaixo da perna dele no futebol. As pernas dele ficaram mais arrombadas que a das atrizes e modelos", brincou o humorista
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Para Cláudio Manoel, a biografia "Busunda, a vida do casseta" reflete toda uma história de vida deles. "Eu mais do que li o livro, eu vivi aquela história", declarou ele, que disse preferir se lembrar dos bons momentos que viveram do que dos últimos. " Estava na Alemanha com ele, no quarto em frente ao dele no hotel, quando ele passou mal. Conheço o Bussunda desde que ele tinha 12 anos. Ele foi meu padrinho de casamento". O intérprete de "Seu Creysson" contou ainda que a maior qualidade do amigo era a bondade. "Ele gostava de ser bom, era um cara calmo e tranquilo e que sempre dizia: 'Hei de vencer, mesmo sendo gente boa'. O defeito dele surgiu quando ele começou a acreditar na bondade e na maldade, porque aí quando alguém o decepcionava, ele sofria muito", completou.
Hélio de La Penã, o último do grupo a chegar no lançamento, afirmou que Bussunda ainda está muito presente na vida dele. "Eu trabalho todos os dias onde ele trabalhava com a gente. É impossível ão lembrar dele. Para mim, ele ainda está muito presente".

Emocionado, o economista Sérgio Besserman Vianna, irmão de Bussunda, resumiu o que ele representa em sua vida. "Bussunda era meu caçula e meu melhor amigo". Sua sobrinha, a adolescente de 16 anos Júlia, filha do irmão, disse que, com o livro, teve a oportunidade de conhecer histórias que ela não viveu e, sequer, sabia. "Meu pai era tão calmo que eu quase não conseguia irritá-lo", contou ela, que disse ver nele uma grande inspiração para sua vida. "Ele me ensinou que a gente tem que se divertir, fazer o que gosta. Por isso, eu quero fazer cinema, para dar continuidade a esta veia artística que ele me deixou", afirmou a menina, que desde pequena gostava de acompanhar Bussunda aos estúdios. Com mais de 25 anos de convivência com o humorista, a jornalista e viúva de Bussunda, Angélica Nascimento, disse que se encantou pelo marido, com quem foi casada por 17 anos, ainda nos tempos de faculdade. "Éramos muito amigos antes de namorar. Ele foi uma das pessoas mais legais que eu conheci na vida. Foi o melhor pai que a minha filha poderia ter. Como todo homem, não sabia jogar lixo fora", brincou. "Bussunda era um cara muito justo e ético. Apesar de ser flamenguista e ter feito minha filha torcer pelo Flamengo, eu o amava muito", declarou a botafoguense.

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