PRISÃO

PF prende em Ipanema surfista suspeito de aliciar 'mulas' para o tráfico

Antônio Werneck

RIO - A Polícia Federal do Rio está investigando as conexões com o tráfico do surfista Ronaldo Batista Cavalcanti de Moura, de 33 anos, preso no sábado passado em seu apartamento, na Rua Jangadeiros, em Ipanema. Na casa do surfista, que chegou a participar de competições amadoras no país, policiais federais encontraram uma pequena quantidade de skank (espécie de maconha com alta concentração de THC), balança de precisão e dois laptops. Os agentes chegaram ao surfista depois de prenderem, na última sexta-feira, o estudante Renato Durão Fernandes d'Oliveira, de 23 anos, morador do Recreio dos Bandeirantes.
Renato foi flagrado por agentes federais da Delegacia do Aeroporto Internacional Tom Jobim (Dain) tentando embarcar para a Holanda, em um voo com conexão em Lisboa, com cerca de 2,5 quilos de cocaína divididas em três tabletes escondidos dentro da mochila. Estudante levaria cocaína para a Europa e traria ecstasy
O estudante foi pego ao passar pelo raio-X da Receita Federal. O jovem confessou que pretendia levar a droga para Amsterdã e entregou Ronaldo, com quem fez um acordo: levaria a cocaína para a Europa e voltaria de lá com ecstasy. Pelo serviço, receberia R$ 30 mil, além de ter todas as despesas pagas.
Em depoimento, Renato contou que foi aliciado pelo surfista depois de procurar ajuda para arranjar dinheiro para pagar dívidas. Os agentes acreditam que os débitos foram contraídos depois que o estudante se tornou dependente de drogas e que uma rede de traficantes levou Renato a se tornar "mula".
- Em seu depoimento, ele contou que iria embarcar na sexta-feira para Lisboa, depois voaria para Bruxelas e de trem iria seguir para Amsterdã, na Holanda. Ele recebeu instruções para aguardar num determinado endereço pelo contato de um homem - revelou o delegado Alcyr Vidal, chefe da Dain.
Para ampliar o combate ao tráfico, a PF anunciou que nos próximos dias deverá chegar ao Rio equipamentos de raio-X para serem instalados nos aeroportos. Os chamados body scanners foram doados pelo governo americano à PF. Eles são capazes de realizar uma varredura completa em cerca de 300.000 pontos no corpo humano, produzindo imagens em monitores em formatos 3D. Os aeroportos do Galeão e Santos Dumont serão os primeiros a receber os scanners

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