PRISÃO

Agente de direitos humanos é presa por ajudar tráfico


Uma mulher que se apresentava como militante dos direitos humanos foi presa hoje acusada de atuar como informante dos traficantes dos morros Cantagalo e Pavão-Pavãozinho, em Copacabana.

Uma mulher que se apresentava como militante dos direitos humanos foi presa hoje acusada de atuar como informante dos traficantes dos morros Cantagalo e Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro. De acordo com a Polícia Civil, Jonya Lúcia Trotte Couto, de 44 anos, informava aos traficantes refugiados no Morro da Chatuba, no Complexo da Penha (zona norte), sobre a movimentação da polícia após a ocupação dos morros pela Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Além dela, quatro pessoas foram presas por associação para o tráfico na operação para cumprir 29 mandados de prisão.
"Ela era os olhos dos traficantes refugiados e informava a eles tudo o que ocorria nas favelas. No caso de qualquer ocorrência que envolvesse busca de armas e drogas, ou irregularidades com moto taxistas, ela se apresentava como representante dos direitos humanos e vinha até a delegacia ou ao comandante da UPP", disse a delegada titular da 13ª Delegacia de Polícia de Ipanema, Monique Vidal. De acordo com as investigações, ela era tratada pelos traficantes como "irmão loura". Na hora da prisão, ela não foi encontrada no endereço que fornecia aos policiais. A delegada a chamou por telefone para acompanhar os presos. Ao chegar à 13ª DP, a mulher recebeu voz de prisão.
Após ser detida, ela disse que integrava a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil no Estado (OAB-RJ) e que a prisão "foi um erro". A presidente da comissão, Margarida Pressburguer, negou que Jonya seja integrante, mas admitiu que ela era "conhecida". "Eu gelei ao receber a notícia. Estou chocada. Ela me ligou um pouco antes para avisar que as pessoas estavam sendo presas no Pavão-Pavãozinho. Não esperava isto dela", lamentou Margarida. A advogada revelou que, há um mês, a acusada esteve na OAB-RJ com a presidente da Associação de Moradores do Pavão-Pavãozinho. "Ela era conhecida aqui, pois é muito expansiva e alegre. Jonya me chamava de chefinha", disse.
No morro, a atuação dela era questionada. "Ela não era daqui e não sei de onde surgiu. Eu sei apenas que o temperamento desta pessoa é difícil", comentou o presidente da Associação de Moradores do Cantagalo, Luiz Bezerra do Nascimento. Questionado sobre a prisão, o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, disse que o fato "mostra que maçã podre tem em todos os lugares".
Além dela, também foi presa a auxiliar administrativa Bárbara de Olivera Resende, irmã de Leandro de Oliveira Resende, o Azul, apontado com o chefe do tráfico e que estaria no Morro da Chatuba. Ela foi acusada de esconder armas e drogas, mas negou e afirmou que era perseguida pelo parentesco com Azul. Os demais presos, acusados de continuar traficando drogas mesmo após a ocupação da UPP, também negaram as acusações.

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